Oscar Niemeyer: desenhos inéditos marcam exposição em São Paulo

São Paulo se prepara para receber uma exposição imperdível que mergulha no universo criativo de um dos maiores ícones da arquitetura moderna: Oscar Niemeyer. A mostra, que abrirá suas portas no dia 27 de agosto, oferece uma rara oportunidade de contemplar alguns dos desenhos inéditos e uma peça de design do artista, revelando aspectos de sua visão inovadora e estética singular.

Como parte do circuito cultural da edição Rotas Brasileiras 2024 da SP-Arte, a exposição discute as linhas tênues entre as formas de arte e design e as possibilidades inovadoras que surgem quando essas disciplinas se cruzam e prosperam num ambiente integrado. Definitivamente, um espaço onde criação, exposição, inspiração e experiência coexistem. 

Se cada vez mais a arte deixa de ser matéria passando a ser linguagem, o design por outro lado, trafega entre o “material e o imaterial”, aumentando a sua complexidade de entendimento e dificultando a demarcação de seus limites e fronteiras de atuação. Essa visão orienta uma abordagem para entender e relacionar os móveis de interior, móveis de exterior, iluminação, objetos e obras de arte.

A exposição abrange desenhos e uma peça inédita de design de Oscar Niemeyer - Mesa Vera em vidro, criada em 2008 para Vera Lucia Guimarães Niemeyer, viúva do arquiteto - que será representada e reproduzida oficialmente pelo Herança Cultural e instituto iadê de arte e design em parceria, como era o desejo do Oscar. 

Segundo Marcus de Lontra Costa através do texto curatorial, as estratégias adotadas por Oscar Niemeyer no conjunto da Pampulha inauguram um projeto moderno que dialoga com as vertentes internacionais, incorporando materiais e aspectos formais brasileiros. No lapso de tempo entre estas ações e a construção de Brasília, esse modernismo brasileiro afirma suas características inovadoras tanto no Brasil como no exterior. Estas influências não se registrem apenas à arquitetura e projetam-se nas artes plásticas e no design. Na área da criação de móveis, trabalhos de Joaquim Tenreiro, Sérgio Rodrigues, Jorge Zalzupin e Italo Bianchi trazem para o interior das residências e para a vida cotidiana uma estética que compreende o universal e ao mesmo tempo não recusa o regional e aproxima referências históricas a uma prática construtiva, objetiva e funcional. Estas transformações revelam comportamentos fundamentais que orientaram o ambiente cultural brasileiro das últimas décadas e dialogam com as ações do nosso tempo que agregam diversos saberes e conhecimentos. Visitar essa mostra é entender a obra pioneira destes artistas permite a aproximação e as interseções com jovens artistas e designers atuantes no cenário artístico brasileiro atual, capacitando nosso olhar para programar e prever os caminhos estéticos da arte brasileira.