Aluf apresenta nova coleção

A Aluf é oficialmente uma marca adulta. Da última vez que vimos Ana Luísa Fernandes na passarela, seu projeto ainda era tratado como etiqueta iniciante, dentro da caixinha dos “jovens talentos”. De lá para cá, quarentenas à parte, a criadora estruturou seu universo estético, abriu loja (está prestes a inaugurar a segunda) e entendeu seus caminhos internamente, sem perder o prumo. Sábado, no desfile solo, mostrou para o mundo que agarrou sua história pelas mãos. Ana trata (desde sempre) as roupas da Aluf com ternura, ainda que com certa cerebralidade artístico-psicoterápica. O mix de racionalidade e poesia dá nesta coleção, em que pega muito do que já fez e revê em ritmo de “segundo debute”, com cartela de cores resumida e um mix de vontades suas com as da moda de hoje. Muitos dos clássicos da Aluf estão por ali, até mesmo o colete do último look que veio diretamente do trabalho de conclusão de faculdade que deu origem à marca, agora em versão 2.0. Os volumes cortados em curvas convivem com plissados e mangas esvoaçantes, enquanto alfaiatarias conversam com um ar esportivo que soa como novidade por ali. O show não foi apenas para o Instagram — ao final, a coleção já estava disponível no e-commerce da marca. E com a companhia da nova linha Ateliê, em que a criadora passa a oferecer peças, em edição limitada, onde pode se exercitar com materiais menos comerciais — como a palha de seda, o crochê manual que desenha os seios no top e as peças feitas com contas de madeira certificada, que remetem a sementes. Amadurecer pode ser um deleite