Alta-costura 2022: confira todos os detalhes da coleção de verão da Azzaro
Alfaiataria extravagante e fluida na troca de gêneros é a aposta da Azzaro para a coleção couture de 2022
Reizinho da moda do final dos anos 1990 e começo dos 2000, Olivier Theyskens aprendeu (às vezes na marra) a se adaptar aos códigos das casas pelas quais passou. Com perfil de trabalhador de ateliê e acostumado a ficar fora dos grandes holofotes, o belga teve a triste vantagem de ser contratado pela Azzaro logo antes de começarem as quarentenas — e ter esse tempo de sobra para mergulhar avidamente nos arquivos e métodos de trabalho da marca fundada por Loris Azzaro na década de 1960. No backstage desta sua quarta coleção, ele repetiu um pensamento interessante para vários jornalistas: percebeu que a Azzaro é uma casa de couture, não necessariamente HAUTE couture. Ou seja: apesar de fazer parte da semana de moda de alta-costura, ela não se coloca numa posição de atender todos os requisitos férreos daquele calendário, permitindo ao diretor criativo trabalhar com uma certa liberdade, ainda que produzindo roupas de (obrigatoriamente) altíssima qualidade técnica.
Assim como Theyskens tem uma certa fluidez para se adaptar a quem lhe confia as chaves da casa, a coleção de verão 2022 da Azzaro segue a mesma toada. Tudo ali é extremamente bodyconscious mas com a liberdade de tecidos que derretem e brilham, nas sedas geladas ou nos veludos molhados, cobrindo os braços e descendo pelas ancas enquanto abre decotes — com brocados e bordados (shining was a must para Loris, afinal) que começam pontuais e crescem em simbiose com todo o corpo. Em paralelo, o criador se põe a reinventar o masculino da Azzaro — classicamente correto & careta —, trazendo-o para um público que não tem medo de uma alfaiataria com extravagâncias e, claro, bem fluida também nas trocas de gêneros.