Courrèges e a simplicidade do luxo
Para a temporada de inverno, a Courrèges deixa de lado a extravagância e aposta na simplicidade do luxo. Confira!
Nicolas Di Felice mostrou sua primeira coleção para a Courrèges há um ano e, desde então, tem evoluído com parcimônia a sua visão dentro da casa. Sem cair na armadilha fácil das extravagâncias do heritage do criador francês, ele tem optado por se aproximar de um ideal simples (mas não simplório) de luxo, a fim de trazer a marca mais perto das ruas de verdade — como Nicolas gosta de reafirmar em entrevistas, era esse o real desejo de Courrèges. Mas ao mesmo tempo, com uma marca assim nas mãos, é difícil não colocar as asinhas de fora. Trocadilho proposital para esta coleção de inverno, em que o novo diretor-criativo mira com força nas vontades aerodinâmicas e matemáticas do icônico fundador. Abas e exageros dão graça tanto a uma jaqueta jeans básica quanto aos casacos de silhuetas exageradas — assim como na Bottega Veneta, looks bons para serem vistos de lateral parecem ser a vontade da vez da estação. As construções abrem espaço na alfaiataria para capas vinílicas que se estendem para saias e vestidos, num furta-cor que é, ao mesmo tempo, orgânico e um pouco metaverso. A geometria que dá o mood do inverno se espalha por toda a coleção, em movimentos sutis de modelagem e nos recortes e decotes dos vestidos justos ao corpo, calças e tops: sinuosidades que remetem às formas puras da matemática e, inevitável, ao clássico logo da marca.