Dior apresenta sua nova coleção de outono em Mumbai
Com influência de Marc Bohan, Maria Grazia Chiuri escolheu a Índia como referência para a nova coleção de outono/inverno da Dior. Veja todos os detalhes:
O desfile outono da Dior nesta noite, no Portal da Índia, em Mumbai, deixou uma sensação de 360 graus depois de um dia inteiro de visitas aos ateliês @chanakya.in e à Chanakya School of Craft (@chanakya.school), vendo de perto artesãos e estudantes em ação, trabalhando diversas técnicas de bordados.
A parceria entre Maria Grazia Chiuri e Chanakya é antiga e o resultado tem aparecido em coleções – em peças ou cenários. Outro ponto que fortalece essa conexão é o fato de a estilista ter incentivado o direcionamento da escola, que recebe apenas mulheres. Na Índia, o fazer artesanal do bordado é uma tradição masculina.
No desfile, bordados com cenas envolvendo animais decoraram as costas de várias peças, enquanto formas geométricas em dourado, paetês e strass formaram molduras. Calças retas e saias longas foram arrematadas com miçangas e lantejoulas; há trabalhos em fios metálicos e rendas iridescentes. Indo além, sedas foram tecidas segundo técnicas milenares do sul do país, como um quadriculado exuberante. Sequência importante que homenageia a tradição têxtil indiana ao mesmo tempo que é inédita – a coleção para o outono foi apresentada inicialmente apenas em fotos em dezembro do ano passado – e ampliada para este desfile. Como um todo, é uma coleção leve, repleta de peças que levam para o dia a dia criatividade, mas também o sentimento de apreço e atenção aos mínimos detalhes. Há, ainda, influência da coleção assinada por Marc Bohan inspirada na Índia. O diretor artístico, que esteve à frente da Dior por 30 anos, visitou Mumbai e Dehli em 1962, marcando uma fase de rejuvenescimento para a grife. Vem desse episódio a cartela color block com verde, amarelo, rosa e roxo que cobre saias retas inspiradas em sáris e outras modelagens tradicionais indianas, que na passarela foram reforçadas pela passarela em mosaico de flores, velas mecânicas e um imenso painel inteiramente bordado. Com abordagem ampla e de respeito ao local, Maria Grazia mostrou que é possível fazer uma coleção com fortes laços culturais sem perder a conexão com o universal.