MFW FW25: Antonio Marras, um mix de referências melodramáticas
Para o inverno da MFW, Marras fez uma coleção extensa, utilizando uma gama enorme de tecidos e roupas elaboradas. Veja todos os detalhes!
Um desfile da Antonio Marras é sempre uma experiência interessante, que passa por cenário caprichado, trilha complexa e roupas elaboradas. É o saldo da atuação multidisciplinar do diretor criativo, que empresta seu nome à marca: de cerâmica a tapetes, de instalações artísticas a figurinos e o preciosismo do feito à mão vindo da Sardenha, sua cidade natal. Esse patchwork de atuações parece se materializar em uma estética que é retrô e moderna ao mesmo tempo e, inegavelmente, artsy.
Para o outono-inverno 2025/26, Marras alimenta o processo criativo com um mix de referências melodramáticas como “Carmen” de Bizet e os filmes “O charme discreto da burguesia” e “Este Obscuro Objeto do Desejo” de Luis Buñuel e, principalmente, “La belle d'Alghero", uma ópera dividida em duas partes, de 1892. E mais: um olhar para a atmosfera da Catalunha e o simbolismo da rosa, entre outras. A trilha sonora, densa, resumiu tudo.
Na coleção, a base em alfaiataria vem mais uma vez transformada graças a bordados, inserções de patch e sobreposições de tecido que já fazem parte do DNA da marca. Vestidos leves com babados à espanhola enfatizaram a transparência, enquanto generosos balonês revisitaram a década de 1980. Estampas de rosas vermelhas desenhadas à mão reforçaram o posicionamento dramático, enquanto os enfeites de cabelo e broches de cristais irradiaram luz. As silhuetas reclamam o sob medida, vêm em camadas, abraçam o corpo ou apostam no volume, são micro e maximalistas ao mesmo tempo.
Marras fez coleção extensa, utilizando uma gama enorme de tecidos, o que torna o exercício ainda mais desafiador: riscas, Príncipe de Gales, xadrez e espinha de peixe na alfaiataria, além de jérsei texturizado, veludo, brocado, jacquard otomano, couro, jeans, malhas, tafetá, sarja de seda, georgette, cetim, voile e tule. O resultado foi bem bonito.