PFW: Para o inverno 25 da Dior, o futuro está no passado
Inspirada em peças de arquivo da década de 50, a Dior apresentou sua nova coleção masculina de outono-inverno na PFW. Veja os detalhes:
O futuro está no passado. E foi com as antenas apontadas para os ícones criados por Christian Dior na década de 1950, que Kim Jones buscou inspiração para a coleção outono-inverno 2025-2026 da maison. O designer britânico, recém-consagrado Cavaleiro da Legião de Honra (máxima condecoração na França), elegeu alguns códigos da alta-costura da Dior para tramar as peças exibidas na École Militaire, entre eles, a “linha H”, inventada nos anos 1920 para turbinar a silhueta feminina em vestidos que levantavam o busto e baixavam a cintura até os quadris, e que virou hit na moda de monsieur Dior em 1954. Num cenário imaginado com duas enormes escadarias brancas – posicionadas frente a frente –, os modelos apresentaram a alfaiataria artsy de Kim, com calças remodeladas em saias, boleros e paletós drapeados, camisas de seda cintilantes, jaquetas acetinadas e encurtadas, tricôs, gravatas usadas como se fossem vendas e casacos com mangas bufantes – tudo trabalhado na paleta clássica do branco e do preto, com respingos de rosa-blush, amarelo-palha, azul-marinho bege, cinza e marrom. Nos pés, as botinas com laços de cetim e os tênis bordados à mão provam que o homem desta temporada da Dior é desconstruído em seu gênero e tem uma certa dualidade vista também nas estruturas das roupas, ora justinhas, ora alargadas; ele é um dândi romântico, que exala um quê de conquistador emprestado de Giacomo Casanova (o amante italiano mais famoso do século 18), mas sem sex-appeal à flor da pele. Para o encerramento do desfile, a grife reforçou a estética oriental do quimono, que apareceu em versão rosinha com brilhos bordados, numa clara referência ao visual Pondichery da haute-couture de 1948. Como dizem por aí, a moda realmente é cíclica.
