PFW: Willy Chavarria leva ancestralidade para a semana de moda

Diretamente de Nova York para Paris, o designer Willy Chavarria fez estreia triunfal na semana de moda mais badalada do globo. De origem latina, Willy derramou toda a sua veia ancestral na passarela, numa coleção intitulada de “Tarantula”. Sem veneno, mas com as garras afiadas, Chavarria deu start ao show numa mise-en-scène nababesca, com canto sacro ao fundo e pinta de inferninho. Os modelos atravessaram a nave com peças de veludo e cores vibrantes. Look total vermelho, terço na mão, chapéu de caubói, rosa na lapela e camisa preta semi-aberta, com a gola sobreposta ao paletó. Kitsch, porém divertido. Depois entrou em cena o terno preto com a rosa carmim adornada no peito. Pouco a pouco, as roupas masculinas foram mostrando caimentos brutos e avantajados – nitidamente confortáveis –, com padronagens do xadrez e moletons usados por baixo dos casacos. Já as composições criadas para as mulheres saltavam aos olhos com doses extras de sensualidade – leia-se: corpos aprisionados nos estereótipos sexistas. O cantor colombiano J. Balvin, que assumiu o vocal, figurou a bordo de um smoking clássico, aumentando o tom da segunda etapa da coletânea, que trouxe o cáqui e o vichy para os holofotes. O western ficou pop – na verdade, urbano. E teve até tweed, veludo molhado, tecidos acetinados e coloridos esquecidos, como o verde-musgo e o alaranjado. Para o final, uma collab com a Adidas pontuou o lado mais esportivo da marca, com agasalhos, bermudas, jaquetas e camisões. Parafraseando um diabo fashionista, “El Diablo veste Willy”.