SPFW 58: Alexandre Herchcovitch, da festa ao ultracasual
Para a SPFW 58, a coleção de Alexandre Herchcovitch traz um perfume de origem setentista!
Se te parece que foi ontem que Alexandre Herchcovitch fez seu último desfile, não é impressão. No final de julho, o estilista se apresentou na Casa de Criadores e hoje voltou como parte do calendário do SPFW, abrindo esta temporada. Dando uma bagunçada no coreto do que se espera, lá a coleção foi de inverno/primavera e, aqui, de verão/outono. Se na moda as estações não fazem tanto sentido (e, com a crise climática, na vida fazem muito menos), porque não dar uma classificação diferente?)
Os desfiles próximos se justificam. Desde que voltou a desenhar para a @herchcovitchalexandre, ele está com fogo nas mãos - abrindo a porteira de criações represadas, collabs comerciais aos borbotões e o gás de desenhar do jeito que mais faz sentido: para si.
Desta vez, olhando por alto a coleção, percebe-se que o perfume óbvio é de origem setentista. Tem mood, tem silhuetas, peças e matérias-primas que remetem à década. Mas a graça é ver como Ale redesenha essa onda para a virada do 24 para o 25.
O discotheque mesmo? Passou longe. O começo prometia drama, nos vestidos darks em jacquard, de ancas pesadas. Mas é abrir o primeiro decote, não óbvio, que mostra todo o tórax até a calcinha brilhosa, para entender que os códigos são outros e invertidos. O lurex, por exemplo, símbolo do fun, vem (quase) supersério nos costumes de alfaiataria; enquanto o denim lavado dá assunto a jardineiras recortadas e calças amplas.
Da festa ao ultracasual (com estampa lisérgica surpresa by @fabiabercsek nas camisetas dos looks de encerramento), Alexandre foi pontuando sua vontade (e suas collabs) por tudo. Foco, porém, nos detalhes. O estilista gosta de uma matéria-prima boa - e aqui se apega em preciosidades que merecem atenção, como dos tricôs "listrados" que mesclam mohair e ráfia.