Giambattista Valli: ode a Paris e à delicadeza da alta costura

A Alta Costura de Giambattista Valli sempre foi considerada, não apenas como referência de alfaiataria, mas também de cultura, personalidade, gestos e rituais e, desta vez, mesmo que com uma apresentação um pouco diferente do habitual, a Maison mantém o seu compromisso e nos leva a uma viagem até Paris, através de pequenos detalhes, sem sair de casa.

Em um curta-metragem, roupas excêntricas são comparadas aos elementos naturais de uma Paris vista e fotografada pelo próprio designer. Nesta coleção o tule é o protagonista, deixando a estética típica da Maison em evidência. Dentre volumes exagerados, ele faz com que silhuetas hiperfemininas e minuciosos drapeados sejam a união perfeita na celebração da Haute Couture.

O vermelho vivo das peças remetem aos sinais de batom frequentemente encontrados nas xícaras vazias das mesas de café parisienses, sempre observadas por Valli. O preto ao famoso "Petite Robe Noire", rosas selvagens que crescem nos jardins da cidade e o marfim como as molduras que adornam janelas e tetos parisienses.

Em uma entrevista para a Federação Francesa de Alta Costura, o estilista declarou que o período que acabou de passar está em sintonia com sua maneira de trabalhar, as coleções produzidas por ele, sempre muito humanas e introspectivas, traduzem exatamente pelo que temos passado e conta que trabalhar nesta coleção durante o confinamento social foi difícil, mas ao mesmo tempo divertido, devido a nova experiência de trabalhar a distância virtualmente. A situação mais íntima e humana, sem a pressão do desfile, da apresentação, fez com que ele desse ainda mais valor ao essencial: as roupas.