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Allan Souza Lima desvenda conexão com Mariana Ximenes em novela

Allan Souza Lima é o novo fenômeno vilanesco da TV! Em entrevista exclusiva, o astro fala sobre ‘Mania de Você’, carreira, relacionamento, moda e muito mais

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Allan Souza Lima faz sucesso em 'Mania de Você' | Foto: Lucas Viana

Allan Souza Lima é pernambucano raiz. Nascido em Recife, o jovem com alma de artista cresceu ao lado de expoentes da música brasileira como Chico Science, um ícone do ‘manguebeat’ que deu origem a uma das bandas mais conhecidas do país, a ‘Nação Zumbi’. Inspirado artisticamente, Allan transitou entre a música e o teatro, descobrindo-se um verdadeiro camaleão, pronto para alçar vôo, seja na televisão, cinema, nos bastidores e até no universo da fotografia. 

Agora, como um dos célebres personagens da nova novela das 21h ‘Mania de Você’, Allan brilha em uma incandescente paixão e tensão sexual com Mariana Ximenes, formando, juntos, uma baita dupla vilanesca da qual estávamos sentindo tanta falta! Em entrevista exclusiva para a L’Officiel Hommes Brasil, o astro comenta a sua dinâmica em cena com Ximenes, desvenda seu processo criativo, relembra sua trajetória e aproveita para falar com exclusividade sobre seu novo projeto fotográfico, marcos na carreira, relacionamento e muito mais! Confira a entrevista completa abaixo:

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Foto: Lucas Viana

Allan, com apenas 38 anos, você já alcançou grandes feitos no mundo artístico! Após se enveredar pela teledramaturgia, teatro, cinema, fotografia, roteiro e tantas outras áreas, o que você considera ser importantíssimo no momento de topar mergulhar em um novo trabalho? 

A atuação é a minha base de trabalho, é a minha força motriz, é o meu sustento, então, eu sempre tento ter o máximo de cuidado, dentro do que posso, escolhendo com assertividade os personagens e histórias que me motivam, me alimentam e que estão alinhadas com o que eu acredito como ator. Atualmente, estou filmando “Cangaço Novo” e também estou fotografando, assim como fiz na primeira temporada, cujas fotografias geraram uma exposição. Agora, estou com um olhar mais direcionado para o que quero. Enquanto filmo essa segunda fase, eu continuo fazendo minhas fotos e já estou desenvolvendo uma nova exposição com novos elementos que vou captar por aqui. Eu quero explorar cada vez minhas atividades com a fotografia e estou com um projeto de longa-metragem. No próximo ano, pretendo lançar um documentário que escrevi e dirigi, chamado “Falso Picadeiro”, que está em processo de finalização e será lançado em festivais. Já venho há um tempo sentindo falta e a necessidade de trazer meu olhar de diretor para projetos, mas minha vida como ator acabou não permitindo devido à demanda de trabalho. Quando estou no posto de diretor, gosto de degustar e desenvolver o processo de trabalho para chegar a um denominador comum, e por isso passei cerca de três anos desenvolvendo um roteiro chamado “Poeta Bélico”.  Vou desenvolver cada vez mais projetos, mesmo que autorais, que me levem também para a fotografia e para a direção de cinema.

 

Você nasceu em Pernambuco e teve a honra de crescer e ter contato com o ícone do ‘manguebeat’ Chico Science! Quais principais lições você tomou naquela época e qual lembrança mais gostosa você guarda com carinho até hoje?

Sempre que me perguntam o que me motiva, ou o que me motivou artisticamente, sem sombra de dúvida, foi o Chico. Meu primeiro contato com a arte foi, de fato, com a bateria, que veio das alfaias de maracatu. Lembro de ficar em cima do muro assistindo ao Chico Science, embora, pela minha idade na época, com uns sete anos, ele ainda estivesse começando a se formar como Chico Science e Nação Zumbi. Tenho uma imagem do Chico com os músicos tocando as alfaias de maracatu, com aquele microfone com fio, típico dos anos 90. Essa lembrança é muito forte para mim. Tanto é que, antes de ser ator, eu tive uma banda de rock, tocava bateria, e foi a partir da música que eu cheguei ao teatro. E assim, aqui estou.

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Foto: Lucas Viana

Na televisão, você já esteve em lados opostos: interpretou Judas em ‘Jesus’ e esteve na pele do próprio Jesus durante a “Paixão de Cristo de Nova Jerusalém”, o maior espetáculo a céu aberto do mundo! Como foi mergulhar em dois personagens tão fortes e distintos? Deve ter sido uma baita experiência.

O Judas que interpretei em “Jesus” foi o Judas da Galileia, então, eu vivi uma experiência bastante incomum, que acho que pouquíssimas pessoas tiveram a chance de viver. Eu fui crucificado na cena de “Jesus”, na novela, e essa crucificação foi realizada no Marrocos. Foi uma cena muito bonita. Além disso, a crucificação também está na última cena de “A Paixão de Cristo”, e eu vivi esses dois momentos que foram muito emblemáticos na minha vida. Ambos foram marcantes e me fizeram chorar bastante, especialmente ao interpretar Jesus. Sempre acreditei que usamos nossa criação e o personagem para nos transformar como artistas e como seres humanos, e sem dúvida, essa experiência mexeu muito comigo. Ter feito “Paixão de Cristo” me reconectou espiritualmente, e ainda sinto o reflexo desse trabalho em mim. Às vezes, só entendemos o processo que vivemos, especialmente quando é muito denso e profundo, algum tempo depois. Posso dizer que o trabalho como Jesus Cristo foi muito bonito de fazer, porque representar e interpretar algo que mexe com a fé do próximo exige muito cuidado e respeito.

  

Agora, você estreia na nova novela ‘Mania de Você’! Entre algumas prévias, já pudemos notar a dupla para lá de quente que você vai formar com a Mariana Ximenes. O que podemos esperar dessa dinâmica potente?

Eu acredito que, antes de qualquer criação ou trabalho de personagem, o ator e a atriz, eu e Mari ou quaisquer outros, precisam estar muito afinados. Quanto mais abertos estiverem para o jogo e para fazer a arte acontecer, mais chances têm de dar certo. Quando a gente se diverte em cena, isso reflete na performance. E nós nos divertimos muito, e apostamos em alguns movimentos e trajetórias dos personagens, como por exemplo a tensão sexual entre eles, que alimenta o público. Mas, acima de tudo, o que tornou a dinâmica potente foi o quanto jogamos juntos. A química entre nós é, em grande parte, devido a esse jogo e a essa abertura.

  

Sempre muito plural quando o assunto é arte, você também lançou um projeto fotográfico autoral para apresentar o seu olhar sobre o sertão brasileiro! Como surgiu essa ideia? O que mais te cativa nesse projeto?

Eu sempre fotografei, mas nunca levei isso de forma profissional. Quando fui para o sertão, decidi que, como sabia que passaria muito tempo lá, levaria minha câmera e assumiria a fotografia como um projeto, de maneira mais séria e concreta. Ao voltar, já tinha em mente que queria lançar uma exposição. E foi exatamente isso que aconteceu. Quando comecei a fotografar, não sabia exatamente o que estava capturando; minha visão buscava refletir o que eu estava vivendo como artista, e muitas vezes falei em entrevistas sobre a dor que vivi dentro do personagem. E dentro desse trabalho, convidei o Jota, um diretor de arte e cenógrafo da Globo com quem já trabalhei algumas vezes. Ele é um grande artista visual, e eu o convidei para colaborar nesse projeto, trazendo sua visão. Passamos dois anos desenvolvendo esse trabalho e, quando achamos que tínhamos algo conceitual, apresentamos para um grande curador daqui do Brasil, o Marcos Lontra. Ele viu consistência no trabalho e, assim, fomos exatamente para a Galeria Movimento, onde eu queria muito inaugurar minha vida artística nesse ramo. Foi ali onde tudo começou. O que mais me cativa nesse projeto é o retorno. Quando me perguntam o que sou, eu me vejo como um forasteiro. Nasci no Recife, cresci até os 18 anos e depois me mudei para o Rio, então sinto que tenho uma alma nordestina, mas, como Lenine diz: Recife é minha mãe e o Rio de Janeiro é minha mulher; eu jamais vou esquecer o braço da minha mãe. Esse projeto de fotografia trouxe uma conexão com a minha infância, com o olhar para o horizonte, a poesia, o calor e o sertão que vivi na minha infância. Uma das obras, chamada “Memória”, reflete um pouco disso. Então, posso falar que o que me cativa nesse projeto é o reencontro com a minha vida.

 

Você e Rafa Kalimann formam um dos casais mais fofos dos últimos tempos! Como definiria o relacionamento de vocês hoje?

Olha, me sinto muito lisonjeado com seu comentário, e acredito que ela também se sentirá, porque eu nem imaginava que esse "ship" (como se diz) iria gerar tamanho acolhimento de tanta gente. Eu sou, particularmente, muito reservado, como muitos sabem. Eu e a Rafa somos muito parceiros; trocamos muito. Ela é uma pessoa muito sensível e nos alimentamos mutuamente. Sempre digo que posso resumir nossa relação em uma frase. Eu sou um verdadeiro "guerrilheiro da vida", como muitos conhecem pelo meu processo de trabalho, e a Rafa, embora também pé no chão e muito batalhadora,  tem asas, e muitas vezes eu falo, porque a gente se chama de “charme”: “Charme, você me dá suas asas e eu entrego minhas espadas para você”. Esse é o nosso encontro de alma, nosso existencial, nossas conversas. E essa é a nossa forma de crescer juntos.

 

Entre eventos e premiações, pudemos notar que você realmente curte se relacionar com a moda – recentemente você vestiu Fendi e Empório Armani! O que você considera imprescindível na hora de escolher o visual perfeito para um dia especial?

Eu sempre gostei de moda, gosto de me ver bem-vestido. Quando a gente vai refinando nosso olhar, com interesse pelo assunto, se ganha repertório. 

O trabalho de caracterização que vivo nos meus personagens me fez também reconhecer o assunto com o máximo respeito, só de usar determinado figurino você se sente menos na sua pele, e mais na pele de quem você quer interpretar, essa importante parte da composição ajuda a mostrar quem é aquela pessoa, então, Moda é muitas vezes forma de expressão, ela pode te transportar rapidamente para o início do século ou para o futuro sem precisar dizer nada com palavras.

Na hora de escolher o que usar, não abro mão de me sentir bem, confortável e na minha própria pele, quando não estou vivendo um personagem. 

Gosto de usar um bom perfume, um bom relógio e, especialmente, adoro óculos. Eu diria que meu estilo é mais clássico; por exemplo, gosto muito do caimento e cortes da Armani, e do quão atemporal é a marca. 

 

E no dia a dia, como é o seu guarda-roupa? Você é mais ligado às tendências ou aposta em peças-chave para otimizar a rotina?

Olha, eu tenho minhas manias. Uma boa parte do meu guarda-roupa é composto de duas cores “coringa”: preto e branco, também gosto muito de composições monocromáticas. No dia a dia e buscando otimizar combinações, misturo as roupas dentro da mesma paleta, que sei que vai funcionar. Eu sou rápido na escolha, mas fiquei ainda mais rápido quando passei a fotografar os looks bons que montava, para já na próxima, eu já ter ali traçado uma boa composição sem precisar pensar muito, aprendi isso com a Rafa.

 

Quando o assunto é atividade física… Movimentar o corpo é algo que faz parte de seu dia-a-dia? O que você mais gosta de fazer?

Olha, eu sou ansioso e muito acelerado, então preciso de atividades aeróbicas. Eu corro há muito tempo. Durante a pandemia, cheguei a fazer ultramaratona como uma forma de escapar e esvaziar a cabeça. Já corri 56 quilômetros em um dia, em cerca de 6 horas de corrida. Além disso, sempre pratiquei esportes; fui atleta de artes marciais quando era jovem, praticando taekwondo. Hoje, frequento a academia e gosto de manter meu porte físico e a saúde. Para mim, é fundamental manter o cardio com atividades como corrida e pedal.

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Foto: Lucas Viana

Já praticou algum esporte radical? Tem algum favorito? Se não, existe algum que você deseja praticar?

Esportes radicais, não, mas sempre gostei de esportes e fui atleta por muito tempo, praticando artes marciais. Fiz oito anos de taekwondo e cerca de seis anos de karatê, além de outras atividades como natação e corrida. Mas esporte radical, não me lembro de nenhum. Já sou radical por natureza, e o que eu pratico hoje já é suficiente para mim.

 

Ping Pong

Um projeto que você aceitaria sem pensar duas vezes: 

Tudo que me exigisse um grande desafio. Esses dias, eu estava conversando aqui com a galera de “Cangaço” e falei: "Cara, seria incrível se o personagem do Ubaldo engordasse 30 quilos para a terceira temporada”. Um Coringa, uma biografia, um personagem, um artista, alguma entidade.

 

Deseja ter filhos um dia? Desejo, sim.

 

Qual seria o seu principal destino em uma viagem de férias? 

Tenho muita vontade de conhecer a Tailândia, Hong Kong, toda aquela região que deve ter uma natureza exuberante, selvagem, incrível. 

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Foto: Lucas Viana

Um projeto que sonha realizar: 

“Poeta Bélico”, meu próximo longa-metragem de ficção. Acho que é quase um alter ego do que eu imagino para a nossa civilização nos próximos tempos.

 

Uma qualidade que, um dia, já considerou um defeito: 

Minha obsessão com as coisas. Eu sou uma pessoa bastante detalhista na minha vida, especialmente em relação ao meu trabalho. Antes, eu sofria por isso, quando as coisas não saíam 100% como calculei, mas hoje entendo que pode ser uma qualidade pensando no saldo e produto final.

 

Seu livro de cabeceira: 

“A Morte é um Dia que Vale a Pena Viver”, da Ana Cláudia Quintana Arantes. Acho que todo ser humano, em algum momento, deveria parar para ler esse livro.

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