DiCaprio e Bezos integram operação emergencial na Amazônia
Encabeçarão o processo os institutos de filantropia do bilionário Jeff Bezos e do ator Leonardo DiCaprio, que mobilizarão onze entidades filantrópicas para captar os recursos.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, estabeleceu um acordo com algumas das principais entidades filantrópicas americanas com o objetivo de implementar uma operação emergencial para recuperar áreas degradadas pelo garimpo ilegal na Amazônia e descontaminar as regiões.
Marina Silva realizou os encontros com os fundos privados em Washington durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente americano, Joe Biden.
O próximo passo será o de arrecadar recursos que permitam a implementação da ação de emergência em apenas 40 dias. Encabeçarão o processo os institutos de filantropia do bilionário Jeff Bezos e do ator Leonardo DiCaprio, que mobilizarão onze entidades filantrópicas para captar os recursos.
Diferentemente do que ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro, quando o ex-presidente iniciou polêmicas envolvendo DiCaprio, diante de críticas do americano ao desmatamento na Amazônia, o atual governo pretende se aproximar do fundo de filantropia administrado pelo ator.
Até o momento, os valores dessa ação não foram divulgados. Estima-se que corresponda a um montante suficiente para expandir a operação brasileira na recuperação das áreas degradadas pelo garimpo. Nos encontros em Washington, Marina Silva defendeu a necessidade de recuperar as áreas, descontaminar rios e mesmo pessoas, uma vez que somente expulsar garimpeiros e proibi-los de retornar à região não seria suficiente. "Em algumas áreas, quatro de cada dez crianças estão contaminadas pelo mercúrio", argumentou a ministra.
A verba arrecadada poderá ser destinada a projetos que pretendem conectar as diferentes regiões da Amazônia com redes de internet.
A ministra ainda destacou a “grande importância” da decisão dos EUA de aderir ao Fundo Amazônia. De acordo com ela, o apoio americano à iniciativa é mais relevante que os US$ 50 milhões destinados pela Casa Branca ao fundo.
Tal montante foi considerado como modesto pelo Palácio do Planalto. Por esse motivo, o governo brasileiro negou a sugestão do americano de citar o valor na declaração final do encontro entre Lula e Biden. Para o Brasil, seria constrangedora a comemoração por um aporte tão diminuto.
Porém, na avaliação de Marina Silva, o endosso americano estimula a entrada de fundos privados pré-dispostos a colaborar. "A decisão de Biden vai servir como chancela para os doadores", declarou. "Haverá um efeito catalisador, uma espécie de força gravitacional que irá atrair outros doadores", reforçou.
A ministra ainda relembrou que em 2003, na primeira visita como presidente de Lula à Casa Branca, as pautas ambientais eram "tabus". "Hoje, eles estão no centro do debate", complementou.