Pedro Novaes fala sobre trabalho e família em entrevista exclusiva
Jovem ator revela as influências dos pais atores em sua carreira na dramaturgia, o ritmo das gravações de Garota do Momento e o que planeja para o futuro
Pedro Novaes desponta entre os nomes do momento. Filho dos atores Letícia Spiller e Marcello Novaes, o jovem de 28 anos carrega nas veias o apreço pelas artes, incluindo atuação, música e moda. Na dramaturgia, já atuou em curtas e longas-metragens, além de passagens pelas produções Sol Nascente (2018), Malhação - Toda Forma de Amar (2019); 220 volts (2021), da HBO, Procura-se (2022), além de Toda Família Tem, do Prime Video. No ar na novela Garota do Momento, Pedro vive o destemido fotojornalista Beto que se envolve em um triângulo amoroso com Beatriz (Duda Santos) e Bia (Maisa).
Na música, o multiartista é baterista do grupo Fuze que já venceu o concurso de bandas do João Rock, um dos mais tradicionais festivais brasileiros. Nascido e criado no Rio de Janeiro, Pedro também estrelou campanhas e desfiles de marcas de moda mundo afora, além de já ter posado para Mario Testino, um dos ícones da fotografia.
Em entrevista exclusiva à L’Officiel Hommes Brasil, Pedro Novaes falou sobre os movimentos da carreira, o lifestyle que mantém entre os esportes, a influência digital e ainda revelou o conselho que seu pai lhe deu quando fez sua estreia na teledramaturgia. Confira!
Por você ter pais artistas, inevitavelmente, as comparações acabam surgindo. Como tem encarado essa situação?
Para mim, é muito tranquilo. Sou filho dos meus pais e encaro isso de uma maneira super positiva. Eu os admiro e, então, às vezes, as pessoas olham para mim e se lembram deles. Isso aí, para mim, é de boa e positivo. Não tenho nenhuma questão com isso. Acho que, pelo contrário, só fico mais orgulhoso da minha família, sabe?
Em entrevista, você reconheceu que é um “nepobaby dessa geração”. Qual é a responsabilidade para aqueles que se inspiram no seu trabalho?
Independentemente de ser Nepobaby, é a minha cara ali. Sou eu que estou fazendo o trabalho, respondo pelas minhas atitudes, ações e pelo resultado. Então, acredito que, como um indivíduo único no mundo, igual a todos nós e, no meu caso, fazendo um trabalho que atinge a visão de muitas pessoas, acho que a minha responsabilidade está muito no caráter, sabe? Na forma como encaro o trabalho que eu faço, no profissionalismo e na dedicação. Eu posso, com a Arte, acabar influenciando as pessoas a também fazerem Arte e a enxergarem o mundo através dela, independentemente se for com música, atuação ou moda. Então, acredito que a minha responsabilidade está neste lugar de ajudar as pessoas de alguma maneira, seja com entretenimento, música, com algum tipo de visão da vida ou uma conversa do dia a dia. Acredito que a influência está neste lugar como um indivíduo no mundo.
Seu pai já fez uma participação em Garota do Momento. Esta é a primeira vez que vocês se encontram em um set de filmagens? Como é a sua relação com os seus pais? Eles te dão conselhos sobre atuação?
Gravar junto, o mesmo produto, com o meu pai [Marcello Novaes], foi a primeira vez. Com a minha mãe [Letícia Spiller], já gravei um curta. Também já fiz uma participação rápida em um espetáculo com ela, mas, mesmo assim, não tive muitas trocas. A gente não fez muitos trabalhos juntos. Com o meu pai, esse foi o primeiro em que atuamos no mesmo produto. Foi muito legal, uma experiência muito maneira. Parecia que estávamos em casa, foi muito doido e muito confortável. Eles [pais atores], com certeza, me dão [conselhos]. Eu vou até eles, pego um conselho ou outro, mas muitas coisas são conceitos e jeitos de fazer que acabo aprendendo fazendo do meu jeito mesmo. Porque somos pessoas diferentes, mas pensamos de forma muito parecida em muitos quesitos e, profissionalmente, também somos muito alinhados. Um conselho que o meu pai me deu, por exemplo - e que eu sempre falo -, é que, antes de começar a trabalhar, quando eu fui fazer Malhação, meu primeiro trabalho longo na Globo, ele falou: “cara, decora o texto, chega na hora, estudado. O resto, tu vai aprender fazendo”. Então, é isso. Botar a cara e ir fazendo, sabe? com respeito, humildade sempre e vamos embora.
Em Garota do momento, seu personagem vive um triângulo amoroso entre Beatriz (Duda Santos) e Bia (Maisa). Na vida real, você já passou por alguma situação parecida?
Acredito que eu nunca vivi nada assim tão parecido com isso. Acho que a novela é, ainda mais, uma novela que traz uma situação bem específica ali, com a Beatriz [personagem vivido pela atriz Duda Santos], das famílias e de uma época diferente também. Então, acredito que eu não tenha vivido nada parecido com isso.
Além de atuar nas câmeras e fazer parte de uma banda, você também entrou para a moda como modelo. Como é ser um artista que transita por vários universos?
Isso está sendo uma das coisas mais maneiras da minha vida: poder dividir a minha carreira profissional em diferentes frentes. São três coisas que eu faço e acredito que uma está interligada à outra, sabe? Eu me sinto bem fazendo essas três coisas. Sinto que tem harmonia, e tento sempre manter uma identidade, principalmente na moda para fincar meus pés naquilo que eu gosto mesmo, e me sinto bem e feliz. É bastante carga de trabalho, às vezes, mas isso me alimenta. Curto fazer e, graças a Deus, eu me sinto bem e feliz fazendo.
Falando em moda, como você definiria o seu estilo? A vaidade faz parte do seu cotidiano?
Acredito que eu não definiria o meu estilo assim, sabe? Procuro usar coisas que me deixam confortável, que eu olho e falo: “estou me sentindo bonito com essa peça aqui”, ou, então, inovar, ir para alguma coisa nova, sabe? Usar uma peça que eu não estou acostumado, arriscar um estilo novo. Acho que estamos em constante mudança, então...acredito que não me apego em um estilo só. Acho que tenho moods também. Tem dia que estou mais assim, tem dia que estou mais assado, sabe? Um dia estou mais ‘rock and roll’, em outro estou mais ‘classe’. Não sei. Depende do dia, mas acredito que o importante é me sentir confortável com o que estou usando, com o que estou me vendo usar e me sentindo bem.
Quais músicas não podem faltar na sua playlist?
Essa, talvez, seja a pergunta mais complexa dessa entrevista. É muito difícil isso para mim. É hierarquizar as músicas, sabe? No sentido de uma ser melhor que a outra, ou no sentido de ‘quais são as minhas músicas favoritas?’ Eu não sei se tenho uma música favorita. Eu tenho momentos, e descubro músicas novas. É um jeito específico de consumir música, mas eu vou falar que, agora, estou ouvindo Os Garotin sem parar [trio musical carioca formado por Léo Guima, Ancheitx e Cupertino que toca R&B, soul, black music, samba, funk e MPB]. É… passei a ouvir outras coisas, e voltei para eles de novo. O Anchietx, que é um dos membros do trio, acabou de lançar um álbum. Estou escutando uma das músicas dele também [chamada] Céu Azul. Então, nesse momento, estou escutando isso, mas daqui a pouco escutarei Rage Against The Machine [banda de rock americana], entendeu? É assim, diferente, depende do mood do dia, para onde estou indo, o que estou afim de escutar; é doideira.
Em suas redes sociais, há momentos de trabalho e outros descontraídos ao lado da família e amigos. Como você concilia a sua carreira e o universo digital?
Eu não me cobro muito no sentido de tem que ter redes sociais perfeitas, ou ter que postar toda hora. Muito pelo contrário, eu deixo uma coisa mais orgânica. Entendo a importância que a rede social tem para o meu trabalho com certeza. Eu me expresso através dela, mas também procuro tirar um pouco o peso disso. Deixar as coisas fluírem através dos acontecimentos. Às vezes, alguém tira uma foto legal ou é um trabalho maneiro que quero compartilhar. Enfim, acredito que vou nesse fluxo da vida mesmo. Acho que a rede acaba sendo um reflexo da vida. Tem dia que eu não estou afim de postar nada e eu não vou postar. Porque sim e é isso, sabe? Ao mesmo tempo que faz parte do fluxo da vida, eu consigo também descolar a rede social da minha vida e sei viver sem ela tranquilamente.
Você já foi vítima de haters na web? Como foi a experiência?
Eu já tive, mas em uma escala muito pequena. Acredito que nós, que trabalhamos com imagem, estamos sempre sujeitos a esse tipo de energia, de comentários e tal, mas, como falei, sempre em uma escala pequena. Graças a Deus, eu sempre me proponho a fazer com 100% de dedicação, a todo instante, independente de qualquer tipo de comentário. Eu acho que isso fica bem exposto e tenho recebido muitos comentários positivos. Está sendo bem legal e é mais ou menos como vem sendo a minha vida. Sempre tive uma vida muito exposta, então acho que, até pela minha família, acredito que isso é normal. Sempre aprendi a lidar muito bem com isso desde moleque.
Na sua vida amorosa, você se considera um homem romântico?
Eu me considero e acredito que tenho momentos também. Acho que o romântico está em diferentes formas, não só naquele clássico convencional romântico, sabe? Mas o romantismo está em pequenos atos, na sedução, na brincadeira e acho que isso tudo faz parte de um aglomerado modo romântico.
O surfe é algo presente em sua vida há algum tempo e, nos momentos de folga, o que faz para relaxar? Tem algum hobby preferido?
Eu sou um cara que gosto muito de esporte, sabe? De praia, de estar com os amigos, mas o surfe, a altinha [esporte praticado na areia com bola no ar], o skate são coisas que estão sempre no meu dia a dia. Agora, é lógico que acaba ficando um pouco mais difícil, ainda mais com uma novela no ar, trabalhando pra caramba, graças a Deus. Acredito que são coisas que me dão uma desopilada na mente. É quando consigo dar uma respirada, soltar, gastar uma energia que sempre preciso gastar. Então, para relaxar, costumo fazer coisas que me ativam para não parar e ficar relaxado. Eu vou agitar com a mente, com o corpo ágil, agitado e fazendo coisas, sabe? Mas também tem outras coisas como fazer uma viagem, acampar, passar poucos dias em algum lugar, dar um mergulho na cachula [cachoeira]. Enfim, muitas coisas podem ser feitas para relaxar.
Estamos no início do ano e as gravações da novela estão a todo vapor. O que podemos esperar de Pedro Novaes para 2025?
Esse ano começou rufando! Muitas coisas apareceram. Acredito que esses meus três pilares profissionais vão aparecer muito: atuação, moda e música. Temos também muitos projetos com a Fuse [grupo carioca de rock no qual é baterista] para lançar música esse ano. É uma máquina que não para. Então, estarei sempre me dividindo entre esses três pilares, mas pode ter certeza que vamos trabalhar muito, se Deus quiser. É o que eu quero, mas também vivendo um dia de cada vez e curtindo o processo. Então, vamos ver e tentar deixar isso bem claro para a galera.