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Rooftime aguça novas emoções para Lollapalooza 2023

Com apresentação marcada para domingo (26) no último dia de Lolapalooza, Rooftime promete aguçar emoções através de cores e estilo

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Foto: Lucas Martson

Rooftime nasceu da sintonia e parceria musical de Lisandro Carvalho e os irmãos Gabriel Souza e Rodrigo Souza, alinhados ao background de cada um. O trio, nascido em Itatiba, no interior de São Paulo, vem conquistando seu espaço no cenário musical com números cada vez maiores nas plataformas de stream.

O talento dos músicos foi reconhecido antes mesmo de se apresentarem ao público pela primeira vez, quando chamaram atenção do selo holandês Spinnin Records. Tal encontro gerou a collab de “I Will Find” com Vintage Culture e o hit explodiu, com mais de 105 milhões de streams somente no Spotify e milhões de visualizações no Youtube. E agora se apresentarão no palco Perry's by Johnnie Walker Blonde no fim da tarde de domingo (26), último dia do Lollapalooza 2023.

Foto: Rodrigo Birai

Com uma lista de músicas autoriais extensas, Rooftime ganhou  a atenção do público por se destacar da maioria das atrações, tanto pelo som, como também pelo estilo. Sendo um diferencial no cenário como uma banda de eletrônica, o trio, formado por Lisandro Carvalho e os irmãos Gabriel Souza e Rodrigo Souza, se preocupa com a estética nas aparições do grupo.

Nas roupas, reúnem paletas que traduzem e se relacionam com as melodias das faixas, as quais também inovam na mistura de batidas eletrônicas e a música orgânica, com vocais ao vivo e instrumentos. Os músicos comentam que, acostumados a se expressarem de uma forma sonora através da música, também transbordaram sua arte para a moda com o objetivo de criar uma identidade condizente com o que desejam transmitir com o som.

Em entrevista exclusiva para L'Officiel o trio conta de sua jornada para chegar aos palcos do Lollapalooza e como estão os preparativos para esse momento único.

Foto: Lucas Martson

L'Officiel Brasil: Qual foi a reação de vocês ao saber que estariam na décima edição do Lollapalooza Brasil?

Rooftime: Na hora só conseguimos comemorar e sentir mais uma vez que estamos no caminho certo, pois nossos sonhos estão cada vez mais se aproximando da realidade e isso nos motiva ainda mais.

Sempre foi algo que buscamos como Rooftime, é um festival que representa uma carga musical gigantesca e oferece um palco para cada tipo de identidade, sabíamos que um dia estávamos dançando em um deles. A sensação é de que chegamos muito rápido até esse momento, mas sabemos reconhecer que tudo foi por causa da grande identificação da galera com o nosso som.

O dia da noticia será inesquecível para gente, estamos ansiosos para tocar desde então! 

L'Off: Quais são as expectativas para esse Lollapalooza? Podemos esperar algum lançamento exclusivo?

Rooftime: A expectativa corre lado a lado com a ansiedade, ambas estão lá em cima. Desenvolvemos toda uma apresentação e um formato mais próximo do que acreditamos para nós, e vamos compartilhar um gostinho desse projeto com a galera do Lollapalooza, no Domingo. 

Queremos mostrar para todos o quanto podemos comunicar com a música hoje em dia,  não somente atestar status, preencher espaços ou seguir o que já lhe traz conforto, e sim, contar as histórias que todos nós vivemos e da maneira como sentimos.

Compartilhamos essa semana nas nossas redes o setlist do show completo com algumas surpresas e músicas novas! Vamos tocar alguns sons que estamos querendo apresentar a tempos e nunca antes tivemos essa possibilidade. Mas agora, com todo esse formato mais desenvolvido, podemos finalmente mostrar mais do potencial de cada música. 

Foto: Lucas Martson
Foto: Play Motion

L'Off: Como funciona o processo criativo de vocês? Já houve alguma influência direta do público em alguma de suas criações?

Rooftime: Hoje e desde o começo, prezamos pela liberdade que cada ambiente proporciona para nós e assim escolhemos como guiar o fluxo do processo criativo. O momento, lugar, hora, dia, local em que escolhemos, sempre será aquele que nos permite utilizar o máximo da liberdade criativa. Então, quando no estúdio,  não nos limitamos a um tipo de ordem, regra ou comando.

A ideia é jogar na mesa o que pensa, sente e quer falar sobre e assim começamos. Seja de forma instrumental ou mais orgânica, um de nós faz um vocal , uma bateria, alguns acordes ou até mesmo um som muito específico que encontramos ao bater um garfo em uma parede oca, coisas desse tipo... A música é consequência desse ambiente comum que criamos para nós e de todo entusiasmo que a liberdade nos oferece.

E o mais interessante sobre esse processo de estruturar o ambiente para a produção é que não necessariamente a influência precisa vir de dentro, mas ela também pode vir de fora. Nós sempre somos influenciados por grandes músicos com aptidões ímpares, mas assim como nós nos inspiramos nas mais diversas histórias que qualquer ser humano vive.

A simplicidade de uma história pode ocasionar nos mais complexos enredos que vivemos dia a dia nesse mundo. Afinal, não temos o dom de viver todas as histórias que ouvimos por aí, então só saberemos sua intensidade real, quando o verdadeiro autor ou personagem principal desse conto, compartilhar ela conosco.

L'Off: Antes de montar uma apresentação quais são os elementos visuais essenciais que não podem faltar?

Rooftime: Costumamos organizar nossas músicas por sensações, cores ou emoções. E fazemos isso em um tipo de busca sinestésica através do som para se chegar na luz, nas cores, nos sabores e nos cheiros. É como se cada música fosse seu próprio mundo, e nosso trabalho é o dissecar para que absorvam todos detalhes possíveis, e assim, traduzir esses detalhes para o nosso mundo e criar a apresentação em volta daquela música. 

Acreditamos que não existe um certo limite para representar o som que não seja de uma maneira audível, podemos nos vestir de acordo com aquele som, ou dançar de uma forma diferente, sempre haverão ferramentas, estéticas ou lúdicas, para colorir a mensagem que é passada no palco no momento em que tocamos cada música. Por isso, temos essa mania de, em cada concepção musical diferente que produzimos, identificar tudo que sentimos com ela e traduzir em elementos que não pertencem ao espectro próprio dela. 

Foto: Lucas Martson

L'Off: Quais foram os critérios na construção do set para essa apresentação?

Rooftime: A ideia para a construção desse set foi mostrar a evolução e o processo de amadurecimento que o projeto vem passando nos últimos anos. Enfrentamos algumas temporadas passadas em que todos viviam  em muita confusão, insegurança e pouca esperança, mas trabalhamos forte para que pudéssemos chegar ao momento de hoje prontos para demonstrar esse processo de amadurecimento.

Estamos no caminho certo para chegar aonde tanto sonhamos com o Rooftime, e esse set é um simbolismo perfeito desta "quebra de casulo" que estamos enfrentando agora. Queremos que seja um show para atestar a nossa liberdade, nos livrar de angústias do passado e caminhar ainda mais firme para o nosso destino como banda. 

L'Off: Como cada um de vocês definiria o próprio estilo? Como vocês conseguem equilibrar três personalidades em uma só estética?

Rooftime: Foi um processo de evolução e conhecimento permissivo, trocamos muitas músicas e discutimos muito sobre cada uma delas. A grande fragilidade desse processo, é criar uma ideia em comum entre os três sem que nenhum abra mão da sua identidade musical ou suas referências. A ideia do Rooftime sempre foi criar algo pessoal mas que soasse familiar a todos, e não poderíamos fazer isso sem a verdadeira essência de cada um de nós.

Desde o nosso primeiro encontro, até hoje, persistimos em aprimorar essa evolução para que cada vez mais nosso trabalho traduza o que verdadeiramente sentimos. E aqui cabe mencionar que, para todo esse processo fluir de forma natural e prazerosa, abrimos mão e pouco temos interesse em definir um termo para nosso estilo musical.

Mesmo que tudo isso crie para nós uma jornada adiante mais árdua, acreditamos que na sinceridade com que trabalhamos nossos sentimentos. Às vezes até produzimos separados, mas uma das coisas que aprendemos durante esses processos foi que nada se compara quando estamos juntos e conectados pelo mesmo propósito: a música.

Foto: Studio Frota / Leonardo Frota
Foto: Lucas Martson

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