Chanel lança coleção de alta joalheria inspirada no tweed
Dedicada aos símbolos da marca, um dos destaques são as joias transformáveis, que multiplicam o uso de peças poderosas
Chanel lança coleção de alta joalheria inspirada no tweed e dedicada aos símbolos da marca. Um dos destaques são as joias transformáveis, que multiplicam o uso de peças poderosas. Confira esse luxo!
Foi no ano de 1928 que Gabrielle Chanel e uma de suas amigas inglesas, Vera Bate, se apoderaram das roupas do anfitrião, o duque de Westminster, para acompanhar a pesca do salmão. As duas usaram blazers quentinhos, suéteres, calças e sapatos. Foi assim que mademoiselle começou a descobrir a Escócia e seu tweed, uma lã quente e confortável em inúmeros padrões diferentes e armadura macia para enfrentar o forte frio. Paixão ao primeiro toque, o tecido – que deve seu nome ao Rio Tweed nas fronteiras escocesas – foi parar nas criações de Gabrielle e virou parte do DNA da marca.
Em 2020, o tweed entrou no mundo da joalheria da Maison. A primeira coleção reuniu 45 peças excepcionais, reproduzindo a maleabilidade e as sutilezas do tecido com mecanismos articulados. Masterpiece, o colar Tweed Couture agregou mais de 980 conexões para alcançar flexibilidade. Na receita entraram platina, ouro rosa, safiras rosa, pérolas cultivadas e diamantes em diferentes lapidações. Imponente, a peça foi reproduzida para se juntar ao acervo do departamento Patrimoine, como o colar 55.55 da coleção N°5 de alta joalheria.
Patrice Leguéreau, diretor do Chanel fine jewelry creation studio, se volta novamente ao tweed agora. O novo capítulo, Tweed de Chanel, traz 63 peças ricamente trabalhadas, com efeitos de bordado, franja e renda com vazados. Jogos de monocromia e policromia ajudam a reproduzir a trama do tecido com riqueza de detalhes e movimento. A coleção apresenta cinco novas tramas adornadas com ícones queridos por Gabrielle: a fita branca, a camélia rosa, o cometa sobre fundo azul, o sol e o leão realçado com flashes de vermelho em colares e sautoirs, pulseiras, broches, anéis e brincos. Uma atração a mais são as multiplicações propostas pelo designer em peças transformáveis, caminho cada vez mais seguido pela alta joalheria. “Para esta nova coleção dedicada ao tweed, quis ir além na interpretação, criando um verdadeiro tecido de pedras preciosas, leve e flexível”, explica Leguéreau.
Ícone do estilo de Gabrielle Chanel para a mulher empoderada, a camélia é também símbolo de delicadeza e distinção. Para o set que leva o nome da flor, sua perfeição geométrica é gravada em bordados em ouro rosa com safiras rosa pó e fúcsia sobre uma base texturizada. Aqui, um dos destaques é o colar em ouro rosa, ouro branco, diamantes e safiras em tom de rosa. Um plus é que o motivo central da camélia pode ser removido para ser usado como broche. Ele vem ao lado de outros três colares, um broche, três brincos e quatro anéis.
Presente nas coleções de alta-costura desde o início, tanto como fecho quanto como enfeite, a fita é outro subtema da coleção. Assim como na trama do tecido, fitas de ouro branco, diamantes e pérolas cultivadas se entrelaçam destacando preciosas texturas monocromáticas, ultra flexíveis, como em uma renda. No colar Tweed Perlé, uma parte dele pode ser retirada para ser usada como pulseira, enquanto outra pode ser usada em versão curta. Já o broche Perlé vira um pingente. O colar Tweed Pastel tem três diamantes especiais e faz link com um belo bracelete, além de anel. A peça icônica dessa família é um poderoso anel que dá destaque a um diamante de dois quilates.
“PARA ESTA nova coleção DEDICADA AO tweed, QUIS IR ALÉM NA INTERPRETAÇÃO, CRIANDO UM
VERDADEIRO tecidoDE pedras preciosas,LEVE E flexível .”
Patrice Leguéreau
Emblema da Bijoux de Diamants, a primeira e única coleção de alta joalheria criada por Gabrielle Chanel em 1932, o motivo cometa é eternamente moderno. Na coleção, ele vem conectado à ideia de um céu noturno estrelado, que se materializa em uma grande densidade de pedras preciosas em tons fortes: a trama em preto e azul é embelezada com diamantes e safiras amarelos. O colar Tweed Céleste ganha vida em ouro branco, ouro amarelo, diamantes, safiras e ônix, já o colar Étoilé, em cinco voltas, é em ouro amarelo e branco, diamantes, safiras amarelas, lápis-lazúli e ônix. E o anel Astral é finalizado por uma imponente safira azul profundo de 23,84 quilates.
O sol é outra imagem que sempre pontuou o mundo de mademoiselle, do seu apartamento na rue Cambon às coleções de alta-costura, sempre ligada ao leão, seu signo. Na coleção Tweed de Chanel, o astro-rei é o centro das atenções em uma trama brilhante que alterna volumes e joga com a transparência, enquanto pedras preciosas cristalinas evocam as estéticas bizantina e veneziana. Nesta sequência, o broche Byzance, em ouro amarelo, diamantes e berilos, se transforma também em pingente para um colar. Outra peça que se desdobra é o colar Cambon em ouro amarelo e branco, diamantes brancos e amarelos e cristal de rocha. O motivo do sol, detalhe central, pode ser removido e usado em anel, corrente ou como broche.
Por fim, o majestoso, destemido e instintivo leão, signo de Gabrielle Chanel, e que se tornou um de seus emblemas, sempre teve presença expressiva também na alta joalheria da grife. Aqui, o felino vem em tons vibrantes de vermelho, laranja e amarelo sobre texturas bordadas e trançadas com correntes. Outras joias transformáveis aumentam as possibilidades de uso, como no expressivo colar Royal, em ouro amarelo, ouro branco, diamantes e rubis. Seu diamante principal pode ser destacado para ser usado no corpo do anel e o diamante em forma de pera, em tamanho menor, pode ser removido do anel e ser usado no colar. A cabeça de leão também pode ser retirada para ser usada como broche – este elemento pode, ainda, ser associado ao diamante principal ou ao diamante em forma de pera de tamanho menor. O bracelete Royal, nos mesmos materiais, se desmembra em duas pulseiras. Já no broche Lion em ouro branco e amarelo, diamantes, rubis, espinélio (com corte oval de 9,13 quilates) e granadas espessartitas, o motivo do leão pode ser usado em uma corrente.
Desenvolvidas pelos artesãos da oficina de joias finas da Chanel, as peças tiveram o objetivo de levar para a joalheria a intrincada textura do tweed da marca, sua delicadeza e maciez. E isso ecoa, inclusive, no trabalho realizado no verso de cada peça, que é a parte em contato com a pele. Uma ode ao tecido que faz dele, mais do que nunca, precioso.
Fotos: © CHANEL / DIVULGAÇÃO
