FAAP Moda: O que esperar da edição 2018 do concurso
FAAP Moda foi criado com o intuito de preparar os participantes para o mercado de trabalho e agora, se firma no calendário fashion de São Paulo
Há quem ainda pense que o Concurso FAAP Moda é apenas um trabalho de conclusão de curso, mas, mero engano. Idealizado em 2004 pelas ex-alunas da Fundação Armando Álvares Penteado, Marianna Dal Canton e Renata Paternostro, o projeto vai muito além e tem como o intuito preparar os participantes para o mercado de trabalho da forma mais assertiva possível, ou seja, trabalhando em uma coleção com os mesmos desafios de um grande designer e tendo o plus de trabalhar de perto com big players da indústria nacional - seja no backstage com o stylist Maurício Ianês ou pelo estrelado júri, que a cada edição seleciona os escolhidos e avalia cada detalhe até a grande final.
Renata explica que a ideia surgiu, na verdade, a partir de uma necessidade. "Como fiz a faculdade de moda, vi muitos desfiles e pensava como seria fazer um. Daí fui saber durante a faculdade que nenhuma disciplina ainda possuía esse viés. Resolvemos então criar um concurso que, de quebra, daria o caminho das pedras. E, assim, surgiu o Faap Moda", explica.
Já Marianna acredita que o maior diferencial do projeto, que chega a sua 15 edição, é o conhecimento embasado e o preparatório: "Os seis finalistas realmente vivenciam como é o lançamento de uma coleção de moda, sendo assessorados por uma equipe de profissionais incríveis, que trazem na bagagem experiências nacionais e internacionais de anos de prática para compartilhar com os alunos. Neste sentido, além do aprendizado, a experiência prepara os alunos para o mercado e amplia o network".
Outro ponto crucial: os alunos são instigados ao desafio criativo desde o início do curso, uma vez que os participantes são de diversos semestres e não apenas formandos. "Ou seja, a experiência volta para a sala de aula e é compartilhada com os colegas", acredita Marianna.
Para Camila Rossi, atual coordenadora da graduação de moda, o que mais enriquece a participação é o desenvolvimento de aptidões práticas, como: "o conhecimento sobre tecidos, para melhor adequação e para o caimento desejado, o domínio das técnicas de modelagem e costura, e a seleção dos melhores acabamentos", pontua.
Christopher Tanelli e Elisa Sonnervig, vencedores da última e penúltima edição respectivamente, são dois exemplos da eficácia e poder do projeto; o primeiro (que participará também em 2018) está atualmente estagiando com a estilista alagoana Martha Medeiros; enquanto a segunda passou por etiquetas como Reinaldo Lourenço e Dudalina, fazendo parte atualmente da equipe criativa da Bo.Bô.
Este ano, Oskar Metsavaht, Alexandre Herchcovitch e Paula Raia foram os responsáveis por avaliarem os trabalhos de 37 participantes inscritos, elegendo 6 nomes para a segunda etapa do evento, que são: Christopher Tanelli Pitarello, Giulia Ferraro Boim, Maria Carolina Baraldi, Samara Lara Marques, Luisa Galindo Freire Silva e Tarsila Moraes Colichio.
"Passarela não é um showroom, é um stage. Um desfile serve para compartilhar um conceito, reafirmar um estilo e também estimular a reflexão. É como apresentar uma tese a cada seis meses", revelou o diretor criativo da Osklen ao ser questionado sobre o que acredita ser um fashion show. Até a aguardada final, que acontecerá na noite de 6 de novembro, novos jurados serão confirmados. Fiquem de olho!
Fotos: Fernando Silveiro
Edição: Otília