Noutro Compasso: Isabella Fiorentino para L'Officiel Brasil
Fotos RENAM CHRISTOFOLETTI
Edição de moda JOÃO PAULO DURÃO
A sustentabilidade e o consumo consciente fazem parte da vida de Isabella Fiorentino há muitos anos. Quarta filha de uma família de seis irmãos, ela conta que ouvia sua mãe falar de ecologia, de reutilizar e de reciclar desde sempre. “Isso sem falar que eu raramente tinha roupas novas. O natural era herdar peças das irmãs mais velhas, que já tinham sido de alguém”, lembra ela. Tem olhar mais atual?
“Esse movimento na moda já vem de uns quatro anos, mas se intensificou durante a pandemia. As pessoas começaram a valorizar mais as lojas com modelos de segunda mão. E as influencers darem o exemplo tem tudo a ver com esse crescimento. Existem peças em brechó que são únicas, verdadeiros achados!”, fala Isabella, que tem uma relação toda especial com seu guarda-roupa. “Eu não sou uma colecionadora de peças, mas uma apreciadora de moda. E cada peça em meu armário desperta uma emoção.”
Ao mesmo tempo que conta não ser apegada – e fazer grandes renovações a cada três ou quatro meses –, também se recorda de um vestido da avó cheio de significado. “Minha avó, mãe do meu pai, o trouxe da Itália quando veio ao Brasil. Ele é uma peça de tricô, preto. Minha mãe usou por muito tempo, depois passou para mim… Deve ter uns 50 anos! Também gosto de usar camisolas dela como vestidos.”
Menos montação é mais
Consultora de moda, Isabella vinha observando a tendência comfy não é de hoje. “A vida da mulher mudou muito e a moda precisa acompanhar essa transformação. Não à toa, as marcas internacionais buscam tecidos mais agradáveis, confortáveis, sustentáveis, que não precisam ser passados, por exemplo”, observa ela, que é mãe (de trigêmeos), esposa, profissional. E, durante a pandemia, ela analisa que virou quase uma afronta aparecer superproduzida no feed, pois está tudo mais humano, mais real, com mais empatia e menos ostentação.
”Acho que todo mundo tirou um pouco a máscara, o véu, e se mostrou mais humano. Gosto de manter o astral lá em cima, e isso inclui me arrumar. Preciso estar bem apresentada para mim mesma. Por isso, não passo o dia de pijama nem descabelada. Mas, nas muitas lives que fiz, às vezes aparecia de batom vermelho, brinco e colar, mas usava calça de moletom.”
Padrões sem filtro
Isabella revela que foi vítima dos padrões de beleza, trabalhando na indústria da moda desde os 13 anos, na qual a magreza sempre foi algo muito celebrado. “Tive anorexia quando modelo, e mesmo hoje ainda me cobro bastante.” E, se ela celebra esse movimento da beleza real, com menos retoques, nas campanhas publicitárias observa que as mulheres continuam se julgando e sendo implacáveis consigo mesmas. “As adolescentes levam fotos com filtros para os consultórios dermatológicos e de cirurgia plástica, não se aceitam e buscam esse resultado irreal. Nesse sentido, as redes sociais são muito cruéis!”
Adepta de rituais de beleza fáceis, práticos e não invasivos, ela conta que usa e abusa de ativos naturais para cuidar da pele, deixando para trás ácidos, lasers e tratamentos agressivos. Ela inclusive tirou o preenchimento dos lábios. “Acho que a autoaceitação é uma questão de maturidade.”
BELEZA: Eliezer Lopes. ASSISTENTE DE STYLING: Leo Napolitano. ASSISTENTES DE FOTOGRAFIA: Iago Fundaro e Leandro Balbino. TRATAMENTO DE IMAGENS: Eddie Mendes. AGRADECIMENTOS: Restaurante ALYAH, TAO PUBLIC RELATIONS e David Bastos.
TODOS OS LOOKS: DOLCE&GABBANA