Nova York dá o tom para a moda do futuro!
Passarelas da semana de moda de Nova York dão o tom para o futuro: vale tudo, desde que seja você!
Está se sentindo desequilibrada, não é mesmo? Esse mood tem nos atravessado tantas vezes que fica dificil fazer planos, definir prioridades ou entender o sentido da vida. Na moda, esse sentimento não é diferente. Mas, depois de tanto vaivém nas últimas temporadas, os desfiles de inverno 2022, que aconteceram em Nova York no fim de fevereiro, parecem decretar vale tudo. Ou nada. Quem manda é você. "Sinto que estamos num período da vida em que o que parece certo está evoluindo", refletiu Marc Jacobs em entrevistas ao lançar, de surpresa, sua coleção fora de calendário - o estilista, que tradicionalmente fechava NY nos tempos de outrora com megashows, repensou sua presença e apareceu, repentinamente, mandando um arquivo por e-mail. Novos tempos. De certa forma, a frase dita por ele norteou boa parte das coleções apresentadas por lá.
A astúcia da coisa toda fica no: o que é o certo? Para a moda dos EUA, que sempre teve um estilo muito bem definido e pouco aberto a fluências (em comparação às suas contrapartes europeias), o certo é olhar para seu core: as ruas e a tradição.
Não é de hoje que os norte-americanos estão em um movimento de voltar a dar foco ao heritage de casa - um mix de sportswear com um certo tom de elegância prática e direta - e tem funcionado. Mas o que se infusiona agora é a libertação dos estilos pessoais, de olho no que já acontece nas ruas. Nenhuma das maiores coleções foi um grande decreto sobre peças, cores, shapes ou tendências de consumo. A ideia é atender à autonomia contemporânea das vacinadas. Essas, que passaram tanto tempo em casa pensando em roupas utilitárias e confortáveis, agora querem sair para a rua se sentido belas e... confortáveis.
É no conforto para (e no desejo de) se movimentar que este inverno 2022 se baseia. As peças obedecem às liberdades do corpo, sem sacrifícios em nome da moda. Muito do que foi apresentado é lânguido e fluido mas até o que é mais rígido na alfaiataria respeita possibilidades e mobilidades. É aquela alfaiataria, inclusive, que finalmente vê seu retorno triunfante à passarela um caminho que vinha de anos atrás, mas foi interrompido pela pandemia que fez sua existência parar de fazer sentido no dia a dia. Dentro das possibilidades, segundo NY, você pode ser minimalista ou maximalista, de preto ou de pink, sexy ou recatada, dos tricôs (que apareceram muito) ou dos casacos (que apareceram muito mais), playful ou séria, suburbana do techno ou uma lady who lunch moderna. Ou variar entre todos os personagens que lhe cabem. Basta vontade, coragem e um pouco de equilíbrio. Ou desequilíbrio?