Rochas volta à vanguarda da cena parisiense com Alessandro Vigilante
A maison francesa retorna à vanguarda da cena parisiense com seu novo diretor artístico, o italiano Alessandro Vigilante
O universo encantado de Rochas! A maison francesa retorna à vanguarda da cena parisiense com seu novo diretor artístico, o italiano Alessandro Vigilante. Uma coleção entre sonho e realidade, na qual reina a elegância. Confira!
Originário de Puglia, Alessandro Vigilante desenvolveu inicialmente uma paixão pelo movimento, o que o fez seguir uma formação de dançarino durante 15 anos. Depois, diplomado em fashion design na IED Moda Lab de Milão, impôs seu talento de costureiro por 18 anos, vestindo numerosas personalidades na Dolce & Gabbana (como Jennifer Lopez e Scarlett Johansson), Gucci, ao lado de Alessandro Michele, com a famosa subida dos degraus de Cannes da atriz Lupita Nyong’o em seu vestido verde plissado, Philosophy de Lorenzo Serafini e The Attico.
Chegando à Rochas, Vigilante mergulhou nos arquivos dessa bela maison francesa para reinventar a mulher Rochas de hoje. “Houve uma conexão instantânea entre Rochas e eu”, declara Alessandro. Basta olhar para esta sublime coleção para compreender essa infinita verdade. “O ponto de partida desta coleção é uma fotografia do arquiteto e fotógrafo Carlo Molino em 1939, intitulada Fairy Tales for Adults, mostrando uma mulher com um longo vestido de cetim, realmente resplandecente, atrás das portas de um guarda-roupa. Atrás dela, pode-se ver obras de arte, flores e muito mais. Olhando para essa imagem, eu disse a mim mesmo que aquele espaço escondia todos os seus desejos e a sua intimidade. É a razão pela qual existem duas portas na cenografia do meu desfile. Abrir essas portas é como entrar no imaginário da mulher Rochas, lá onde ela pode verdadeiramente ser ela mesma. Ela pode brincar com seus desejos e, portanto, com suas roupas.
Penso que a mulher Rochas tem realmente talento para criar looks seguindo o próprio gosto, sem ser guiada por nada além dela mesma. Ela não segue as tendências. Ela é ela. Então imaginei-a deitada na cama, com um cobertor cobrindo suas pernas, que poderia se transformar em um manteau ou em uma saia acolchoada e adornada com hortênsias, segurada por fitas. As listras também desempenharam um papel importante; descobrir nos arquivos do fundador Marcel Rochas que ele gostava muito delas. Até mesmo a embalagem do perfume Moustache para os homens tinha listras. As cores foram escolhidas cuidadosamente: amarelo-ouro e marrom-acaju, completadas pelo azul-claro, pelo verde-esmeralda, pelo damasco branqueado e pelo azul diva. A malha felpuda dá a impressão de nos envolvermos em um cobertor peludo. Há peças finas de lingerie de renda art déco, como um vestido que retoma o motivo da embalagem do perfume Femme de Rochas. Observe igualmente esta jaqueta formal combinada com uma saia de franjas prateadas. Esta coleção é uma exploração tanto da forma quanto da essência.”
Lançada em 1925 por Marcel Rochas no número 100 da Rue Faubourg-Saint-Honoré, a marca homônima vestiu as mais belas mulheres do mundo, de Marlene Dietrich a Joan Crawford, passando pela duquesa de Windsor. Tendo se tornado, com a morte de seu fundador, uma maison de perfumes, dirigida por uma das mulheres mais elegantes do mundo, Hélène Rochas, foi preciso esperar até 1989, com Peter O’Brian, para que a marca retomasse o caminho da moda e depois o do calendário oficial do prêt-à-porter. Então se sucederam, a partir de 2002, Olivier Theyskens, cujas sublimes coleções ainda são lembradas, Marco Zanini, Alessandro Dell’Acqua e Charles de Vilmorin, antes que Alessandro Vigilante fosse nomeado, na primavera de 2023. Sua primeira coleção-cápsula foi produzida em menos de seis semanas e apresentada em julho para algumas editoras de moda, mas foi em março passado que Vigilante entrou pela porta da frente do salão do Hôtel d’Evreux, na Place Vendôme. Uma cenografia teatral, inteiramente revestida em tecido rosa-hibisco, das paredes ao mobiliário, como um cenário de cinema dos anos 1940, é enaltecida pela coleção outono-inverno 2024/2025 de Alessandro Vigilante para Rochas. Mesmo que estejamos em plena semana do prêt-à-porter, reina aqui uma atmosfera de costura. Descobrimos, nos bastidores do desfile, que sua musa não é outra senão Diana Vreeland, e seu ponto de partida, sua famosa frase “O olho tem que viajar”. Passamos de um vestido listrado de decote pregueado à Pierrot para uma saia estilo cobertor de damasco azul-celeste. Cada look foi detalhadamente trabalhado com uma forte ambição. Essa nova mulher Rochas é extremamente sofisticada, ela nos cativa, nos leva a outro mundo, aquele da moda onde tudo é possível, principalmente a elegância. Alessandro Vigilante acrescenta: “Passamos do estojo à mala de viagem. Cada peça da coleção é um exercício em torno da silhueta e da alma, em que os tons das joias e as texturas preciosas se misturam aos volumes suavemente drapeados da alfaiataria e à despreocupação das negligés”. Uma coleção toda inspirada em poesia, orquestrada por um designer do qual já esperamos ansiosamente um novo capítulo.
“PENSO QUE A mulher Rochas TEM realmente TALENTO PARA CRIAR looks SEGUINDO O PRÓPRIO GOSTO, sem SER GUIADA POR NADA ALÉM dela mesma. ELA NÃO SEGUE AS tendências. ELA É ELA.”