Semana de moda de Roma: sustentabilidade e novos designers
Itália correta! Na semana de moda de Roma, o olhar sobre a sustentabilidade abre espaço para jovens alternativas do cenário italiano. Confira!
Se a urgência do pensamento sustentável está em voga, as grandes semanas de moda deixam essa discussão escapar com facilidade por conta da voracidade do mercado. Vantagem para os eventos menores, que conseguem se moldar em busca de alternativas interessantes. A fashion week da capital italiana é um bom exemplo disso: nos últimos anos, AltaRoma tem dado holofote e espaço para novos talentos, etiquetas menores e jovens criativos. Veja alguns dos destaques que se apresentaram na última edição, em fevereiro, e que, apesar de não necessariamente italianos, refletem sobre o futuro do Made in Italy, produzido com responsabilidade.
Lucia Chain
Nascida em Buenos Aires e radicada na região de Piemonte, no norte da Itália, Lucia trata a moda de maneira quase sentimental. Construída de maneira slow, a sua alfaiataria confortável e sem marcação de gênero dá vida nova a tecidos brutos coletados localmente e tratados com tingimentos naturais, focando a modelagem em busca do desperdício zero de material.
Dennj
Tocada por Dennj Malaguti e baseada em Milão, a Dennj constrói as suas criações na base do “é o que tem”. Sem interesse em materiais novos, Malaguti parte seus processos da desmontagem de roupas antigas e tecidos de decoração, buscados em feiras de rua ou vindos de doações, para fazer peças em camadas e com várias funcionalidades. Mais do que defender o planeta pela circularidade, diz ele, a marca é um exercício autoimposto de técnicas de vestuário.
Maragno
A etiqueta do stylist Giulio Maragno, fundada no pós-pandemia, dedica-se a um ideal eco chic de conforto. Com um pé no homewear e as mãos em matérias-primas luxuosas vindas de estoques parados, a Maragno dá continuidade a uma certa tradição italiana de elegância invernal — daí a série de trenchs e casacos amplos, confortáveis e em tons neutros, feitos em edição limitada, conforme o material disponível.
Yekaterina Ivankova
Do Cazaquistão, Yekaterina mescla suas origens orientais com as influências da Itália onde estudou (em Florença) e construiu carreira. Na base da trinca reciclagem-reúso-retrabalho, a moda desta cazaque da geração Z é feita de peças únicas, via upcycling selvagem de roupas antigas.
Zerobarracento
O nome da marca de Camilla Carrara é bem direto sobre seus objetivos: zero desperdício, cem por cento de qualidade na matéria-prima e no processo de produção. Camilla faz roupas para o dia a dia, confortáveis, com uma série de tecidos sustentáveis certificados — da lã reciclada ao cupro produzido com o descarte da indústria do algodão.