Singularidades: tudo sobre a L'OFFICIEL #83

Podemos compartilhar a casa, os amigos, as paixões e, ainda assim, sermos distintos. Lembra do ditado “iguais só no branco dos olhos”? Sabedoria popular. Pensando de maneira diferente, somos seres complexos e precisamos, definitivamente, aprender com as singularidades. Percebo que estamos vivendo em uma sociedade mais receptiva do que a do passado e, ao mesmo tempo, ciente de que ainda há um longo caminho pela frente, para que o respeito ao outro seja exercido plenamente. Sem excluir, tratamos nesta edição do ser plural. Da convivência em harmonia. Do talento. “Falam que a pessoa é trans, como se isso fosse um emprego. Eu sou uma cantora; a identidade de gênero é outro assunto”, diz Urias, que estampa uma de nossas capas e lança seu primeiro disco, Fúria. Movimento multiplicador semelhante acontece na moda.

Não se trata apenas de roupas, também é sobre vivências genuínas, como destaca nosso editor Eduardo Viveiros ao falar de duas inquietas criadoras, Tete Oshima e Vicenta Perrotta. O mesmo se pode dizer do trabalho de Fabio Costa, que repensa a técnica de modelagem em função de um espectro de corpos possíveis. E eles não estão sozinhos. Nesse caminho, encontramos cada vez mais pessoas em processo de desconstrução. Somente assim nos tornaremos seres melhores.