Chelsea Film Festival dá show de diversidade e recepção em NY

O Chelsea Film Festival foi fundado pelas francesas, mãe e filha, Sonia Jean-Baptiste e Ingrid Jean-Baptiste. As duas são atrizes e sempre tiveram um forte envolvimento com o  cinema internacional. Sonia vive na França e Ingrid em Nova York e por isso notaram a necessidade de criar um espaço que de fato trouxesse novas vozes, para não só mostrar o seu trabalho ao público, mas também participar de treinamentos, conhecer outros criadores para possivelmente contribuir em futuros projetos. 

O festival (CFF) está apenas na sua 9a edição, mas é o mais popular entre os diversos pequenos e médios festivais da cidade. Se tornou um ponto de encontro onde muitos veteranos da indústria encontram o que será a próxima, e extremamente diversa, geração de cineastas. Muitos dos participantes estavam em seus primeiros projetos independentes, como é o caso da brasileira Ursula Monteiro com seu curta-metragem, Val. Ela é apenas uma de um grande grupo de estrangeiros que conseguiram ter seus projetos aceitos para o festival.

Além da missão, o que também ajuda a tornar o festival especial são os eventos, sempre black-tie, onde todos os participantes e apoiadores conseguem socializar sem muita formalidade, seja em um rooftop com a vista da cidade ou no bar do hotel oficial do festival. Lá você pode ver cenas de ganhadores do Oscar dando risada com um roteirista que ainda nem lançou o seu primeiro filme. O clima de fraternidade, muito vem de Ingrid e Sonia que fazem cada um dos convidados se sentir como parte da família e por consequência, deixa o final do festival com aquele gostinho de “quero mais”. Não é uma surpresa quando a maioria volta no ano seguinte. 

Com alguns riscos ainda presentes devido à pandemia, o CFF se adaptou a um modelo híbrido, onde os eventos presenciais eram apenas por 4 dias em outubro com diversos protocolos a serem seguidos e grande parte da mostra de modo virtual. Algo que já se tornou uma vantagem para a equipe, uma vez que durante os lockdowns nos Estados Unidos e na Europa eles organizaram uma série de conversas informais entre fãs, equipes e atores de séries da Netflix como A Casa de Papel e Fauda. 

A tentativa para manter as atividades pelas redes sociais deu tão certo que aumentou a visibilidade do festival internacionalmente o que gerou um impacto muito positivo para a cidade, uma vez que organização não tem fins lucrativos, e usa parte de seus fundos arrecadados para facilitar aulas de arte à crianças e jovens que normalmente não teriam acesso.