Débora Falabella revela como o teatro a libertou da timidez
Débora Falabella revelou que, antes de brilhar nos palcos, era extremamente tímida e quase não falava. No teatro, encontrou sua voz e um refúgio para se expressar
Débora Falabella pode até brilhar nos palcos e nas telas, mas, fora deles, a história é bem diferente. A atriz, conhecida por sua intensidade em cena, revelou que sua jornada artística começou como um verdadeiro exercício de superação. Antes de dar vida a personagens marcantes, Débora enfrentava um obstáculo invisível: a timidez. E foi justamente no teatro que encontrou um refúgio para transformar silêncio em expressão.
Quando criança, Débora era quase uma sombra discreta, calada, distante das interações sociais. “Eu era muda”, relembra, sem exageros. Enquanto muitos artistas descobrem cedo o desejo de estar sob os holofotes, ela se refugiava no oposto: o anonimato. Mas a arte, como tantas vezes acontece, ofereceu um caminho inesperado. No teatro, ela encontrou não apenas um espaço para se esconder, mas, paradoxalmente, um meio para se revelar.
Vestindo diferentes personagens, a atriz percebeu que conseguia dizer o que, sendo apenas Débora, parecia impossível. “Comecei a descobrir através da arte uma maneira de falar, de conseguir ser ouvida”, contou. Cada papel se tornou uma espécie de tradução para o que sentia, um canal que a conectava ao mundo sem que precisasse se expor diretamente. A ironia? No palco, ela se sentia livre. Fora dele, ser ela mesma continuava um desafio.
E esse dilema não ficou no passado. Mesmo hoje, com uma carreira consolidada, Débora admite que se posicionar publicamente não é algo natural para ela. “A gente tem que dar nossas opiniões… Para mim é muito difícil”, confessou. Mas, em vez de evitar o embate, ela encontrou uma solução engenhosa: usa seus personagens para dizer o que, talvez, Débora jamais diria em seu próprio nome.
O mais recente desses personagens foi Irene, na série Fim, do Globoplay, inspirada no livro de Fernanda Torres. Um papel que a levou a explorar os temas do tempo e da finitude – assuntos profundos, intensos, perfeitos para quem aprendeu a se comunicar através da ficção. Afinal, para Débora Falabella, a arte sempre foi mais do que um ofício: foi a voz que ela mesma demorou a encontrar.