Gabi Medvedovsky reflete sobre amizade de ‘As Five’
Gabi Medvedovsky fala com carinho sobre amizade de ‘As Five’ e revela para a L’Officiel Brasil, como surgiu sua amizade com Mariana Ximenes
Gabi Medvedovsky, ou ‘Keyla’, como ficou conhecida em ‘As Five’, finaliza mais um projeto com o coração alegre! A atriz de 31 anos, que começou sua carreira na televisão com ‘Malhação’, deu seguimento à trama envolvendo o grupo de amigas da série de grande sucesso. Posteriormente, o grupo formado por Lica, Tina, Ellen, Benê e Keyla, ganhou o seu próprio programa e encerra, em sua terceira temporada, um lindo ciclo repleto de amor, cumplicidade, empatia e, principalmente, amadurecimento!
Em entrevista exclusiva para a L’Officiel Brasil, Gabi relembra como surgiu o seu interesse pelas artes de cantar, dançar e atuar, e ainda aproveita para contar como surgiu a sua amizade com a Mariana Ximenes! Confira agora a entrevista completa:
Assim como ‘Malhação’, agora você encerra mais um lindo e poderoso ciclo de sua vida: a última temporada de ‘As Five’! Você comenta que finalizar este trabalho não foi tão difícil como fechar o ciclo de ‘Malhação’. Por que? Explica pra gente!
Não é que não seja difícil, despedidas nunca são fáceis, ainda mais de um projeto tão grande e importante como esse. Mas, ao mesmo tempo, sinto que estamos nos despedindo desde 2022, quando terminamos as gravações. Então sinto que a despedida já vem acontecendo em doses homeopáticas. A sensação que eu tive quando terminamos Malhação foi de que ainda havia história para contar. De que ainda existia espaço para desenvolvimento das personagens e assuntos pertinentes para serem discutidos. O que eu acho maravilhoso do projeto ‘As Five’ é que como falamos sobre o nosso tempo, e em diversos contextos, assuntos nunca vão faltar. Poderíamos seguir contando essas histórias para sempre, mas é importante também dar espaço para o novo em nossas vidas.
Então, embora ainda existam pautas para serem discutidas e espaço para desenvolvimento dessas personagens, acredito que cumprimos nossa missão de fazer jus a suas trajetórias. Se em algum momento for pertinente a volta delas, tenho certeza que elas vão reaparecer nas nossas vidas.
Você esperava que ‘As Five’ fosse alcançar esse sucesso todo? Na última e terceira temporada da série, você sente que a Lica, Tina, Ellen, Benê e principalmente a Keyla ainda teriam história pra contar?
Desde que começamos a filmar Malhação já entendíamos a preciosidade do projeto que tínhamos em mãos. Claro que a gente não tem como saber se será um sucesso ou não, mas a gente acreditava muito nessa história, era muito alinhada com nossas convicções e com o que sentimos de demanda do público. Quando ‘As Five’ chegou, foi a continuação de um processo ainda mais maduro e profundo. Eu sempre acreditei e confiei no potencial dessas histórias.
Acabei respondendo um pouquinho dessa pergunta na resposta anterior. Eu acho que sempre vai ter espaço para seguir contando essas histórias porque a vida vai seguir acontecendo e o mundo vai seguir propondo demandas e pautas relevantes para serem questionadas e discutidas. Essa é uma das belezas de se trabalhar contando nossas próprias histórias do nosso tempo.
A amizade de vocês transcende as telas! Como é a sua relação com as meninas no mundo real?
Acho que conseguimos criar uma dinâmica grupal muito bonita. Nosso projeto é alicerçado nas diferenças e conseguimos encontrar uma maneira de convergir essas forças para construir essa história de amizade. Encontramos dinâmicas grupais e pessoais que são muito valiosas, que só nós cinco entendemos, das quais eu tenho muito orgulho e que eu vou levar pra sempre na minha trajetória.
Falando nelas, a Heslaine Vieira brilhou em ‘Fuzuê’ e agora, a Daphne Bozaski chegou chegando como ‘Lupita’ na novela ‘Família é Tudo’! Você acompanhou essa fase deliciosa na vida das meninas?
Claro! Desde que terminamos a Malhação acompanhamos os trabalhos umas das outras, seja a Manu no cinema, Heslaine arrasando em Fuzuê, e agora Daphne e Aninha também na próxima novela das 19h. Também curtimos muito quando pudemos viver a experiência de contracenar, eu Heslaine e Daphne, em outro registro quando fizemos uma novela de época em 2021. Eu vibro porque eu sei do potencial de cada uma, eu sei que são profissionais exemplares, atrizes comprometidas com o nosso ofício e que merecem lugares de respeito e destaque no audiovisual. Eu tenho certeza que somos o futuro e que estamos investindo e nos esforçando para entregar nosso melhor.
E quando o assunto é amizade, a Keyla, personagem interpretada por você em ‘As Five’, passa por verdadeiros desafios na relação com uma de suas amigas. Você já passou por uma situação parecida?
Acredito que todo mundo já teve alguma situação complicada com algum amigo na sua vida, afinal, relações humanas são assim, nem sempre a gente se entende. Eu não vivi nada como o que a Keyla viveu com a Tina, por exemplo, com situações envolvendo trabalho ou vícios, mas claro que já me vi em momentos de conflitos com amigas (os).
Mas eu acho que relações de amizade, assim como qualquer relação, precisam de cuidado, manutenção e atenção. A gente tá mais acostumado a falar sobre isso quando se trata de relações amorosas, por exemplo, mas pouco se fala nessa manutenção das relações de amizade. Inclusive muito tem se falado recentemente sobre o tópico “amizades de baixa manutenção”, que eu acho interessante, quando se trata de um lugar sem cobranças excessivas. Mas as coisas também não precisam ser 8 ou 80, ou é altíssima manutenção com muitas cobranças, ou é baixíssima, quase sem contato.
Acredito mesmo que boas relações se fortalecem com contato, presença e compromisso. Então acho que diálogo, troca sincera e escuta ativa são necessárias para passar por esses momentos e situações delicadas e alinhamento de expectativas. O vínculo autêntico é aquele que faz sentido e tem equilíbrio para ambos os lados.
A Keyla dá um show de feminismo, principalmente quando o assunto é maternidade solo. Quais lições você tirou durante estes anos com a personagem?
As lições que a Keyla me deu são inúmeras, é uma personagem complexa e profunda que me ensinou muito, mas se eu pudesse destacar uma coisa, e que acho dignifica muito essa personagem é a sua resiliência.
O exemplo de força que ela traz é muito inspirador. Ela tem uma fala que se repete algumas vezes nos seus textos que me emociona e comunica muito, essa característica dela é: “A gente sempre encontra um jeito de seguir em frente”. É a prova de que a sua resiliência e força são a base dessa personagem.
Fala um pouco sobre sua amizade com a Mariana Ximenes! Como vocês se conheceram e como descreveria a amizade de vocês?
Conheci a Mari quando trabalhamos juntas na novela das 18h, Nos Tempos do Imperador. Era em época de pandemia, então a gente acabou se aproximando bastante já que ficávamos mais restritas e focadas nas gravações. Eu vejo a Mari como uma irmã mais velha, mas apesar da diferença de idade, temos uma relação muito bonita de cumplicidade, troca e fortalecimento mútuo. Aprendo muito com ela e admiro muito a disponibilidade que ela tem também de crescer e aprender comigo. É um privilégio ter uma das maiores atrizes do Brasil como amiga e referência.
Você é uma artista completa! Canta, atua, dança e se joga de cabeça em todos os projetos que participa. Como surgiu esse interesse pela dança e pela música? Aconteceu antes da atuação?
Obrigada! Heheh A dança sempre esteve presente na minha vida, comecei no ballet clássico com três anos de idade, me formei com quinze, participei de grupos de dança folclóricos e sempre que pude frequentei escolas, seminários e workshops por onde passei. A música sempre esteve presente na minha casa, e apesar da insistência dos meus pais, eu sempre tive um pouco mais de resistência com as aulas porque eu tinha um pouco de vergonha. Comecei a estudar e me dedicar mais quando fiz 20 anos, e aí a atuação foi chegando junto e acabou me conquistando totalmente.
O seu sobrenome, Medvedovsky, tem origem judaica. Você de alguma se relaciona com as suas origens ou esta é uma realidade distante para você?
Me relaciono sim, eu sou judia e me entendo judia não só através da religião, mas como uma cultura que é o alicerce da minha criação, formação e da minha família. Mas acima de tudo, eu sou uma pessoa de muita fé. E minha fé e minha espiritualidade, são muito minhas, porque eu conquistei e desenvolvi elas num processo muito pessoal ao longo dos anos.
Existe uma colocação de um rabino chamado Rami Shapiro que eu levo como diretriz na minha vida, que é o seguinte: “Para mim, religiões são como línguas. Nenhuma é verdadeira ou falsa, todas as línguas são de origem humana, há coisas que você diz em uma língua que você não consegue dizer, ou não pode dizer tão bem em outra, e quanto mais línguas você aprende, mais rica se torna sua compreensão de vida. Judaísmo é minha língua mãe, mas em coisas de espírito procuro ser multilíngue."
Como a moda se encaixa em sua vida? Tem algum interesse nesse universo fashion? Como se relaciona com o “vestir-se bem”?
Tenho muito interesse. Para mim, o vestir-se bem está conectado com o ser quem se é. É uma maneira de se apresentar para o mundo, de se comunicar e não deixa de ser a primeira coisa que comunicamos quando chegamos em algum lugar.
Me interesso no que acontece no universo fashion porque acredito na moda como uma manifestação artística que também comunica, propõe e critica. Gosto de assistir os desfiles porque de alguma maneira eles também são um espetáculo, ultimamente alguns desfiles como o da Louis Vuitton com a performance da Rosalia, e mais recentemente o desfile da Lacoste em Roland Garros (que eu como entusiasta do tênis, particularmente amei) são espetáculos que muito me interessam.
E quando olha para o seu guarda-roupa, consegue enxergar a sua verdadeira identidade? Teria um estilo definido?
Eu gosto da moda que transcende o tempo, que vem e volta. Não sei dizer se tenho um estilo definido, eu acho que o meu guarda-roupa transita por alguns lugares, mas no geral eu tento priorizar o conforto. Eu gosto do ousado, mas eu também gosto do clássico. E acho que isso é divertido, poder transitar, acho que meu lado atriz se beneficia dessa oportunidade de variar, a gente muda, o tempo inteiro, evolui, e acho que isso se reflete também no nosso vestir.
Cabelo curtinho, make limpa e uma sensação: a de leveza! É assim que você se parece hoje, mas caso fizesse uma mudança repentina, qual seria?
Ah, que legal que é essa imagem que eu passo, porque é assim que me sinto! Tem duas coisas que eu tinha vontade de fazer, uma mais realista, outra um pouco mais radical hehe Já tem um tempo que tenho muita vontade de cortar uma franjinha, tipo birkin bangs, morro de vontade de fazer. Quando eu era criança eu usava bastante franjinha, tenho vontade de voltar! A outra vontade, mas que acho mais ousado e difícil (principalmente porque tenho uma doença autoimune no couro cabeludo, então tenho que tomar cuidado e tudo que faço no cabelo tem acompanhamento medico) era a vontade de ficar ruiva!! Eu até tive a oportunidade de ter uma provinha de um cabelo vermelho com a Keyla no episódio 5 da terceira temporada de ‘As Five’, mas acho que esse vermelho deve ser muito difícil de cuidar. Eu queria mesmo um ruivo natural, será que ficaria legal? Hehe
Um produtinho de maquiagem que é o seu favorito e você não vive sem:
Ultimamete eu tô viciada no brow setter da benefit. Eu tenho sobrancelhas volumosas e adoro pentear elas pra cima :)
Conta pra gente quais são os seus planos para 2024! Alguma produção para já termos em vista?
Tenho alguns planos para 2024, tô bem animada para me aventurar em um desafio musical e fazer cinema. Mas um projeto que já já vem por aí é meu retorno ao teatro. Não vejo a hora de voltar para os palcos, o teatro reconecta com o nosso propósito, o palco é um lugar sagrado e estou ansiosa para voltar.
Vamos finalizar nosso bate-papo com uma reflexão? Quem é a Gabi depois da “Keyla”?
Com certeza é uma amiga mais empática, uma profissional mais preparada e madura, uma cantora com mais cara de pau e uma pessoa mais grata e feliz.