Shakira desabafa sobre dor e superação após separação de Piqué
Shakira revela como transformou a dor da separação em força e resiliência durante turnê na América Latina
Shakira atravessa um processo de cura diante dos holofotes, transformando dor em arte e encontrando forças para seguir em frente. Desde a separação de Gerard Piqué, anunciada em junho de 2022, a cantora colombiana tem usado a música como um refúgio emocional, refletindo sobre suas cicatrizes com honestidade pungente. Em sua turnê mundial Las Mujeres Ya No Lloran pela América Latina, Shakira compartilhou em entrevista ao canal N+ do México que o caminho da superação é longo e complexo. “Os processos de cura levam muitos anos”, afirmou à jornalista Danielle Dithurbide, revelando que ainda lida com o peso do passado.
Quase três anos após o término do relacionamento, Shakira encara as memórias com uma metáfora poética que sintetiza seu espírito resiliente: “Eu continuo dançando, mesmo que meus pés doam.” Essa imagem poderosa não é apenas um reflexo de sua performance no palco, mas também de sua capacidade de persistir mesmo quando as feridas parecem irreparáveis. “Aprendi que você pode sentir alegria mesmo carregando dor — enquanto vive com uma ferida que não cicatriza direito”, confessou, expondo as contradições de um coração partido que ainda pulsa com vida.
Dançar através da dor tornou-se um símbolo de sua trajetória pessoal e artística. A dualidade entre fragilidade e força emerge em cada verso e melodia, enquanto Shakira abraça as emoções sem se esconder delas. Reconhecendo que houve momentos em que se sentiu “pequena” e vulnerável, ela celebrou a presença de amigos e familiares que foram essenciais para resgatar sua autoestima. “É quando pessoas reais entram em cena — para lembrá-la do seu valor e de que você é capaz de mais do que imagina”, disse a cantora, destacando o apoio fundamental que recebeu ao longo desse processo.
A música tornou-se, mais do que nunca, um grito de liberdade e expressão. Algumas canções refletem o amargor das cicatrizes, enquanto outras evocam esperança e renascimento. Sem perder a sinceridade que sempre caracterizou sua arte, Shakira reconheceu que, embora existam pessoas que nos decepcionam, há outras capazes de nos surpreender positivamente. Essa consciência é, para ela, um lembrete constante de que a vida reserva reencontros inesperados e novas possibilidades de felicidade.
A imagem da loba — um arquétipo que Shakira já havia incorporado em seu repertório — ressurge como símbolo de força e lealdade. “Ser uma loba significa ser leal, ser uma amiga de verdade, ser uma mãe protetora e ser uma mulher empreendedora e trabalhadora”, explicou. Para além da dor, essa identidade feroz e independente reafirma sua conexão com o próprio poder. A cantora enfatizou que mulheres frequentemente doam mais de si mesmas para as famílias e parceiros, mas, ao mesmo tempo, encontram dentro de si recursos para resistir e se reinventar.
Enquanto Piqué optou por um silêncio reservado sobre o passado, Shakira escolheu a transparência como caminho para a cura. Suas canções, carregadas de significados e sentimentos intensos, encontram eco em fãs que se inspiram em sua jornada. A música, para ela, não é apenas uma expressão artística, mas uma forma de sobrevivência — um espaço onde vulnerabilidade e coragem coexistem e se transformam em resistência.