Stephen Amell sobre nova série "Heels" em entrevista exclusiva
Stephen Amell estrela em “Heels”, a nova série da Starzplay que está impressionando fãs, críticos e até a repórter que aqui escreve. É um drama familiar no contexto de luta-livre, wrestling que acompanha os irmãos, Jack e Ace (Stephen Amell e Alexander Ludwig), que são lutadores e donos de um ringue herdado de seu pai, em uma pequena cidade na Geórgia.
O nome da série vem pelos termos usados na própria luta-livre. Os mocinhos são chamados de “face”, rosto, e os vilões de “heel”, calcanhar. Isso é importante pois ao contrário de outros esportes, o estilo de luta, depende de uma narrativa para trazer entretenimento ao público e isso torna os bastidores ainda mais interessantes. No ringue os irmãos seguem a estória de serem rivais que lutam pelo legado do pai. Mas o que acontece por trás das cortinas é muito diferente e claramente afetam a relação dos dois e de suas famílias e amigos.
Stephen Amell interpreta Jack, o irmão mais responsável que realmente toca o ringue da família. Na nossa entrevista exclusiva com o ator ele nos contou diversas histórias de como foi trabalhar na série bem como o que os fãs que o conhecem da série Arrow podem esperar deste novo personagem. Confira a conversa em texto e vídeo!
L'Officiel: Estava assistindo os primeiros episódios e eu estou impressionada, pois é sobre uma família no contexto de luta livre. Achei que seria muito mais sobre as lutas.
Stephen Amell: O que eu tenho tentado explicar para muitas pessoas é que se a série é um bolo, luta-livre é a cobertura. A dinâmica familiar é o recheio. Eu realmente adorei ouvir isso que você disse. Me perguntam muito como que a gente sabe a reação do público, e a forma que eu faço isso é vendo que tipo de perguntas a imprensa faz ou o que estão falando. Então, se você está dizendo que ficou surpresa pela dinâmica familiar, a gente provavelmente está fazendo a coisa certa, porque isso era o importante.
L: Deve ter sido muito divertido trabalhar como ator em um projeto que tem uma dramática bem escrita ao mesmo tempo que tem toda uma parte física. Qual foi o maior desafio para filmar a série?
S: Vou falar para Mike O’Malley e Michael Waldron [criadores da série] que você gostou do roteiro. O drama foi muito mais desafiador. Nas cenas de luta-livre e as coisas físicas, no ringue, o comportamento de Jack já é muito demonstrativo. Muito era improviso, mas eu sabia que tinha que passar um ponto. Peter Segal, o diretor, e Mike O’Malley, o showrunner, diziam “Stephen, vai lá e começa a insultar a plateia", sabe? No terceiro episódio, você vai notar, quando eu caminho até o ringue. Alguém joga um saco de pipoca, eu pego no ar e jogo na cara de alguém. Isso tudo é improviso.
Já na dinâmica da família, você tem que se certificar que o seu personagem está totalmente pronto quando o público o vê. Eu tenho que estar preparado com a história de fundo. De onde Jack é, qual sua relação com Ace. Como era sua relação com o pai ou sua mãe. Como ele mesmo é como pai. Como é sua relação com a Staci e o tempo que eles estão juntos. Ele está bravo com o Wild Bill? Como são suas coisas com a Willie. Você tem que pensar sobre todas essas coisas e fazer uma escolha muito clara. Isso sempre é bastante assustador e intimidador, porque você nunca sabe até atuar na cena.
L: Uma das coisas que eu achei interessante é o formato dos dois personagens principais em trazer o vilão e o herói dentro no espectro do mesmo personagem. Como foi para você trabalhar isso?
S: Foi sensacional. Há uma cortina que você passa, e (ele estala os dedos). Quando você passa por ela, tudo muda. Mesmo no primeiro episódio, quando você conhece Jack no ringue ele é Jack Spade campeão de DWL, o cara mais alto da companhia. No momento que volta para trás da cortina, ele está ao serviço do Big Jim, pensando na dinâmica do show. Tem que resolver a máquina de fumaça que está quebrada. Ele é o chefe da DWL e está no comando quando ele está na frente do público. Mas fora de lá, em tudo, ele está constantemente preocupado de não ser bom o suficiente. É um personagem muito legal de interpretar. Acho de verdade, que se a gente tiver sorte de ganhar uma segunda temporada, e poder contar mais dessa história, esta primeira será como um prólogo, ou um primeiro capítulo de uma grande estória.
L: Você é muito conhecido no Brasil por seu trabalho em Arrow. Vindo de um super-herói, no sentido clássico dos quadrinhos, como você espera que o seu público vai reagir quando eles verem Jack tem um espectro tão grande de diferentes qualidades e defeitos?
S: Bom, a primeira coisa: vamos fazer com que eles assistam. Avise eles e vamos conseguir algumas pessoas para ver Heels. Não é tão diferente de uma série de super-heróis, é quase uma. Os lutadores, seus personagens nos ringues, são como se fossem seus personagens de super-heróis ou super-vilões. Pensa no Jack, você o vê caminhando de camiseta e jeans e botas para trabalhar. E no ringue, ele troca para o traje de super-herói. Coloca as botas, o colete, a roupa, o cinto. Passa o óleo corporal e tudo. E, olha, temos até um cara com máscara. O Diego Cottonmouth. Dá para nisso como uma série de super-heróis.
L: Como foi o processo de ensaio para essas cenas?
S: Luta-livre é coreografada de uma forma um pouco mais solta, comparado ao que a gente fazia em Arrow. Foi muito interessante. Em Arrow, usava armas e outras coisas. E Heels, o que queremos é mostrar que nos bastidores de luta-livre você comunica ao seu companheiro, no ringue, e ao juiz os passos que vai fazer. É responsabilidade do Heels (vilão), fazer isso. Tem um segmento que tinha uns 12 ou 15 movimentos. E houve um momento eu derrubei o Alexander de costas, no ringue, como o personagem eu falo “fique de costas. Agora vou enforcar você” ou “tá na hora de levantar”, “levanta, Ace”, vou falando para que ele se movimente.
L: Houve algum erro de gravação nessas cenas que você pode contar?
S: A única coisa engraçada que houve foi em uma luta que um outro lutador fica muito bravo comigo no ringue e começa a me bater de verdade. E tínhamos que fazer com que o público e os “fãs” ali assistindo pensassem que havia algo estranho acontecendo. Então tínhamos que ser muito realistas. A gente tinha que estar seguros e saber o que fazíamos, mas ao mesmo tempo ser muito duros e brutos entre nós. E obviamente você não quer de fato acertar um soco, que pode acabar quebrando algum dedo ou algo. A razão que foi engraçada é que depois do take todo mundo correu para o ringue porque quase gritaram para cortar algumas vezes porque pensaram que estávamos de fato brigando.
Heels começou no Starzplay no domingo, 15 de Agosto, e a cada semana há um novo episódio. A série é escrita e criada pelo produtor executivo Michael Waldron (“Loki”), e tem Mike O’Malley como showrunner e produtor executivo. Fique de olho aqui que nas próximas semanas publicaremos aqui mais entrevistas exclusivas com outras estrelas da série, Alexander Ludwig, Kelli Berglund e Alison Luff.