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Viola Davis fala sobre cenas sem dublê

Viola Davis revela os desafios de atuar em cenas de ação sem dublê e como seu corpo reage de forma intensa às sequências no novo filme

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Viola Davis (Foto: reprodução/ instagram @violadavis)

Viola Davis revela os desafios de atuar em cenas de ação sem dublê em "G20", seu novo filme de ação. A atriz, com um EGOT no currículo, nunca se acomodou em um único gênero e agora se joga de cabeça no universo do cinema de ação. Ela interpreta Danielle Sutton, presidente dos EUA, que recorre à sua experiência militar quando terroristas invadem uma cúpula internacional. E, como sempre, Viola se entrega completamente ao papel, dispensando dublês em boa parte das cenas, como ela mesma revelou em conversa recente com uma publicação masculina.

 

A premissa do filme lembra os clássicos filmes de ação dos anos 90, onde um protagonista improvável se vê forçado a enfrentar vilões que subestimaram sua capacidade. Harrison Ford fez isso em "Força Aérea Um"; agora, Viola Davis assume o posto, mas trazendo algo a mais: uma complexidade emocional que confere humanidade à sua personagem. A diretora Patricia Riggen menciona "O Fugitivo" como inspiração, destacando que a abordagem de Davis equilibra realismo e intensidade. “Ela traz verdade para qualquer papel que interpreta, e aqui não foi diferente”, explica Riggen.

 

A transição para o gênero exigiu mais do que apenas preparação física. Para Davis, interpretar a presidente dos EUA demandou um estudo aprofundado sobre como liderar em meio ao caos sem perder a humanidade. “É uma linha tênue entre ser uma mãe, uma esposa e uma chefe de Estado. O que você sente precisa ser canalizado de forma estratégica”, reflete. A atriz também admite que, apesar de sempre ter admirado mulheres em filmes de ação, nunca havia tido a oportunidade de ser a protagonista desse tipo de narrativa.

 

O desejo de ver mulheres explorando sua força física no cinema foi um dos fatores que a motivaram a aceitar o papel. Davis cita Angelina Jolie, Zoe Saldana e Sigourney Weaver como referências, destacando que a presença feminina em filmes de ação tem evoluído para além do estereótipo da donzela em perigo. “É revigorante mostrar que nossos corpos não são apenas adornos, mas ferramentas que podemos usar para nos proteger e para proteger os outros”, afirma. No filme, a presidente Sutton não se limita a discursos ou decisões de gabinete: ela parte para o combate, de tênis nos pés, sem se preocupar com a estética do glamour hollywoodiano.

 

Mas o que diferencia sua abordagem das típicas performances masculinas no gênero? Para Davis, é a fusão de inteligência, empatia e força bruta que torna a personagem única. “Ela só usa sua força quando necessário e nunca ignora a dimensão emocional da situação”, explica. Em tempos onde a política e a segurança global estão cada vez mais interligadas à tecnologia, o roteiro de "G20" também atualiza os clichês do gênero, trocando armas nucleares por ameaças mais contemporâneas, como deep fakes e ataques cibernéticos.

 

Além da ação, Davis também compartilha como sua vida pessoal influenciou sua abordagem para o filme. Mãe de uma adolescente, ela admite estar constantemente atenta ao ambiente ao seu redor, sempre avaliando possíveis riscos. “Mesmo que seja só para ir ao supermercado, eu sempre sei onde fica a saída mais próxima”, brinca. Essa mentalidade vigilante, somada à sua entrega física e emocional, faz de "G20" um filme que promete mais do que sequências de adrenalina: é uma obra que reforça o poder e a resiliência de uma mulher em uma posição de comando. 

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