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EDITION Madrid: saiba tudo sobre o hotel!

O EDITION hotel abre suas portas em Madrid com final de semana cheio de eventos para convidados com performances de flamenco e show da cantora St. Vincent. Nossa correspondente internacional, Miriam Spritzer, participou da celebração e contou tudo aqui 

Hotel Edition Madrid
Hotel Edition Madrid

Considerando todas as viagens que já fiz a Espanha e o tempo que passei no país, jamais pensei que assistiria a um show de flamenco pela primeira vez na penthouse do mais novo hotel boutique de Madrid, cercada de artistas locais e internacionais e ao lado de dois dos principais chefs latinos da atualidade. Mas lá estava eu, sentada nos degraus que levam à piscina privada no terraço do duplex com vista para a cidade assistindo aos dançarinos com a minha taça de cava. A noite, foi apenas uma breve prévia do que seria um final de semana intenso na capital espanhola para celebrar a inauguração do novo EDITION Hotel

Uma das cabeças por trás do projeto é Ian Schrager, o criador do Studio 54. Como boa nova-iorquina, não poderia deixar de descobrir em primeira mão o que ele estaria aprontando na capital espanhola. Mais do que ver, também queria experienciar a oportunidade única. Afinal, o que inventar em Madrid que já não existe? A cidade é repleta de opções excelentes de restaurantes e bares muito bem frequentados. Nem há falta de hotéis de luxo. Certamente não foi a busca dos visitantes por um novo “hot-spot” que levou a rede de hotéis a enfrentar um mercado relativamente saturado. No entanto, se há alguém capaz de trazer algo totalmente inesperado, é Ian.

Ele é um dos co-fundadores do conceito de “hotel boutique” que em sua essência são hotéis de alto padrão, com uma menor quantidade de acomodações, com serviços extremamente personalizados. Entre as várias outras redes que pertencem ou foram criadas por Ian, de fato, EDITION é uma das franquias mais quentes do momento no mundo da hotelaria. É famoso por ter uma pegada mais jovem, o design é despojado e minimalista, chic sem ser pretensioso e confortável. Não só está presente nas principais cidades do mundo, como é também o ponto de encontro para turistas e locais, seja em seus bares de lobby ou nos restaurantes, rooftops e night clubs.

O que foi então que motivou o lançamento em Madrid? “As pessoas se dedicam à uma boa vida”, disse o empresário durante a coletiva de imprensa em seu novo hotel. Como em seu lendário empreendimento na vida noturna nova-iorquina, a marca de hotéis na sua visão é “um acontecimento, um evento, algo vivo como um sentimento”. E sinceramente, até que os eventos do lançamento começaram naquela quinta feira à noite, eu ainda não poderia imaginar como eles iriam conseguir atingir isso.

Hotel Edition Madrid
Hotel Edition Madrid
(Fotos: Nikolas Koenig (@nikolaskoenig)

O primeiro jantar oficial foi um petit comitê para 40 pessoas servido no restaurante Oroya, do chef peruano Diego Muñoz que naquela mesma tarde havia preparado um de seus famosos cocktails de pisco para mim enquanto o entrevistava - outra cena que jamais pensei que viveria. O teto totalmente coberto de plantas, com luzes baixas e velas, dava a sensação que estávamos em algum jardim secreto servidos do melhor ceviche e lagosta que já passamos perto, acompanhados de pelo menos seis diferentes tipos de vinho para combinar com cada prato. 

A experiência já teria sido o suficiente para se tornar uma noite memorável até que após o jantar fomos levados à principal penthouse do hotel para a surpresa que viria a ser o show de flamenco de El Yiyo + El Tete, os famosos irmãos Fernandez. Depois de, obviamente, acabamos todos no palco tentando sapatear, fomos convidados a um último drink antes de dormir no Punch Room, um bar exclusivo e escondido no hotel. Como dizer não a isso?

Já no dia seguinte, o grupo pode escolher uma visita especial a um museu. As opções eram o Reina Sofia, onde está Guernica de Pablo Picasso, ou o Palácio de Líria, uma residência privada de uma família da nobreza espanhola desde 1770, onde há uma coleção de arte e artefactos históricos impressionantes. É uma opção menos usual que exige um certo planejamento e sorte pois, como o palácio real, pode estar fechada para alguma função oficial da monarquia. Portanto, foi a minha escolha. Lá vimos de perto cartas de Cristóvão Colombo, uma das primeiras impressões de Don Quixote de Cervantes bem como retratos de Goya. E para fechar o passeio, fomos reunidos em um almoço no histórico restaurante L'Hardy, conhecido por ter introduzido a alta culinária francesa à Madrid em 1839 e amado por locais até hoje. Um programa leve, para não comprometer a festa oficial de lançamento do hotel. 

É quase impossível descrever exatamente o que se passou naquela noite. Os restaurantes e bares do EDITION, que vimos vazios no tour do dia anterior, foram tomados por centenas das pessoas mais cool e ousadas de Madrid. O lobby branco do hotel, virou pista de dança, se perdendo entre as cores dos looks e das personalidades ali presentes que também aproveitavam para explorar o hotel. De celebridades a fashionistas, de artistas a músicos, não havia um padrão. A mistura e o inusitado, permitiam que todos interagissem sem julgamentos, a única e principal regra era “pasar bien”. Ao som dos DJs Edgar Kerri e Benji B, aperitivos e um bar de primeiríssima, não havia dúvida: aquele era o melhor evento da cidade.

Hotel Edition Madrid

Na manhã seguinte, finalmente aquela ideia do Ian de que o EDITION deveria ser visto como algo vivo e vibrante, começou a fazer mais sentido. Ainda assim, algo dizia que as surpresas do final de semana estavam longe de acabar, afinal, era sábado e ainda tínhamos o jantar no Jerónimo, o restaurante do consagrado chef Enrique Olvera responsável pelo menu do hotel e também dos famosos Pujol (Cidade do México) e Cosme (Nova York). 

Desci para o mesmo lobby branco, aquele que há menos de 24 horas era o cenário da maior festa de Madrid. Dessa vez, com um pouco mais de luz e ao som de jazz. Conseguia ver todo mundo, e entre os seletos convidados para o jantar comemorativo estavam Rossy de Palma, uma das mais importantes atrizes espanholas, os atores americanos Wilmer Valderrama e Karrueche Tran e a diretora criativa Carolina A Herrera (filha da estilista Carolina Herrera). 

No restaurante, cada um tinha seu assento marcado, e uma última oportunidade de socializar com quem ainda não tinha tido oportunidade. Logo de cara, pude escolher um dos diversos drinks de mezcal criados pelo chef para a cidade. O ambiente do Jerónimo é bastante peculiar, cada canto dá uma sensação diferente. Na parte de baixo do restaurante, as cores são mais claras  com materiais de mesas e cadeiras podem transitar facilmente para uma área externa quando o clima permitir. Já na parte alta, onde eu estava, as paredes são de madeira com um trabalho que lembra uma barra de chocolate e os lustres redondos remetem muito a um planeta. Porém, toda e qualquer atenção à decoração foi perdida no momento que o guacamole chegou. É algo que literalmente muda vidas.

Quando achei que nada superaria este jantar, nos levaram para o Supper Club, a casa noturna no subsolo do hotel que só abrirá oficialmente em Setembro. Tem um ar de cabaret dos anos 1920 com detalhes em vermelho e preto. Logo, vi o palco montado com microfone e guitarra espanhola e corri para pegar um bom lugar. María José Llergo subiu no palco e o burburinho da plateia ,que antes tomava conta do espaço, cessou. Todos impactados com a voz e a dramaticidade da jovem cantora de flamenco que recebeu este ano o prêmio Goya, um dos maiores reconhecimentos artísticos na Espanha. Rossy de Palma ficou tão emocionada, que logo após a performance correu atrás da menina no camarim e a levou para a sua mesa para o resto da noite.

Foi necessário um breve set de DJ, para recuperar o público das fortes emoções para então trazer a grande apresentação da noite, a cantora americana St Vincent, um dos maiores nomes do indie-rock. Linda, simpática, até tentou falar em espanhol, realmente um privilégio poder assistí-la em um ambiente íntimo assim, mas isso não foi o mais interessante. Uma das coisas mais únicas que puder ver durante a minha visita à Madrid e ao EDITION foi como os outros músicos e artistas ali presentes assistiam essas performances. Como prestavam a atenção e, de certa forma, apoiavam as suas colegas mesmo na platéia. Também gostei de observar os poucos convidados que eram fãs mesmo que tiveram esse acesso. Como ficaram emocionados, interagiam a qualquer movimento e letra, podendo assistir de pertinho, com pouca gente na volta sem ter que competir por espaço.

Olhando aquela cena, passou pela minha cabeça algo que pensei naquela primeira noite sentada nos degraus da piscina durante o show de flamenco, “isso aqui é algo muito especial, é algo único”. Voltei para Nova York - sim, exausta -   cheia de histórias, novos amigos e finalmente entendendo o que fez o espírito do Studio 54 viver até hoje.

Hotel Edition Madrid
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(Fotos: Nikolas Koenig (@nikolaskoenig)

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