Viajar com grande estilo: Desvende Gstaad e Courchevel
Para quem adora viajar e combinar arte, alta gastronomia, bem-estar e destinos tops, Gstaad, na Suíça, e Courchevel, na França, seguem entre os roteiros favoritos da turma antenada
Muito antes de ser conhecida por aí como a “Saint-Tropez dos Alpes”, a pequenina Gstaad já era point da elite cultural do mundo. Sede do renomado Instituto Le Rosey, primeiro internato particular daquelas bandas, fundado em 1880, e que educou de Jimmy Choo e Andrea Ferragamo a Sean Ono Lennon, a cidade segue o ritmo cadenciado de um típico vilarejo. Tem menos de 8 mil habitantes, população que dobra durante as temporadas de inverno e de verão, e conta com habitués do naipe de Roman Polanski, Madonna e Charlotte Casiraghi.
E não é à toa que toda essa gente bamba adora esticar as férias (ou emendar as pausas entre os trabalhos) em um paraíso cravado no coração dos Alpes suíços. Da gastronomia supercomentada ao circuito artsy, a urbe brilha com hotelaria de luxo – e tem em suas terras um dos melhores modelos do segmento: o Ultima Collection, criado em 2016. A construção em Gstaad, mesmo sendo novinha em folha, passou por retrofit em suas 11 suítes, que levam a assinatura dos proprietários Max-Hervé George e Byron Baciocchi, investidores e experts do ramo imobiliário, juntamente com o time interno de designers da grife.
Assim como acontece em quase toda a região, as edificações preservam o desenho de chalé montanhês, feitas de madeira de pinho, e sem ir longe demais na verticalização (na verdade, no caso do Ultima, são visíveis do nível da rua apenas dois andares). As acomodações são aconchegantes, pontuadas por móveis Baccarat, e contam com seis versões residenciais – apartamentos configurados com quatro suítes com vistas de tirar o fôlego, alta tecnologia, living e cozinha integrados. A ideia é que os visitantes possam compartilhar com amigos ou familiares a estadia, desfrutando, por exemplo, de um jantar “feito em casa” – com direito a raclete e fondue – e das conversas aos pés da lareira. E tudo realmente converge para que o mood seja descolado e exclusivo.
Na cozinha, além da louça completa, há ingredientes que instigam os aspirantes a chef a pilotarem as caçarolas. Mas se você é daqueles que gosta de sentar-se à mesa e conferir as estripulias de cozinheiros experientes, a dica é saborear o menu sazonal servido no restaurante dentro das dependências do Ultima e tomar uma (ou algumas) taça(s) do champanhe Laurent Perrier Brut. Pensando nos baladeiros, o hotel projetou uma sala de jogos particular, com mesas de pôquer e moeda própria, e o Sisha Bar, inspirado em elementos do Oriente Médio, criado para ouvir as pick-ups de DJ’s e brindar com drinques clássicos ou autorais. Depois de extravasar a energia, vale fazer pit stop no spa, que tem tratamentos holísticos, reiki, meditação e até uma ala médica especializada em botox, laser e testes de DNA (este é o momento para dar um up na saúde).
Mas como também há vida do lado de fora do Ultima, vale caminhar pelo centro e conferir algumas boas descobertas, como a galeria Gagosian (@gagosian), que estava – à época da nossa visita – com uma mostra incrível de Damien Hirst (@damienhirst), em que pinturas realísticas enganavam os olhos como se fossem fotografias. Mais adiante, na charmosa Gruyères, além de uma centena de fábricas de queijo e do castelo fortificado numa colina, há um tesouro para os chocólatras, a maison Cailler (@cailler_suisse), e outro para os amantes do design gráfico e da ficção cientifica – o museu HR Giger (@hr_giger_museum). Giger, famoso pelo desenho do Alien e por sua estética que vagueia entre o terror e o erótico, não se limita às salas expositivas. Do lado oposto da ruela, fica o Giger Bar, projetado para dar a sensação de se estar, literalmente, dentro do corpo do “oitavo passageiro”. O teto é rasgado por uma enorme “espinha dorsal”, sustentado por colunas moldadas como se fossem costelas preenchidas com mobiliário visceral. Para digerir a cenografia hollywoodiana, aprecie um sanduíche de gruyère e beba uma cerveja. Ah, e voilà!
Sentar-se à mesa, tomar uma taça de champanhe laurent perrier brut e conferir as estripulias de cozinheiros experientes é uma das dicas para apreciar o menu sazonal servido no restaurante dentro das dependências do última Gstaad
Pico nevado
Pouco mais de 220 quilômetros de distância separam Gstaad de Courchevel. Se do lado suíço impera o tom discreto de passar despercebido, em solo francês a vibe é outra. Com história que remonta o pós-guerra, em 1946, Courchevel nasceu para ser pop. O projeto original de ocupar o topo da montanha é do arquiteto Laurent Chapis, e contava com seis mil leitos de hotelaria, um teleférico e duas estações de esqui. Quase 80 anos depois, o lugar concentra mais de cem pistas para esportes de neve e a maior oferta per capita de hotéis do planeta, entre os quais, um dos endereços do portfólio residencial do Ultima, aberto em dezembro de 2021.
A propriedade tem 13 chalés – de três e quatro dormitórios, com cozinha equipada e living – e esbanja sofisticação, mas com um quê familiar que foge do estigma “Ibiza” que cerca o restante da cidade. O Ultima Courchevel Belvédère aposta numa experiência totalmente inédita, com mordomo dedicado, massagistas, concierge, gastronomia estrelada e traslados para Courchevel 1850, ponto de encontro para quem quer ver e ser visto (importante destacar que o Ultima está localizado em Courchevel 1750, denominação ainda não oficial, mas que já ganha corpo graças ao know-how da propriedade). Para a turma unplegged, o resort conta com hammam, piscina, jacuzzi, sauna, fitness e salão de beleza – sem falar nos programas customizados de wellness e no acesso colado às pistas de esqui.
Com galeria de arte ambientada nas áreas sociais, o Ultima Courchevel exibe 70 peças (em Gstaad são 50), como fotos de Igor Vasiliadis e de Ivor Paanakker. “Gostamos de dizer que as nossas paredes estão vivas e que estamos constantemente mudando. À medida em que os nossos hóspedes retornam a cada temporada, gostamos de surpreendê-los com novas obras, vivências culinárias e aspectos de design”, diz Ricardo Gatto, diretor de marketing do grupo.
Para a turma unplegged, vale conferir do hammam à jacuzzi e sauna, além dos programas customizados de wellness e do acesso colado às pistas de esqui do resort Ultima Courchevel
E se a ideia é aproveitar muito além da estadia acolhedora, o glam dos picos glaciares de Courchevel sintetiza a essência da expressão da beleza, que é selvagem e delicada ao mesmo tempo, visualmente inacreditável, de texturas que se revelam sobre cada colina. Para descobrir o espaço vale rodar pela estrada que cruza as seis aldeias, a começar por Saint-Bon (1.100m) ou “o berço de Courchevel”, que passou de vila agrícola para destino turístico mais insider do globo. A trilha continua até Courchevel-Le Praz (1.300m) e suas habitações típicas, os “mazots”. Para acessar o topo dos maciços e depois deslizar pelas pistas, catalogadas por cores que determinam o grau de dificuldade – verdes para os principiantes e azuis para os iniciantes; vermelhas destinadas aos intermediários e pretas para quem já está no nível avançado –, o circuito de 166 teleféricos possui versões distintas, passando pelos modelos de superfície, capazes de transportar as pessoas por um pequeno trecho sem sair do solo, e pelas gôndolas escolhidas por seu design hermético e confortável, que acomodam diversas pessoas e percorrem grandes distâncias.
Pouco acima, a 1.400 metros, está a comunidade Courchevel -La Tania, e adiante Courchevel-Village (1.550m), onde despontam lojas e feiras que oferecem conservas e queijos feitos por produtores regionais. Em Courchevel-Moriond (1.650m), incrustada sobre uma espécie de platô, o sol ilumina tudo, estimula as caminhadas e destaca os detalhes das construções, que misturam a arquitetura alpina clássica, da madeira e das estruturas de pedras, com os projetos pautados na contemporaneidade, em que outros materiais como o vidro e o aço dão ares de ousadia ao vale. No ponto final dessa escala está a sofisticação de Courchevel (1.850m) e seus roteiros voltados para a gastronomia de luxo, para a alta-costura e para as festas que acontecem à noite.
Após entreter-se pelas pistas noturnas, discotecas, bares e restaurantes, a alvorada convida para o encontro com as zonas de esqui, interligadas de um canto a outro dos Les Trois Vallées e utilizadas através de passes que podem ser comprados antecipadamente. A bordo dos teleféricos, alpinistas e turistas saem em busca do sonho de deslizar pelos sucessivos tapetes brancos que recobrem as cordilheiras e praticar um dos esportes de neve – de técnica ou de velocidade –, a começar pelo esqui alpino (o mais conhecido), passando pelo esqui nórdico ou esqui de travessia e pelo slalom. Nesta lista incluem-se os passeios de trenó, de snowmobile, de balão e de helicóptero, saltos de paraquedas e de parapente, escalada, ciclismo, mergulho no gelo e sessões de ioga. Abertas das 9h às 16h45, estas áreas também estão divididas em quatro categorias: Easy Rider, Ski Performance, Ski Famille e Ski & Fun, ideais para grupos de esportistas, casais com crianças pequenas e para quem quer dominar bastões e snowblades e fazer bonito assim como o medalhista olímpico francês, Alexis Pinturault – frequentador assíduo das trilhas nevadas de Courchevel.