Atividade física na gestação é permitida? Entenda
Especialistas explicam que a atividade física na gestação é fundamental para a saúde da mãe e para o desenvolvimento do bebê
De acordo com um estudo divulgado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a prática regular de atividade física diminui em torno de 50% o risco de diabetes gestacional e em até 40% o risco de pré-eclâmpsia, hipertensão arterial gestacional e depressão.
Além disso, por aumentar a transferência de oxigênio e reduzir a difusão de dióxido de carbono por meio da placenta, o exercício também melhora o desenvolvimento fetal.
“Entre os principais benefícios podemos citar a melhora do condicionamento físico, que auxilia na manutenção do peso e melhora a resistência muscular e cardiovascular, necessários para o trabalho de parto”, explica o Dr. Fernando Prado, médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana.
“A prática de atividade física na gravidez também promove a redução de desconfortos, aliviando dores nas costas, inchaço e constipação. Além disso, melhora o humor, reduz o estresse, e contribui para uma recuperação pós-parto mais rápida”, acrescenta.
Segundo Carol Borba, profissional de Educação Física, personal trainer e influenciadora fitness, a prática de atividade física não tira, mas diminui consideravelmente as dores no período gestacional.
“Eu, mesmo tendo engordado pouco, tive muitas dores nas costas. Agora eu fico imaginando as mulheres que não se exercitam durante o período da gestação. Deve ser muito pior. É muito importante praticar atividade física durante a gestação, para se preparar, inclusive, para a chegada do bebê”, conta.
A importância do acompanhamento especializado
Apesar dos benefícios claros e evidentes, existem exceções na gravidez que exigem o repouso da mulher. Por isso o acompanhamento de profissionais especializados é essencial antes de qualquer atividade.
“O acompanhamento por uma equipe multidisciplinar é fundamental e essencial para garantir a saúde e segurança tanto da mãe quanto do bebê. Vale ressaltar que algumas gestantes possuem limitações ou mesmo restrições para a prática de atividades físicas e isso deve ser avaliado pelos profissionais”, diz o Dr. Fernando.
“Em qualquer atividade física, a gestante deve estar confortável e deve se atentar a qualquer desconforto durante ou logo após a prática de exercícios, como dor, tontura ou outros sintomas que possam surgir”, completa.
Para Carol, o acompanhamento multidisciplinar mudou a sua gestação por completo. “Fez com que eu me sentisse mais bem disposta e preparada para o parto. Ele é necessário e deveria ser fornecido para todas as mulheres”, disse.
Modalidades indicadas
Qual modalidade praticar, então? A personal indica aquela que a pessoa já praticava antes – caso não tenha nenhuma restrição médica. “Imagina só uma mulher que faz crossfit e de repente ela vai fazer hidroginástica na gestação. Não vai fazer nem cosquinha para ela”, pontua.
Confira as principais modalidade indicadas para gestantes:
- Caminhada
- Natação
- Yoga
- Pilates
- Bicicleta Ergométrica
A intensidade pode variar?
Em relação à intensidade, os exercícios variam conforme cada trimestre da gravidez.
“No primeiro, a intensidade tem de ser bem leve, porque é um momento que o bebê ainda está se afirmando e tudo está se transformando no corpo da mulher”, explica a profissional.
“No segundo trimestre, a mulher se sente bem. Então ela consegue treinar com um pouquinho mais de intensidade. E no último, ela já está mais cansada, a barriga está pesando e existem alguns desconfortos maiores na região do quadril, então a intensidade acaba sendo um pouco mais leve também”, completa.
O importante é não ficar parado e respeitar sempre a orientação profissional e os limites do próprio corpo. “Existem muitos mitos sobre riscos de atividades físicas em gestantes. Por isso é importante apresentar estudos científicos, consensos médicos e diretrizes que mostram os benefícios da atividade física durante a gravidez”, finaliza o médico.
