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Depressão pós-parto: principais causas, sintomas e tratamentos

A depressão pós-parto é um transtorno mental que afeta 1 a cada 4 mulheres no Brasil

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Foto: Pexels

Caracterizada como uma condição de profunda tristeza após o parto, a depressão pós-parto atinge 25% das mulheres no Brasil, segundo uma pesquisa feita pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

“Os sintomas da depressão pós-parto incluem tristeza profunda, choro frequente, sentimentos de inadequação, falta de energia, fadiga extrema, desinteresse sexual, alterações no apetite, dificuldade de concentração, insônia, sentimento de culpa ou desesperança e perda de interesse em atividades anteriormente prazerosas”, pontua Guilherme Cavalcanti, psicólogo clínico especialista em Saúde Mental.

De acordo com o profissional, esses sintomas não se diferem daqueles presentes em episódios não relacionados com o parto. “O que acontece é a instabilidade de humor e preocupações da mãe ligadas ao bebê. A intensidade pode variar, chegando a um nível gravíssimo”, explica.

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Foto: Pexels

Causas

As principais causas da depressão pós-parto são relacionadas a fatores físicos, hormonais, emocionais, ao estilo de vida da mulher ou a transtornos psiquiátricos prévios.

“Outros fatores que podem colaborar são a falta de apoio da família ou do parceiro, o vício em drogas e álcool e a privação de sono”, aponta Dra. Milliane Rossafa, médica psiquiatra com título de especialista reconhecido pela Associação Brasileira de Psiquiatria.

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Foto: Pexels

Diagnóstico

O diagnóstico da doença é primordialmente clínico e deve ser feito por um psicólogo ou psiquiatra. “Em avaliação médica colhemos todo o histórico de sintomas da paciente e observamos o quanto isso tem afetado sua vida”, explica a especialista.

Segundo a Dra. Milliane, o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) alega o período da gestação até 4 semanas após o parto. Entretanto, alguns artigos científicos apresentam um prazo que se estende até 1 ano após o parto. Por isso a importância do diagnóstico.

“É muito importante que a mulher relate seus sentimentos honestamente para receber o diagnóstico e o tratamento adequado. Muitas vezes elas acabam omitindo o problema, o que só piora o quadro, porque há toda uma cobrança social em torno da gestação e da maternidade”, acrescenta Guilherme, que atende na rede de clínicas médicas Segmedic, no Rio de Janeiro.

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Foto: Pexels

Tratamento

O tratamento da depressão pós-parto envolve uma abordagem multidisciplinar, com terapia, medicação e apoio familiar, e visa devolver a qualidade de vida especialmente para a mãe. “O tratamento imediato é crucial, porque essa condição pode ter implicações sérias para a mãe, para o bebê e para a família”, diz o psicólogo.

Entre as implicações podemos citar o vínculo afetivo entre mãe e filho, causando transtornos de personalidade, insegurança e dificuldade de interação social na criança. “Ele é um dos mais importantes no início da vida, e é através dele que a criança desenvolve afeto, empatia e segurança”, aponta Dra. Milliane.

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Foto: Pexels

Prevenção

Para a prevenção da depressão pós-parto, a médica psiquiatra cita algumas dicas:

  • Mantenha pessoas queridas por perto. O apoio do parceiro, da família ou dos amigos é fundamental;
  • Cuide da mente e do corpo, com alimentação saudável e prática de atividades físicas regulares;
  • Evite o isolamento social;
  • Se tiver dificuldades, dúvidas ou angústias procure um psicólogo e/ou psiquiatra.

A doença pode acontecer em qualquer gestação. No entanto, é mais comum em mães de primeira viagem.

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Depressão pós-parto x Baby Blues

Após o parto, é muito comum que ocorra um estado depressivo benigno na mãe, chamado de “baby blues”. Ele é caracterizado como um estado transitório e tem como sintomas o choro fácil, a irritabilidade, a ansiedade, o cansaço e a dificuldade para dormir.

Entretanto, o baby blues ocorre somente nos primeiros 15 dias pós-parto, ou seja, é de curta duração e não requer tratamento específico. “Quando os sintomas ultrapassam esse período, é importante avaliar se tem uma depressão se desenvolvendo”, alerta a psiquiatra.

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