Endometriose: saiba o que é, causas, sintomas e tratamento
Endometriose, entenda o que faz tantas mulheres sofrerem
Com certeza você já ouviu falar de endometriose, mas talvez nem saiba direto o que significa, o que causa e se existe algum tratamento. Mais comum do que alguém possa imaginar, a endometriose afeta milhares de mulheres no mundo todo.
Um caso recente chamou a atenção, quando a cantora e compositora norte-america Halsey, fez um comentário através de suas redes sociais. “A última vez que participei do Grammy foi em 2017 e foi 3 dias depois que fiz minha primeira cirurgia de endometriose”, escreveu. “Eu andei no tapete com meus pontos ainda dentro. Por sorte, estou indo [ao Grammy] pela primeira vez em anos e fiz uma cirurgia novamente (você adivinhou) 3 dias atrás.” desabafa.
Assim como Halsey, listamos algumas celebridades que já sofreram e ainda sofrem com isso. Mas, para nos ajudar a entender melhor sobre a endometriose, tiramos algumas dúvidas com a ginecologista e obstetra, Dra. Viviane Monteiro. Confira!
O que é a endometriose?
É a presença do tecido endometriótico fora do lugar que ele deveria estar – na camada interna do útero. Ela pode acometer as trompas, ovários, ligamentos, músculos, peritônio, uma série de outras estruturas, e na maioria das vezes encontramos esse tecido na pelve.
A endometriose é hereditária?
A endometriose é hereditária, existe sim um fator genético que pode facilitar o aparecimento de endometriose. A endometriose é mais comum em mulheres brancas e, quando há histórico na família, a paciente tem uma chance maior de apresentar endometriose também, especialmente se o parentesco for de primeiro grau (mãe ou irmã).
A partir de que idade pode surgir?
Desde a primeira menstruação pode haver endometriose. Principalmente chamando atenção aquelas pacientes que têm uma cólica menstrual muito intensa (chamada de dismenorreia primária). Depois dos dois anos de maturidade do eixo, se esse quadro permanecer, pode ser sim, endometriose.
Mulheres com endometriose têm chances de engravidar?
Sim, a maioria vai engravidar espontaneamente, sem problemas. Mas, como a endometriose a presença de um tecido que não deveria estar ali, esse tecido muitas vezes leva a um aumento de inflamação, de aderência e muitas vezes prejudica o funcionamento daquele órgão. Então, por exemplo, se a paciente tem uma endometriose no ovário, pode ter sim um acometimento do funcionamento adequado do ovário e, assim, com a trompa e por aí vai. Por isso que as pacientes com endometriose têm um prejuízo em tentar engravidar, porque elas podem apresentar uma perda da função parcial ou até completa daquele órgão que é acometido pela doença.
E tem cura?
A endometriose tem cura sim, não é uma doença crônica. A única forma de eliminar a endometriose é fazendo uma cirurgia, de preferência, laparoscópica ou robótica – como abordagem – para poder tirar todo aquele tecido. Mas os trabalhos mostram que podem ficar alguns tecidos microscópicos. Então é importante que essas pacientes sejam acompanhadas cronicamente e com um olhar multidisciplinar.
Ela pode desaparece após a menopausa?
Ela não desaparece, mas ela para de ser estimulada pelos hormônios. Então, da mesma forma que os hormônios atuam no endométrio, lá dentro da cavidade uterina, eles atuam também estimulando o endométrio que está fora da cavidade uterina. Se ela está na menopausa, que é a falência ovariana, não apresenta hormônios naquela concentração e potência de agir como antes. Então a menopausa pode ser sim um fator para fazer com que os sintomas melhorem e a doença não evolua.
O que causa endometriose?
Na realidade não se sabe, são vários fatores: genéticos, adquiridos, anatômicos – como alguma paciente que tem o hímen perfurado ou uma anomalia mulleriana; elas têm mais chance de ter endometriose.
Qual o melhor tratamento?
Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Com certeza uma abordagem multidisciplinar, levando em consideração mudanças de estilo de vida, dieta, bloqueio hormonal e muitas vezes a cirurgia também. Mas cada caso é um caso e é importante que a paciente seja vista adequadamente por um especialista para poder proporcionar para ela o melhor tratamento naquele momento de vida – que é diferente de quando ela quer engravidar ou quando ela não quer engravidar, por exemplo