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Estresse: Entenda como ele pode afetar a saúde capilar

Você já parou para pensar como o estresse pode afetar a saúde capilar? Entenda como isso acontece

Foto: Reprodução/ Instagram @jennifer_yepez
Foto: Reprodução/ Instagram @jennifer_yepez

Ao longo dos anos, diversos estudos já provaram o efeito que a saúde mental pode ter em nosso corpo, trazendo reações físicas que servem como sinais de alerta para a necessidade de mudanças que vêm de dentro para fora. Mas você já se perguntou a ligação entre estresse e saúde capilar? Queda, caspa e psoríase são alguns problemas que podem ser impulsionados com este estado de humor. Para nos ajudar a entender essa questão e como tratá-la, entrevistamos a dermatologista Marina Pipa. Confira!

Como o estresse pode afetar o couro cabeludo?

Marina Pipa: A manifestação de muitas doenças é uma combinação da predisposição genética daquele indivíduo e dos fatores ambientais aos quais ele é exposto em sua vida. Sendo assim, doenças que afetam o couro cabeludo, como a psoríase e a dermatite seborreica (popularmente conhecida como caspa) podem ter como gatilho o estresse.

Ou seja, pacientes predispostos, quando submetidos ao estresse, podem entrar em atividade da doença e apresentar vermelhidão, descamação, coceira. Além disso, a própria coceira pode ser uma manifestação do estresse e da ansiedade.

 

O estresse pode causar queda capilar?

Marina Pipa: Pode sim. Existe um tipo de queda de cabelo chamada efluvio telógeno, que é causada por uma alteração do ciclo capilar. Quando estudamos o couro cabeludo, podemos observar que sempre possuímos parte dos fios na fase de crescimento, outros na fase de repouso e alguns outros na fase de queda. Isso é normal, por isso perdemos cabelos todos os dias. 

A maioria dos nossos fios encontra-se na fase de crescimento. Entretanto, diante de alguma situação de estresse, seja ele físico (como doenças, cirurgias, dietas, pós parto) ou emocional, nosso corpo entra em um sistema de alerta e vai economizar energia para o que é essencial. Com isso, ocorre uma alteração do ciclo capilar e vários fios que estavam na fase de crescimento entram precocemente na fase de queda (fase telógena). Nessa situação, teremos uma perda maior de fios do que aquela observada normalmente. Esse quadro começa em torno de 3 meses após o episódio de estresse e pode durar alguns meses.

 

Há algum tipo de tratamento que pode ser feito para a queda capilar causada por estresse?

Marina Pipa: Quando notamos os cabelos caírem, a alteração no ciclo capilar já foi dada por aquele evento desencadeante meses antes. Sendo assim, não existe nenhum tratamento efetivo para o eflúvio telógeno agudo. Alguns deles, como o minoxidil, podem inclusive agravar o quadro.

O ideal é agendar uma consulta com o dermatologista para identificar se a queda é realmente um eflúvio telógeno agudo. É comum encontrarmos mais de uma alteração capilar em um mesmo paciente, como por exemplo um eflúvio telógeno agravando uma calvície que não havia sido diagnosticada.

Através do exame do couro cabeludo identificamos o tipo de queda e solicitamos exames para descartar deficiências nutricionais, tireoidianas e outras alterações que também podem provocar a queda dos fios e requerem um tratamento direcionado.

 

Além da queda capilar, que outros problemas o estresse pode trazer para o cabelo? Há algum tipo de tratamento que possa ser feito para evitar esses problemas?

Marina Pipa: Pode funcionar como gatilho para doenças como psoríase e dermatite seborreica. Além disso, é frequente que os pacientes apresentem sintomas como coceira intensa como uma manifestação de ansiedade e estresse.

Além de medidas para controle do estresse, nesses casos associamos shampoos antiseborreicos, loções com propriedades  anti-inflamatórias e outros produtos que ajudam no controle da descamação. Para evitar o ressecamento das pontas, podemos aplicar nelas um creme hidratante ou óleo antes da lavagem dos fios com shampoos antiseborreicos.

 

Que produtos são indicados para o fortalecimento e cuidados dos fios nesses casos?

Marina Pipa: É sempre importante reforçar que lavar menos os fios não reduz a queda. Muito pelo contrário. É frequente que os pacientes comecem a reduzir a frequência de lavagens nessas situações, pois eles notam que a maioria dos fios caem durante o banho ou ao se pentear.Mas os fios que saem durante o banho ou no pente já estão soltos. Se deixamos de lavar para evitar que isso aconteça, os fios vão se soltar em momento e encontraremos cabelos por toda a casa ou uma grande quantidade acumulada em uma mesma lavagem. 

Sendo assim, recomendo sempre manter a frequência de lavagens de acordo com a necessidade de cada um (cabelos oleosos e pessoas que praticam atividades físicas precisam de frequências maiores), mantê-los hidratados e evitar agressões como excesso de calor e química.

 

Os cuidados indicados pela profissional:

Convidamos Marina Pipa para revelar suas dicas essenciais de cuidados com os fios. Confira o passo a passo da dermatologista:

1) A escolha do shampoo deve sempre estar de acordo com o tipo de cabelo: shampoos com maior potencial de limpeza para fios oleosos e shampoos com propriedades hidratantes para fios ressecados.

2) Condicionadores e máscaras devem sempre ser bem enxaguados.

3) Se utilizar uma fonte de calor, nunca se esqueça do protetor térmico.

4) A aplicação de óleos capilares ajuda a melhorar o aspecto ressecado e é um grande aliado durante a prática de atividades físicas.

 
 

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