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Alicia Von Rittberg: condessa fala sobre seu papel como a rainha

Em entrevista exclusiva para a L’Officiel, Alicia Von Rittberg contou um pouco sobre como foi se preparar e interpretar este papel icônico em "Becoming Elizabeth"

Alicia Von Rittberg
Alicia Von Rittberg

Certamente não havia ninguém mais perfeita para interpretar a Rainha Elizabeth I que Alicia Von Rittberg. A verdadeira condessa alemã, já vinha brilhando nas telas por lá desde a infância, até que ganhou seu primeiro grande destaque em Hollywood em 2014. Hoje, aos 28 anos, encara um dos maiores desafios de sua carreira ao interpretar a grande monarca inglesa antes de se tornar rainha na série "Becoming Elizabeth" da Starzplay. 

Em entrevista exclusiva para a L’Officiel Alicia contou um pouco sobre como foi se preparar e interpretar este papel icônico. Confira a nossa conversa:

Alicia Von Rittberg

A primeira pergunta é meio óbvia, mas como alguém pode se preparar para interpretar a Rainha Elizabeth I? Não só pelo tamanho do papel, mas o peso da figura histórica.

Sim, na verdade eu fiquei muito intimidade e até pensei que foi um erro deles terem me selecionado. Não podia acreditar que era verdade que isso tinha acontecido. E então eu assisti uma entrevista de Helen Mirren onde ela dizia que a única forma que ela se sentiu segura para interpretar a Elizabeth II foi quando escutou um pintor que dizia que ele apenas estava tentando mostrar a sua própria visão sobre aquela pessoa e nada mais. Ele não diz essa é ela, ou isto está certo ou errado. É apenas a sua visão. Foi essa ideia que eu mantive para mim que acho que realmente me ajudou. 

E para as coisas práticas, como foi se preparar para toda a ação que a personagem exige?

Tive muita sorte em ter tido quase que a metade de um ano para aprender a montar cavalos e aprender a escrever com uma pena. Além de ter tido tempo também para trabalhar o meu sotaque e ler Shakespeare e outras obras da literatura inglesa. Eu senti durante o processo todo que estava vivendo a sua vida, porque realmente o que ela fazia na época era estudar o dia todo ou ir para os campos em um cavalo. Essa era a sua vida, então eu acho que foi a melhor preparação que eu poderia ter tido.  

A série traz uma Elizabeth bastante humana. Vemos suas inseguranças, sua relação com a madrasta, com os irmãos e amigos. Ao mesmo tempo se trata de uma menina que eventualmente se tornará uma das maiores rainhas da história. Como foi trazer estes elementos todos para a personagem?

É isso que você falou, a Elizabeth como uma pessoa, este era o foco que eu tentei me concentrar. Nas minhas pesquisas, sempre que a história chegada ao ponto que ela subia ao trono, eu parava. Não quero saber, pensava. Realmente tentei focar nela como uma menina, uma jovem mulher. Uma irmã que fica dividida entre um irmão e uma irmã. Me concentrei que essa era uma jovem que perdeu os seus pais. Era uma menina tentando encontrar a sua voz em um mundo dominado por homens e também que se apaixona pela primeira vez. Essas coisas todas que a gente aprende crescendo.

Alicia Von Rittberg
Alicia Von Rittberg
Alicia Von Rittberg (Fotos: Andrea D'Andrea)

As relações familiares dela eram extremamente complexas, não necessariamente quem era próximo a ela queria o seu bem. Qual o desafio de jogar essas nuanças na narrativa?

Eu acho que as coisas nunca foram preto e brando, e acho que é importante demonstrar isso. Não apenas colocar como óbvio que ela era Protestante então ela odiava os católicos, sabe? Não era isso. Há uma vida antes que a levou ao ponto de se tornar essa pessoa. Acho importante retratar estes tons todos no meio, todas as idas e vindas, as dúvidas. Todo o amor, mas ainda não só sem ter o suporte das pessoas que deveriam cuidar dela, mas ser desafiada por estas. Eu sou extremamente ligada a minha família, tenho três irmãos. Então tentei torná-la ao máximo uma pessoa que a gente pode se identificar e não aquela figura histórica. 

Quais foram os principais elementos ou traços de personalidade que eventualmente vão seguir com ela na vida adulta como a Rainha que você buscou trazer nessa versão da jovem Elizabeth?

É bastante engraçado, pois eu assisti um documentário sobre a Lady Di que me ajudou muito para encontrar a voz da Elizabeth. Porque eu não queria mostrar uma jovem mulher que já sabe exatamente falar na frente de um monte de gente que já é forte e cheia de opiniões. E eu acho que a Lady Di era muito sutil e suave e ainda assim extremamente respeitada e amada. Eu achei muito interessante que falar forte ou alto nem sempre significa ter força. E eu quis trazer isso para a juventude dela, pelo menos tentei. E também permitir que ela fosse um pouco mais insegura que seu irmão que é sempre… como dizer? Ele é um pequeno tirano. É o oposto absoluto dela e isso é também porque eles foram criados de formas completamente distintas. Eu busquei interpretar ela tentando encontrar o seu caminho e sem saber muito o que ela está buscando. Eu queria deixar essas coisas todas acontecerem, com todas essas inseguranças.

Elizabeth é uma personagem tão rica, o que você aprendeu com ela?

Acho que a segurança. Ela se dá conta que você tem segurança, ou se sente segura, não pelo seu ambiente. E você não pode esperar para sempre que isso venha. Eu acho que você tem que construir isso para si mesma, ou encontrar a segurança em si. Porém, eu gostaria de ter aquele foco que ela tem. Penso sempre, como eu acho a energia de uma menina de 14 anos. Ela é tão jovem, mas 100% investida no que faz. Eu acho este foco incrível e é algo que eu adoraria manter na minha vida diária.

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