Cultura

Pinacoteca Contemporânea: confira detalhes das exposições

A Pinacoteca Contemporânea abriu no dia 4 de março e nessa data inauguraram também as mostras 'Quase coloquial', da artista sul-coreana Haegue Yang, e 'Chão da Praça: obras do acervo da Pinacoteca'. Confira todos os detalhes:

person clothing costume carnival face head photography portrait
ARQUIVO MARTA MINUJÍN

A Pinacoteca de São Paulo comemorou em março a inauguração de seu novo edifício: a Pinacoteca Contemporânea, ao mesmo tempo que divulgou a programação para 2023, com duas exposições de impacto: uma coletiva com obras do acervo do museu que ocupará a Grande Galeria e a da coreana Haegue Yang, destaque do cenário internacional de arte contemporânea, a Galeria Praça. Sonho antigo da Pinacoteca de São Paulo, o novo espaço integra o conjunto arquitetônico do museu – até então composto por dois edifícios, a Pina Luz e a Pina Estação – ao centenário Parque da Luz e aos bairros do Bom Retiro e da Luz. A Pina Contemporânea conta com um novo centro de atividades socioeducativas e área de serviços, com restaurante, loja e espaços de convivência. Além disso, o edifício passa a sediar a Biblioteca e o Centro de Documentação da Pinacoteca. Dessa forma, os três prédios tornam o museu uma das maiores instituições de arte da América Latina. “Localizado ao redor de uma grande praça, aberto ao parque e à livre circulação do público, o edifício da Pinacoteca Contemporânea promove o encontro e o diálogo, de forma acessível e inclusiva, fomentando a diversidade, a educação e a sustentabilidade. O novo espaço complementa os outros dois edifícios da Pinacoteca por meio de uma arquitetura permeável e acolhedora, e reflete o espírito de integração social presente em todos os programas desenvolvidos pelo museu, favorecendo a experimentação da arte contemporânea”, explica Jochen Volz, diretor-geral do museu. Com uma programação integrada entre os prédios, em 2023 a Pinacoteca de São Paulo seguirá apresentando uma consistente pesquisa em torno de nomes históricos e contemporâneos da arte brasileira em diálogo com renomados artistas internacionais, dando visibilidade para uma multiplicidade de linguagens, temas e produções.

ARQUIVO ISABELLA MATHEUS

Haegue Yang é a primeira sul-coreana a expor na instituição, propondo uma instalação composta de esculturas feitas com persianas industriais que pendem do teto, como grandes móbiles, combinadas a outras esculturas móveis situadas no chão. Já a exposição que inaugura a nova sala de mostras temporárias do edifício será composta de obras de grandes dimensões em diversas linguagens (instalações, esculturas, pinturas, desenhos, vídeos) pertencentes ao acervo da Pinacoteca.

A Pina Luz recebe, a partir do dia 4 de março, a maior exposição individual já realizada sobre o artista de origem indígena Chico da Silva (1910-1985). Com trabalhos nunca expostos, a mostra apresentará os elementos tão característicos de sua iconografia, como os animais mitológicos, ainda refletindo sobre a relação entre observação da natureza e imaginação. O Octógono, espaço do museu para projetos comissionados site-specific, recebe a instalação de Denilson Baniwa (1984), artista-jaguar do povo Baniwa que reflete em sua obra uma vivência enquanto indígena do tempo presente. No mesmo período, ocorre ainda uma mostra panorâmica de Maria Leontina (1917-1984) nas galerias temporárias do segundo andar. No segundo semestre, uma das mais célebres artistas argentinas da atualidade, Marta Minujín (1943), é o grande destaque na Pina Luz, com projetos imersivos que, ao articularem cor, som e movimento, tornam corpórea, sinestésica e lúdica a experiência política da arte. Figura-chave do circuito internacional contemporâneo, a chinesa Cao Fei (1978-) é o outro destaque da Pina Contemporânea no segundo semestre. Realizados em mídias como vídeo, instalação e performance, seus trabalhos são conhecidos por examinar as subjetividades, fantasias e afetos do presente, num contexto de rápidas transformações sociais atravessado pelo uso intensivo da tecnologia.

Antônio Obá, Nos portões do paraíso, 2020 (acervo da Pinacoteca de São Paulo. doação dos Patronos da Arte Contemporânea da Pinacoteca do estado de São Paulo 2020, por intermédio da associação Pinacoteca arte e Cultura – APAC)
Maria Leontina, Natureza-morta, 1949 (acervo da Pinacoteca de São Paulo. Doação de Alfredo Mesquita, 1976).
Chico da Silva, Sem título, 1969 (coleção Santander Brasil).

Tags

Posts recomendados