Avavav critica, com humor, o ritmo frenético da moda atual

Avavav já se tornou o momento disruptivo e bem-humorado dos desfiles em Milão. Semanas de moda, especialmente as maiores, podem ser muito sisudas e focadas no próprio umbigo da indústria. Na contramão, a diretora criativa Beate Karlsson tem usado sua passarela para bagunçar as expectativas - e, de quebra, viralizar um bocado entre seu público especialmente jovem e fashionista. Suas apresentações são sempre relâmpago. Em uma, as modelos tropeçavam e caima pela passarela; em outra, eram as roupas que iam desmontando durante o desfile. Neste, ela avisou logo: sem tempo para criar. Uma critica ácida e afiada ao ritmo das fashion weeks e seus envolvidos, sempre no corre corre de um desfile para outro, uma coleção para outra, sempre atrasados. Por isso seu casting entrava raivoso, como se surpreendidos pela necessida de desfilar, em esquema improvisado. Algumas entravam com cara enfezada, outros eram jogados ao público ainda se vestindo. Uma ou outra nem fazia o catwalk: já davam meia volta e saiam logo, com jeito de "hoje não". As roupas vestidas ao avesso, às vezes nem mesmo completas ou nem roupas eram - apenas rascunhos materializados. A Avavav tem moda para vender ao seu público - mas, na hora do show, a roupa é o que menos importa. Como Beate mesmo definiu: sem tempo pra moda, irmão.