Burberry se declara à Londres com desfile de inverno 2024/25

O inverno da Burberry desfilado em Londres foi very british, com a passarela lembrando uma floresta à noite. Da trilha com Amy Winehouse – intercalada com uma voz de mulher dizendo “Eu amo Londres... o cheiro de Londres quando chove” – e Naomi Campbell no casting ao exercício criativo sobre os códigos da marca, a cartela de cores e o styling priorizando misturas de pesos, volumes, dia e noite como fazem as britânicas descoladas.

Há uma ênfase no visual ao ar livre, na cidade ou no campo, tendo principalmente o casaco e o trench coat, mas também as calças mais largas com zíperes e o calçado utilitário como elementos importantes. O processo criativo de Daniel Lee, de 38 anos, nascido em Bradford, norte da Inglaterra, começa no arquivo da Burberry e passa pelas fábricas têxteis de Lochcarron e Donegal, onde o artesanato e antigas técnicas inspiram uma abordagem artesanal para os tecidos.

O xadrex, outro ícone inglês e da grife, aparece em lã com franjas, e numa alfaiataria soft. Sob casacos pesados vivem slip dresses em crepe de seda paisley decorados com babados e cristais. O vestido do Naomi, usado sem casaco, lembra musgo.

E se para os londrinos a chuva faz parte do estilo da vida, guarda-chuva integra a indumentária. Algumas modelos seguravam um modelo dobrável estampado com o xadrez da marca. Não custa lembrar que o fundador, Thomas Burberry, inventou a gabardine, o tecido usado em roupas de chuva, no final do século 19. O sobretudo da Burberry, que nasceu na época da Primeira Guerra Mundial, acompanhou a vibe funcional.