Chloé Inverno 2023: a moda refletindo seu tempo
Para esta temporada, a Chloé enfatisa o feminino, através de processos artesanais e sustentáveis, assim como a nítida inspiração em Artemisia Gentileschi. Confira!
De acordo com o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, quatro em cada cinco pessoas impactadas pelas mudanças climáticas são mulheres. Por outro lado, o mesmo relatório mostra que inovações e estudos comandados por mulheres transformaram vidas e meios de subsistência e aumentaram a resiliência climática e o bem-estar geral. Partindo desses dados, a diretora criativa Gabriela Hearst levou para a coleção do inverno 2023/24 da Chloé uma ênfase grande no feminino, em processos artesanais e sustentáveis. Moda refletindo seu tempo. Outra inspiração também conectada com esse caminho é a pintora barroca do século XVII Artemisia Gentileschi, que superou uma série de lutas sociais e pessoais para emergir como uma das artistas mais célebres de seu tempo – um dos destaques de sua obra é a rainha Ester do Antigo Testamento. Transformando tudo em roupa, a Chloé mostrou uma coleção bem bonita conectada, ainda, com o visual boho que está em seu DNA e que o tom, entre tantas peças aos ótimos vestidos sequinhos e leves modelados em patchwork de couro certificado para serem usados sob mantôs atemporais. Aliás, o patchwork aparece em quase toda a coleção, reforçando a pegada do feito à mão. Parte da coleção, inclusive, foi produzida em parceria com a Akanjo — empresa social certificada pela Organização Mundial de Comércio Justo (WFTO) e comprometida com o treinamento e a promoção do artesanato – o vestido mais colorido da coleção, que desfilou acompanhado de uma bolsa, traz vívidos bordados remetendo ao artesanato das américas. Tricôs manuais e tecidos com aspecto rústico seguem o mesmo apelo. Há, ainda, um lado tecnológico, como na renda com elasticidade e nas peles fake que parecem verdadeiras.