Gucci Epilogue: O ato final de um conto de fadas
Contando com uma playlist própria e um streaming de 12 horas, a coleção projetada por Alessandro Michele vem de um desejo particular do designer italiano de concluir seu último projeto 'An Unrepeatable Ritual'. Intitulada Épilogue, ela aparece como o capítulo final de uma história que visa questionar as regras, os papéis e as funções que mantêm o mundo da moda girando todos os dias, até hoje.
Invertendo as perspectivas tradicionais da moda, os espectadores são levados a um caminho quase surrealista, onde as coisas estão de cabeça para baixo e o olhar está sempre em outro lugar. Ao longo deste caminho, os locais que Alessandro Michele escolheu para a campanha publicitária de Epilogue ecoam os contrastes impressionantes que moldaram perfeitamente a história criada pelo designer, um conto de fadas da vida real.
As locações grandiosas e imponentes foram o Campo Boario e o Palazzo Sacchetti, em Roma, oferecendo uma vista fascinante sobre o grupo eclético de pessoas que protagonizam as cenas - estas comandadas pelos diretores Damiano e Fabio D´Innocenzo, e fotografadas por Alec Soth.
Finalmente a Epilogue aparece como o ato final de uma peça de teatro, deixando em aberto espaços para profundos questionamentos. Dividida em três partes, a ideia consiste primeiramente na apresentação da magia sagrada que há por trás de tudo, a inteligência coletiva que possibilita o encantamento da beleza: An Unrepeatable Ritual; Como segunda parte, a campanha publicitária lançada em maio e que fez com que Alessandro Michele abdicasse de seu papel de diretor obsessivo - autodenominado. Modelos construíram suas próprias imagens e atuaram como fotógrafos, produtores e cenógrafos; A terceira parte: O Epílogo colocando um ponto final em uma história muito bem contada. As roupas sendo usadas por quem as criou, fazendo com que os próprios designers aproveitem de sua própria poesia. Uma inversão de papéis que faz referência à empatia - uma das virtudes mais importantes para o ser humano nos dias atuais.
''É uma investigação inevitavelmente parcial, além de intencionalmente distorcida: um jogo desequilibrado no qual tentei desmontar os andaimes, virar as coisas de cabeça para baixo, mudar o olhar para outro lugar, desafiar as gramáticas pelas quais tentamos nomear o mistério da beleza.'' explica Alessandro Michele.