Lisson Gallery anuncia a representação do artista Dalton Paula
Lisson Gallery anuncia a representação do artista, pesquisador e educador brasileiro Dalton Paula, reconhecido por dar protagonismo a figuras negras invisibilizadas
Lisson Gallery traz o artista, pesquisador e educador brasileiro Dalton Paula como novo representado. O artista é reconhecido mundialmente com suas obras que abordam profundamente seu envolvimento com as tradições afro-brasileiras, dando protagonismo a figuras negras invisibilizadas em suas contribuições à sociedade. Através da pintura, fotografia, vídeo, performance e instalação, Dalton beneficia o preservamento e destaca a continuidade a corpos de saber, assim como comunidades ocultadas ou esquecidas pelas historiografias oficiais. Na Lisson Gallery, o artista apresentará um novo conjunto de obras para sua exposição inaugural, marcada para setembro de 2025, em Nova York.
Esta união reforça a continuidade das relações fundamentais de Dalton em sua trajetória, como sua parceria com a Martins&Montero, presente desde sua fundação, em 2014. Como Sé Galeria em São Paulo, e seu vínculo com a Cerrado Galeria de Arte, localizado em Goiânia e Brasília, reforçando os laços entre a prática de Dalton e os territórios que a atravessam. As colaborações de Dalton Paula representam uma rede de cuidado e atenção que sustentam e potencializam a circulação do trabalho, sem interferir suas origens e experiências.
Dalton Paula utiliza a pintura, junto a símbolos e tradições da fotografia para incluir as personagens negras invisibilizadas na historiografia oficial. Com base em uma pesquisa minuciosa em arquivos, e às vezes com o ajuda da “fabulação crítica”, Paula também restaura vozes silenciosas e busca reinseri-las em seu devido lugar. O artista foca seu olhar crítico em conferir a essas figuras vestimentas e reverência normalizadas a personagens de nobreza. Através do seu propósito de pintar como um ato de reparação, ele aplica cuidadosamente folhas de ouro nas cabeças dessas mulheres negras, para reverenciar a importância do Ori, a cabeça física e espiritual nas religiões afro-brasileiras.
Dalton Paula em meio a suas obras também produziu e inseriu vastas instalações e séries em cerâmica e tecido sobre os rastros deixados pelo trabalho humano nas explorações de tabaco, ouro e algodão no Brasil, e no Sul Global. Viajando por cidades-chave, ele traçou rotas comerciais das indústrias que surgiram durante o período colonial, além de recriar os caminhos percorridos pelas mercadorias. Dalton fortalece seu discurso contemporâneo delicado sobre identidade, reparação histórica e justiça social com obras que exploram as perspectivas pós-coloniais entrelaçadas com referências religiosas, saberes tradicionais e pesquisas históricas.
Paula recebeu amplo reconhecimento, incluindo o Chanel Next Prize (2024), a Soros Arts Fellowship da Open Society Foundations (2023) e o Prêmio Marcantonio Vilaça (2019). Algumas exposições individuais recentes estão: Museu de Arte de São Paulo (MASP) e Pinacoteca de São Paulo (2022–23). Entre as principais coletivas destacam-se: “Foreigners Everywhere”, Bienal de Veneza, Itália (2024); “Histórias Afro-Atlânticas”, itinerante a partir do MASP e Instituto Tomie Ohtake, Brasil (2018), passando pelo Museum of Fine Arts, Houston; National Gallery of Art, Washington, DC; LACMA; e Dallas Museum of Art, EUA (2021–24); “Composições para Tempos Insurgentes”, MAM Rio de Janeiro, Brasil (2021–22); “Fabulações Críticas”, MoMA, Nova York (2021–23); “Songs for Sabotage”, Trienal do New Museum, Nova York (2018); “O Triângulo do Atlântico”, 11ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil (2018); “Incerteza Viva”, 32ª Bienal de São Paulo (2016).
Dalton Paula:
"Esta nova parceria com a Lisson Gallery abre um terreno fértil para que o trabalho viaje — para cruzar fronteiras, falar outras línguas e encontrar novos olhares. A Lisson torna-se não apenas uma representante, mas um canal para as histórias que pinto — histórias de memória, cura, ausência e invenção. Minhas pinturas emergem do desejo de reinscrever o que foi deixado de fora, de imaginar o que poderia ter sido registrado de outro modo. São atos de fabulação crítica — pedem para ser vistas, publicadas e colocadas em diálogo com muitos. Vejo também este momento como essencial para o crescimento do Sertão Negro — uma parte essencial da minha prática. Com o apoio da Lisson, espero aprofundar suas raízes e expandir seus ecos."
Alex Logsdail, CEO da Lisson Gallery:
"Desde que vi o trabalho de Dalton pela primeira vez em São Paulo, há cerca de dez anos, fiquei cativado. Ele tem uma habilidade inata de capturar a alma de um sujeito com uma imediaticidade que te paralisa. Visitar o Sertão Negro — estúdio e escola de arte nos arredores de Goiânia — foi revelador, ao entender sua missão maior de oferecer uma plataforma educacional e comunitária para uma região historicamente carente desse tipo de recurso. É uma honra apresentar o trabalho de Dalton em Nova York neste setembro e ajudar a expandir sua visão."