João Pimenta e toda sua dramaticidade e plasticidade para SPFW
João Pimenta mais uma vez comprovou que moda e arte caminham juntas e que os padrões devem ser constantemente reinventados.
Dramaticidade e plasticidade são as duas palavras que melhor definem a coleção apresentada pelo estilista João Pimenta (@joao_pimenta) durante a 56ª edição do SPFW. Dois passos longe da sua zona de conforto, ele trafegou entre tonalidades metálicas e mergulhou na imensidão do branco absoluto – mas não deixou totalmente de fora as criações tingidas de preto.
Túnicas com toque medieval, saias estruturadas, mangas bufantes, tramas sobrepostas, transparências, laçarotes, balonês e alfaiataria – ora pesada, meio barroca, meio renascentista –, ora levíssima, configurada com tafetá acetinado moldado rente ao corpo, cruzaram a passarela ao som angelical do clarinete. No desdobramento do desfile, João abraçou o sincretismo religioso, com música de orixá, e trocou os caimentos densos por vestes quase ritualísticas, exibidas com rendas e paetês dourados. Nos pés, os modelos usaram sandálias estilo franciscana – uma ode à brasilidade e ao olhar descomplicado da geração atual.
João Pimenta mais uma vez comprovou que moda e arte caminham juntas e que os padrões devem ser constantemente reinventados.