O que Dior e Balenciaga têm em comum? Exposição revela legados
Mais de 60 peças da Dior e Balenciaga, de meados do séculos XX, estão expostos em museu de Nova York
A moda é muito mais do que tecidos, modelos e tendências. Antes de qualquer coisa, assim como qualquer linguagem, ela precisa comunicar algo. Contar uma história. Christian Dior e Cristóbal Balenciaga sempre foram muito diferentes, apesar de ambos deixaram grandes marcas nesse universo. Mas, uma coisa eles tinham em comum: sabiam como capturar o contexto ao qual estavam inseridos.
Para rememorar o legado desses dois estilistas, uma exposição gratuita no Museu do Fashion Institute of Technology (FIT), em Nova York, apresenta as obras mais importantes dos costureiros nos meados do século XX. Intitulada "Dior + Balenciaga: Os Reis da Alta Costura e Seus Legados", a mostra leva seus visitantes a percorrer 65 conjuntos diferentes que fazem parte da coleção permanente do museu.
As peças trazem em comum modelos que capturaram a fome da época por luxo e elegância, após duas guerras mundiais.
"Embora suas origens e metodologias fossem marcadamente diferentes, Dior e Balenciaga produziram simultaneamente modas que capturaram a fome da época por luxo e elegância e lideraram a restauração da lucrativa indústria da moda da França após a devastação de duas guerras mundiais e uma depressão econômica paralisante", diz um comunicado de imprensa.
Nos anos 40, ambos contribuíram para a recuperação econômica e cultural da França com suas coleções homônimas. No começo da década de 1950, a indústria da moda já representava mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) da França, e a maison Dior respondia por 55% das exportações do setor.
Na exposição, o objetivo é explorar e reavaliar o trabalho dos estilistas neste período. Enquanto Dior focou na sensualidade feminina e no acabamento, Balenciaga trouxe mais fluidez ao trabalho.
Os entusiastas da moda reconhecerão os vestidos inspirados na Belle Époque da Dior construídos sobre espartilhos e crinolinas e os casacos e vestidos volumosos e brilhantemente trabalhados da Balenciaga. O vocabulário compartilhado dos costureiros pode ser visto na justaposição de vestidos de dia de lã, ternos quadrados e vestidos de noite volumosos.
Juntos ou separados, ambos influenciaram outros grandes nomes do mundo da moda das seguintes gerações, como Yves Saint Laurent (1957–1960), Marc Bohan (1960–1989), Demna Gvesalia e Maria Grazia Chiuri, e que também tem designers exibidos na exposição.
Com tanta história, nada mais justo que a obra desses dois estilistas tão importantes, que deixaram um legado no mundo da moda e um impacto econômico-social, sejam revisitados por milhares de pessoas. A exposição segue no museu até o dia 6 de novembro. Imperdível!