Simone Rocha leva o "sexy cool" para a passarela de Londres
Para a London Fashion Week, Simone Rocha apostou em silhuetas menos fofas e curvas mais próximas do corpo. Veja todos os detalhes!
Se há cinco anos você não sabia quem era Simone Rocha, é provável que hoje saiba que se trata de um dos nomes mais quentes da nova geração de estilistas. E não somente porque assinou a última coleção de alta-costura para Jean-Paul Gaultier. A ligação de Simone com a moda vem de berço. Ela é filha de John Rocha, designer sino-irlandês nascido em Hong Kong e radicado em Dublin, na Irlanda, que é conhecido pelo apreço artesanal em suas peças, o que lhe rendeu em 1993 o título de Designer of the Year no British Fashion Awards.
O caminho estético de Simone é mais denso no sentido da elaboração das peças e sua trajetória iniciada em 2010 sempre pendeu para um lado girlie, com laços, babados, rendas e volume – em 2016 ela levou o prêmio de Womenswear Designer também no British Fashion Awards. Aos 37 anos, a estilista irlandesa parece estar vivendo um momento de amadurecimento de seu próprio estilo. Não que ela tenha abandonado seu DNA, mas a coleção inverno 2024/25 desfilada neste sábado na semana de moda de Londres traz silhuetas menos fofas e curvas mais próximas do corpo. Há um lado sexy cool na coleção, que pode ser o resultado da imersão no universo disruptivo de Gaultier, em que exercícios sobre o espartilho têm lugar cativo.
Mas não somente. A peça também se conecta com a inspiração para a coleção: o luto, especialmente na fase em que a rainha Vitoria perde o marido, a partir de 1861. Foi ela quem adotou a cor preta como símbolo de sua perda. Seu mourning dress entrou para a história e criou hábito. A Era Vitoriana, que vai de 1837 até 1901, é fonte recorrente de pesquisa de Simone e ponto de identificação de sua silhueta e desconstruções desse mesmo shape.
Nesta coleção, a estilista brinca com as possibilidades de volume, com as modelagens de vestido e capa, com transparências e alfaiataria, como as muitas possibilidades que o espartilho e o corset podem oferecer à uma mente criativa, com elementos esportivos, como os cadarços que trazem franzidos para shorts e parkas. Pele fake virou ombreira, barra, bordado e full look. Seus laços vieram gigantes como uma estola jogada sobre um dos ombros.
Intitulado The Wake (O Despertar), é um desfile que tanto pode estar conectado com o atual momento da carreira da estilista, quanto da própria humanidade. Neste caso, a ideia de luto e a imagem um tanto soturna faz ponte com o desfile de Thom Browne, em Nova York. Com esta coleção Simone encerra a trilogia iniciada com The Dress Rehearsal (O ensaio do vestido) para o verão de 2024 e The Wedding (O Casamento) de alta-costura, desfilado em Paris, recentemente.