Chef Andrea Vieira recebe os clientes com receitas descomplicadas
No restaurante A Casa de Antônia, a chef Andrea Vieira recebe os clientes com receitas descomplicadas e sofisticadas para dar conforto e vontade de voltar
No restaurante A Casa de Antônia, a chef Andrea Vieira recebe os clientes com receitas descomplicadas, mas com um quê de sofisticadas – perfeitas para fazer todo mundo ficar confortável e com vontade de voltar. Confira!
Pastelzinho de queijo da Canastra, torta galette de figo com presunto cru, homus de beterraba, barreado com banana... Deu água na boca? Pois essas são algumas das invenções que podem ser encontradas no cardápio de primavera do A Casa de Antônia, no icônico edifício do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, em São Paulo. Invenções? Sim, porque embora esses pratos existam em vários locais, ali, eles ganham a versão da chef Andrea Vieira, 51 anos, com a combinação de elementos muitas vezes inesperados, que funciona divinamente bem.
Inquieta, Andrea acredita que é importante sempre ter novidades para o cardápio. Assim, ele muda a cada virada de estação, trazendo novas receitas ou adaptando algumas da temporada anterior, desta vez, com ingredientes mais adequados ao clima vigente. No atual, há pratos mais leves e coloridos, em sintonia com a primavera. “Claro que existem os clássicos, porque muitos clientes esperam e até voltam ao restaurante por eles. Mas, em relação às novidades, posso experimentar e abusar um pouco mais, criando receitas bem interessantes”, afirma Andrea.
As opções que estão “em cartaz” apresentam entradas – para serem compartilhadas ou não – saladas e pratos principais. Dá para escolher entre o tartare de camarão com manga servido com telha de pastel; o mignon curado com aioli de raiz forte e conserva de mostarda; a salada tailandesa de porco com ervas e o peixe do dia com caruru e molho de vatapá, entre outros.
Além dessas novidades, ainda há opções de menu executivo para os dias de semana, como a salada Julienne, panqueca de aipim com porco desfiado, picles de rabanete e couve como prato principal e, de sobremesa, arroz-doce brûlée, encontrado às quartas-feiras. Uma das estrelas do cardápio são as tortas, disponíveis em todos os horários, e em sabores exclusivos, como bobó de camarão e tarte tartin de tomate. Para acompanhar tantas delícias, há também os coquetéis autorais que utilizam ingredientes incomuns, como beterraba, banana, cajá e camomila. Todos os drinques levam nomes da poesia brasileira: Cecília, Cora, Leminski, Drummond…
A Casa de Antônia nasceu para acompanhar o cliente ao longo do dia em todas as refeições, do café da manhã ao jantar, e com opções para beliscar o dia inteiro. Não tem como escapar das delícias de Andrea Vieira. A seguir, saiba um pouco mais sobre a chef nesta entrevista exclusiva para L’OFFICIEL.
L’OFFICIEL A Casa de Antônia foi inaugurada no início do ano. Como pensou na proposta do restaurante?
ANDREA VIEIRA Na verdade, ele começou muito tempo atrás, em 2013, no Rio de Janeiro, como uma escola de culinária. Quando voltei a Curitiba, minha terra natal, continuei dando aulas, mas queria também um espaço para servir café com bolos e tortas e, assim, surgiu o restaurante. Em 2021, mudei para São Paulo, uma vez que Antônia, minha filha mais velha – entendeu o porquê do nome? –, veio cursar faculdade aqui. A proposta do restaurante sempre foi fazer algo descomplicado, porém, sem deixar de ser sofisticado.
L’O E como é isso?
AV Quando se fala em sofisticado, logo vem algo formal à mente. Não é o caso, somos informais, descomplicados. Quero que as pessoas sintam isso, venham e fiquem felizes, desejem passar um tempo no restaurante. Sirvo uma comida de fácil leitura, que não precisa ninguém explicando do que se trata, porém, num ambiente caprichado, com uma louça bonita, elegante, e serviço delicado.
L’O O que o público pode encontrar no restaurante?
AV Estamos dentro da Livraria Cultura, um polo cultural no Conjunto Nacional, prédio que tem uma arquitetura icônica. Por isso, pensei em um restaurante all day, onde quem passa por ali pode ter um café da manhã agradável, almoço, jantar e beliscos gostosos, como bolos, tortas e sanduíches nos intervalos. Tudo bem caprichado. No café, por exemplo, a gente foge do estilo “padoca” e serve ovos beneditinos, algo um pouco mais sofisticado.
L’O Como você concebe uma receita?
AV Normalmente sou bem insistente e persistente. Ao sentir a demanda do público por algo, penso nos ingredientes, no que posso combinar. Faço e testo, testo, testo. Sempre procuro incluir itens que fujam do convencional, mas que o cliente, claro, possa reconhecer o sabor e com um toque meu. E assim nascem receitas, como peixe com caruru e molho de vatapá, e banana com creme de ovos e merengue.
L’O Quando fala que há delícias para beliscar o dia inteiro, quais são os destaques?
AV Temos vários bolos e tortas para comer acompanhados de um cafezinho, por exemplo. O bolo de tangerina com coco e amêndoas (que não leva farinha de trigo nem leite) é um supercampeão de vendas, assim como a torta de maçã com crumble de aveia e chantilly de canela. Se bater aquela fome no meio da tarde, também há a pot pie, uma torta de carne de panela que é cozida por horas na cerveja.
L’O Quem é a Andrea fora da cozinha? Você tem algum hobby?
AV Amo música! Adoraria ter sido cantora, mas sou péssima (rs). Adoro MPB, ir a shows. E receber amigos em casa, quando, claro, também vou para a cozinha. No dia a dia, tenho ajuda, porque meus filhos – Antônia e os gêmeos Bernardo e Caio – também curtem cozinhar e, muitas vezes, quando chego, já está tudo bem adiantado, só para eu finalizar. Ou só para a gente comer. Cozinhar vira uma grande brincadeira em família.
L’O Quais são os próximos planos para A Casa de Antônia?
AV Amadurecer o negócio, afinal, estamos abertos há menos de um ano. Mas ele não será filho único, vamos procurar espaço para crescer na hora certa.
L’O Então está valendo a pena?
AV Demais! Estar na cozinha é um trabalho exaustivo. Morro de dor nas pernas e nas costas, é bem puxado fisicamente. Mas quando um cliente me chama na mesa para elogiar a comida, não tem preço, não há alegria maior! Tenho clientes que vêm de Curitiba e, diante de tantas opções que São Paulo oferece, fazem questão de vir matar a saudade no meu restaurante. O cozinheiro trabalha para isso!