Arquitetura moderna é pauta de inovação e sustentabilidade

A Louis Vuitton fez uma pausa necessária antes de escolher quem seria o responsável por levar adiante o legado visionário de Virgil Abloh. O posto de diretor criativo da linha masculina foi dado ao multifacetado Pharrell Williams, artista tangenciado em diversas áreas, do entretenimento ao décor. Embora a moda sempre tenha feito parte de sua biografia, o artista também fez colaboração com Dave Grutman, o “dono do pedaço mais fervido de Miami”. No The Goodtime Hotel, primeiro empreendimento de hotelaria de Grutman, a ideia foi trazer profissionais potentes para configurar os 266 quartos e os mais de 9 mil metros quadrados de espaços sociais. A equipe

contou com o escritório de arquitetura Morris Adjmi, com o designer de interiores Ken Fulk e com o paisagista Raymond Jungles. “Queríamos que o hotel transmitisse uma sensação de revitalização e despertasse aquela rara emoção de quando você descobre algo especial”, diz Williams. A estética art déco resgata o vintage de Miami, com fachada ondulada, lobby com átrio e murais pintados à mão e decoração nostálgica opulenta. As cores transitam do rosa ao bege, com toques divertidos nos móveis revestidos com estampas de onça e outros objetos kitsch. “Penso que o lugar tem que ter boa energia, boas vibrações e, claro, o tal do ‘good time!’”, finaliza

A linha de revestimentos Passepartout foi idealizada a partir da vontade de se recuperar sobras de coleções anteriores e da necessidade de imprimir políticas de desperdício zero. A série apresentou no Salão de Design de Milão deste ano a Lost Stones, que usa a técnica japonesa tradicional do Kintsugi, a Lithoverde, textura fabricada inteiramente com

pedras recicladas e resina natural e a Romboo, composta com matérias-primas descartadas. No select da grife italiana Salvatori, os elementos de alta qualidade funcionam como superfícies neutras, que permitem composições múltiplas, caso da aplicação de formas geométricas e dos efeitos que despontam com tridimensionalidade e ton sur ton. 

Aos 150 anos, o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo segue no rol das instituições de ensino mais importantes da capital paulista. Por ali, a tradição capitaneada pela existência longeva, anda de braços dados com a modernidade, aderindo às demandas da contemporaneidade. O lugar, aberto em 1873, alguns anos mais tarde chegou a ser comandado por Ramos de Azevedo, época em que se tornou uma espécie de escola de Belas Artes. Por suas ofificinas passaram nomes como Victor Brecheret e Santos Dumont – e foi de lá que muita coisa bacana foi produzida, a exemplo das esquadrias do Masp, de parte do mobiliário do Aeroporto Internacional de Cumbica e até modelos de caixas eletrônicos 24 horas.

Em fase colaborativa, o Liceu fifirmou parceria com a Galeria Teo para apresentar 20 peças de móveis das décadas de 1930 a 1980, feitas por seus alunos, na 19a edição da SP-Arte. A curadoria de Guilherme Wisnik buscou traçar um paralelo entre a arquitetura e os itens elaborados, com o objetivo de valorizar a autenticidade do modernismo brasileiro. A partir de 11 de abril, a mostra segue aberta na Galeria Teo.

Um homem que está sempre se reinventando e que não se limita a uma zona de conforto, Ricardo van Steen é diretor de arte, arquiteto, cenógrafo e designer de móveis e dono da marca Mobília Tempo, que mantém parceria criativa com nomes como André Paoliello, Artur Lescher, o argentino Leo Ceolin e Mestre Waguinho (da Oficina Cerâmica Pé da Serra), onde ele reúne artefatos descritos como “expressionistas e, muitas vezes, subversivos”.

No bairro do Pacaembu (SP), Ricardo vive em uma residência modernista, onde os dois primeiros andares foram convertidos em ateliê e showroom. Nome que marcou presença na 19a SP-Arte, ele exibiu hits do seu mobiliário em concepções que envolvem o trabalho escultural em madeiras nobres, aço e cerâmicas pintadas, em jogo de volumetria, cores e códigos decorrentes do design art déco, levando técnicas e materiais tradicionais para novas direções. Inserido em um movimento que se está popularizando mundo afora, em que as galerias de design de autor estão conquistando a aderência do público, van Steen é o anfitrião ideal para dialogar sobre essa tendência que veio pra ficar.

A influência europeia sempre esteve presente no Brasil, tanto na arquitetura e na literatura como na culinária. O Purgatório, bar de aperitivos com jeitão emprestado dos endereços de tapas de Portugal e da Espanha, abriu as portas no bairro de Pinheiros (SP), com projeto assinado pelo Memola Estúdio e pelo arquiteto Vitor Penha. São três ambientes (interno, externo e pavimento superior), planejados com luminárias antigas de vidro craquelado e bases douradas, piso de mosaicos, marcenaria elegante e revestimentos na cor vermelha – para celebrar o vinho tomado por ali.

O local, como o próprio nome diz, não é céu nem inferno. “É o estado e o processo de purificação ou castigo temporário em que as almas daqueles que morrem em estado de graça são preparadas para o reino dos Céus”.

Ao falarmos da Califórnia é mormal os primeiros pensamentos serem Hollywood, celebridades e praias, mas na década de 1920 o “Estado Dourado” se destacou pela arquitetura. Na época, com a popularização dos automóveis e o crescente desejo de viajar, a construção de edifícios excêntricos nas proximidades das estradas tornou-se um bom negócio para atrair visitantes. Porém, os tais imóveis por muito tempo foram vistos como "monstruosidades", já que em dez de seguirem por traçados tradicionais, os prédios ganharam formatos de corujas, bonecas, donuts, navios e até bules. Entre as páginas do livro “California Crazy", o autor Jim Heimann mostra como as anomalias arquitetônicas do passado ganharam lugar de destaque entre a turma que rompe com as obviedades sociais da atualidade.

Quem gosta de bancar o chef de cozinha sabe que tem que ter por perto os eletroportáteis certos, caso da batedeira Artisan, clássico da KitchenAid – marca com mais de cem anos de história e referência em design. Não há como dizer que a grife errou ao misturar as linhas arredondadas da década de 1940 à tecnologia do século 21. Na verdade, a empresa passou a ditar moda dentro das quatro linhas das áreas gourmets. Na mais recente empreitada – e seguindo à risca os preceitos de tingir os seus acessórios com cores descoladas desde 1955 –, foi a vez de colocar no mercado a série Hibiscus, cujo tom fúcsia
vivo e acabamento acetinado seguem a tendência maximalista de 2023. “Quando uma flor de hibisco floresce, ela atrai beija-flores, borboletas e libélulas graças ao seu néctar. Um interesse compartilhado pode unir todas as esferas da vida”, diz Chadwick Reis, Diretor de Marketing Global da label.

Conhecido por transformar objetos domésticos em obras de arte e mesclar ttecnologia com artesanato, o cubano americano Jorge Pardo, tido como um dos maiores artistas desta geração, apresentou um novo projeto de edição limitada, batizado de “Brussels Lamps”. Inspirada nas cestas mexicanas, cada luminária contém cerca de  50 discos de plástico, três hastes d de e a aço em mais de 150 componentes de alumínio. Destacadas pela belexa e pela a singularidade, as peças são suspensas e giratórias – e, quando acesas, o design permite que a luz brilhante em diferentes direções, o que revela detalhes até então ocultos do ambiente.

Para quem gosta de arquitetura, design de móveis e biografias, o livro "Lina Bobardi designer - O mobiliário dos tempos Pioneiros 1947-1958” (VOL 1), de Sergio Campos, lançado pela editora Artemobilia Publicações, retrata a história e as obras de uma das mais importantes arquitetas do País. Entre tantas invenções icônicas, a cadeira "Masp 7 de Abril"ganha destaque por ser a primeira criação de Lina. A peça, que tem elementos da cultura popular brasileira, a exemplo das vestimentas dos povos do sertão e as banquetas dos circos itinerantes, foi desenhanda em 1947 para fazer parte do auditório na sede do Museu de Arte.wde São Paulo.

Viajar é uma das melhores coisas para fazer na vida - e se o destino escolhido estiver no meio de uma floresta ou num deserto exótico, a aventura fica ainda mais inesquecível. Porém, essas construções surpreendentes e inusitadas precisam estarconectadas à natureza. De olho nessa premissa, Angelika Taschen fez check-in nos 54 países do continente africano para revelar os seus lugares mais privês – do arquipélago de Cabo Verde à Etiópia. Os registros das experiências compõem o livro "Great Escapes Africa” (ed. Taschen).