Boa noite Cinderela: Por que o golpe tem esse nome?
O golpe do 'Boa Noite, Cinderela' é um crime no qual uma substância é misturada na bebida alcoólica das vítimas.
O golpe do 'Boa Noite, Cinderela', aplicado em bares, casas noturnas e baladas, é um crime no qual uma substância é misturada na bebida alcoólica das vítimas. O álcool potencializa os efeitos da substância e deixa as vítimas vulneráveis a roubos, sequestros ou até mesmo abusos sexuais.
Embora bastante conhecido, poucas pessoas sabem o porquê do nome desse golpe. Se nos contos de fadas quem dorme é a Bela Adormecida, por que esse golpe se chama 'Boa Noite, Cinderela'?
No conto, Cinderela é uma jovem que faz os serviços domésticos da casa que divide com sua madrasta e suas duas meia-irmãs. Quando a família é convidada para um baile real no castelo, Cinderela é impedida de comparecer pelas irmãs, que rasgam seu vestido. A protagonista é ajudada pela Fada Madrinha que a transforma em uma princesa que usa sapatinhos de cristal. No baile, a donzela e o Príncipe Encantado se apaixonam, mas ela precisa ir embora antes da meia-noite, quando o feitiço tem fim. Com pressa, ela perde um de seus sapatinhos de cristal, e o príncipe parte em busca da dona do calçado até encontrar sua amada. A história, portanto, não traz indícios que possam justificar o nome dado ao golpe. Sendo assim, como ele surgiu?
Uma das hipóteses está associada a um programa de televisão de Silvio Santos. Entre as décadas de 1960 e 1970, o apresentador comandava o quadro 'Boa Noite, Cinderela', no qual meninas de baixa renda expunham seus sonhos. No fim, uma delas era coroada como princesa e seu sonho era realizado. De acordo com a Superinteressante, a polícia nomeou o golpe com base no nome do programa, traçando uma comparação entre o golpista e um falso príncipe, que engana suas vítimas com boas ações.
Outra possibilidade tem relação com o cenário da história de Cinderela, que se passa em um baile, local também usado pelos criminosos. "Ela perde o sapato na festa… E quem sofre o golpe perde o controle sobre si, já que a droga age no sistema nervoso central e a vítima faz o que o bandido quer", esclareceu o sociólogo e cientista político da UFRJ, Paulo Baía, à revista supracitada.