Louis Vuitton lança coleção de Outono/Inverno 2021 como manifesto
A Louis Vuitton apresentou hoje (21) sua coleção masculina de Outono/Inverno 2021 e, através de inúmeros arquétipos, como: o Artista, o Vendedor, o Arquiteto - sonhos e aspirações que tínhamos quando criança - o diretor criativo Virgil Abloh deu vida a personagens que refletem o homem do cotidiano.
Intitulada ‘Peculiar Contrast, Perfect Light’, a coleção fala sobre personagens familiares na sociedade que são definidos por seus uniformes: os códigos de vestimenta que associamos com profissões, estilos de vida e conhecimentos. Da cabeça aos pés, nossas mentes são treinadas para delinear um guarda-roupa arquetípico para nos ajudar a identificar o caráter de uma pessoa. Freqüentemente, esses personagens estão ligados a pressupostos sociais de origem cultural, gênero e sexualidade, e a coleção desta temporada investiga os preconceitos inconscientes instalados em nossa mente pelas normas arcaicas da sociedade.
Pensando em como a moda pode ser usada como ferramenta para mudar esses preconceitos - mantendo os códigos, mas mudando os valores - a apresentação foi dividida em duas partes: Na primeira, em meio a montanhas e neve, um homem solitário com um baú de prata da Louis Vuitton em busca de felicidade. De repente, o cenário muda e modelos em perfeita sincronia patinam no gelo. Uma cena moderna no Tennis Club de Paris.
Por meio de uma série de performances de dança, patinação no gelo, poesia e cenografia, a produção é uma interpretação do ensaio de James Baldwin, Stranger in the Village, de 1953 - que fala sobre as experiências do autor como um afro-americano em uma vila suíça e sua vida na América, bem como a ideia de ser um Artista negro em um mundo de arte criado a partir de uma perspectiva europeia branca.
Entre cadeiras revestidas de couro por Mies van der Rohe - muitas vezes uma referência para o Abloh - e paredes de mármore verde dos anos 70, Williams abriu o desfile usando um sobretudo preto decorado com botões de avião e o que parece ser um passaporte saindo de seu bolso.
Ao longo da coleção outros modelos, sem patins de gelo e calçados de couro LV, mostraram ternos justos, esportivos e tecnológicos. Mais tarde, um verde floresta foi introduzido como uma cor chave, decorando bolsas de couro no estilo dos anos 70, malhas grossas e jaquetas estilo colégio, bem como bandanas e durags. Xadrez, monograma colorido e camafeus transparentes, além dos artigos de couro da LV, as roupas foram equipadas com objetos de viagem e turismo, de xícaras de café amassadas a jornais lidos pela metade, enquanto um macacão espetacular estava repleto de edifícios históricos de Paris e outro de Nova York.
Para a temporada, definitivamente, a Louis Vuitton alimenta um estudo do não projetado: itens desprovidos de propriedade artística e proveniências históricas exatas.
