Leo Bittencout e a versatilidade entre "vilões"
Leo Bittencourt viveu um ano incrível ao ser o protagonista de 'A Menina Que Matou os Pais' e 'O Menino que Matou meus Pais' e vem de papéis marcantes no audiovisual brasileiro, tendo feito Malhação e também a consagrada série "Segunda Chamada" da Globo.
Apesar da cara de bom moço suas qualidades enquanto ator lhe proporcionaram papéis fortes, voltados para o lado "vilão" de sua interpretação. O que de fato chamou a atenção de muitos com sua participação em nova série da Netflix, "Teporada de Verão", onde vive um herdeiro em ilha paradisíaca.
Leo nos fala em primeira mão quais são os processos de construção de seus personagens e como mantêm uma boa rotina para sua saude física.
L'Officiel: Como foi interpretar um personagem da vida real? Como foi seu processo de estudos sobre o Daniel Cravinhos?
Leo Bittencourt: Foi uma preparação que demandou um processo intenso de estudos dos roteiros, de livros sobre o caso, além de workshops que foram pautados sob a ótica dos autos do processo. Foram dois meses de preparação. Como eu era muito novo quando aconteceu o crime, eu precisei mergulhar de fato nesses estudos para contar essa história de maneira responsável e fiel aos fatos. As gravações também foram bastante intensas, demandavam um controle na emoção de todos os
envolvidos.
L'Off: Teve algum receio com relação a reação pública ao interpretar Daniel?
Leo: Eu estava ali para contar as duas versões, cada uma a seu estilo, então não tive esse receio por saber separar bem o ator do personagem. Foi o meu primeiro protagonismo e o retorno do público muito positivo. O projeto possibilitou um alcance maior à visibilidade do meu trabalho e eu sigo colhendo esses frutos.
L'Off: Como é o processo de descompressão após a finalização de um personagem? Tem alguma tática específica?
Leo: Eu me concentro bastante durante o processo de realização do filme, desde a preparação até o último dia de gravação. São meses em que geralmente eu entro em uma outra sintonia de vida e de rotina, e que tenho muito claro que tudo tem um início, meio e fim. Por isso ao final de cada projeto fica a sensação dever cumprido e a descompressão acontece naturalmente ao voltar pra minha rotina pessoal.
L'Off: Como foi a mudança de um personagem tão sombrio como o Daniel, para um tão diferente em "Temporada de Verão" como o Rodrigo?
Leo: De fato, a história e os personagens são bem diferentes. Mas apesar de terem sido lançados em sequência, os dois projetos foram gravados com uma distância considerável de tempo. (2019 e
2020, respectivamente). Então, tecnicamente falando, esse tempo de execução de uma obra para outra facilitou a transição de um personagem para outro, além da clara diferença de estilos de linguagem entre cada história.
L'Off: A série é bem praiana e em várias cenas você está sem camisa, como é que cuida de forma saudável do próprio corpo? e como lida com o assédio dos fãs?
Leo: Eu curto muito a prática de atividade física, adoro jogar futebol, então estou sempre buscando me exercitar para manter o bom funcionamento do corpo e o meu bem-estar em dias. Sobre o assédio dos fãs, eu interpreto de forma natural como um carinho do público para com o meu trabalho. É uma condição da vida pública e quando esse carinho acontece com respeito, não vejo problema.
L'Off: O Rodrigo é um personagem um tanto quanto controverso, qual conselho daria pra ele se pudesse?
Leo: O Rodrigo vem de uma “bolha de privilégio” que se rompe quando ele entende que grande parte da sua vida não foi consquistada por seus próprios méritos, e isso faz ele entrar nessa crise de identidade. O melhor conselho para esse tipo de situação é procurar estar sempre atento às questões sociais que vão muito além do nosso ciclo de convivência, e que ao entender esse respeito pelo próximo, construímos um caminho de maior comunhão e valor com os próprios feitos.