Marc Jacobs: 5 livros preferidos do designer
Com posts nas redes sociais, o estilista americano tem mostrado que adota o hábito da leitura de grandes obras em seu cotidiano
Não é de hoje que os livros têm sido vistos como um acessório fashion. Depois das celebridades em aparições públicas, o designer americano Marc Jacobs, à frente de sua marca homônima, tem postado em suas redes sociais momentos em que se dedica à leitura. Percorrendo um feed de referências literárias em seu perfil oficial no Instagram, selecionamos 5 obras eleitas pelo estilista que fazem parte de sua biblioteca. Confira!
O apanhador no campo de centeio, de J. D. Salinger
Considerado um dos romances mais revolucionários da história da literatura universal, a obra é a representação da juventude de todos os tempos. Lançada em 1951 e com mais de 70 milhões de cópias vendidas no mundo, a obra de J. D. Salinger atravessa gerações que se identificam com as angústias e os desafios do jovem Holden Caufield que acabou de ser expulso de mais uma escola no Natal.
Apenas com alguns trocados no bolso, o jovem traça o plano de ir a Nova York de trem e vagar por três dias, adiando a volta à casa dos pais até que eles recebam a notícia de sua expulsão. Neste cenário, acompanhamos encontros confusos, comoventes, além de brigas com tipos diversos nas ruas e encontros com ex-namoradas. De todos com quem convive, sua irmã Phoebe parece ser a única capaz de entendê-lo quando lhe oferece abrigo. Acima dos fatos narrados, preocupações e pensamentos, paira a inimitável voz de Holden, o adolescente raivoso e idealista que quer desbancar o mundo dos "fajutos", num turbilhão de sentimentos que envolvem ressentimento, humor, insegurança e rebelião juvenil.
O ano do pensamento mágico, de Joan Didion
Depois de terem visitado Quintana, sua filha única que sofreu uma pneumonia e um choque séptico, a autora Joan Didion e John Gregory Dunne, seu marido escritor e diretor, sentam-se em uma noite para jantar. Durante a refeição, John sofre um ataque cardíaco fulminante. A parceria de quarenta anos de casamento chegou ao fim abruptamente. Dois meses depois, a filha Quintana se recupera, mas sofre um colapso no aeroporto de Los Angeles e passa por seis horas de cirurgia para remover um hematoma cerebral.
Lançada em 2005, a obra da jornalista e escritora norte-americana Joan Didion explora uma experiência pessoal e, ao mesmo tempo, universal. O livro traça o retrato de uma vida em comum que termina aos solavancos, detalha os bons e os maus momentos de um casamento e da maternidade, além de trazer uma reflexão sobre os desdobramentos da perda e do luto.
Súplicas atendidas, de Truman Capote
A mente criativa por trás do clássico A sangue frio, publicado em 1965, tinha um projeto de escrever uma obra que se assemelhasse a Em busca do tempo perdido (1914), obra do francês Marcel Proust. O texto ficou sem acabamento devido à morte do autor antes de finalizar o manuscrito e as páginas que ele declarou ter escrito simplesmente não foram encontradas.
Súplicas Atendidas acabou sendo publicada com três capítulos que envolvem o leitor na história de um escritor-massagista e suas aventuras pelo jet set, esbarrando com personagens reais, como o ator norte-americano Montgomery Clift e a escritora Dorothy Parker. Reafirmando seu apreço pela crônica social, Capote faz, mais uma vez, um retrato da sociedade de sua época.
Memórias do subsolo, de Fiodór Dostoievsky
Um clássico da literatura russa e, magistralmente, da história universal, é considerado por muitos o ponto de virada de Fiodór Dostoievsky, autor dos conhecidos Os irmãos Karamazov (1880) e Crime e Castigo (1866).
Lançado originalmente em 1864, a obra foi escrita pelo autor russo em seus últimos dias de vida ao lado da esposa em Moscou. O enredo gira em torno de um narrador alienado e paralisado pelo peso da própria insignificância em meio à vida conturbada. Com um texto recheado de ironia sofisticada, o narrador-personagem relata sua recusa em se tornar mais um trabalhador e seu gradual exílio da sociedade que o cerca.
Escrita em poucos dias, a obra consegue explorar as profundezas do desespero humano, os sentidos e, sobretudo, a condição do homem em face da vida social.
Da próxima vez, o fogo, de James Baldwin
Publicado em 1963, a obra se tornou um clássico sobre a temática dos direitos civis nos Estados Unidos. O livro reúne dois textos: uma carta e um longo ensaio sobre a formação religiosa de James Baldwain. Da próxima vez, o fogo é um poderoso depoimento sobre a construção da própria identidade, tendo como ponto de partida a segregação racial que forjou a sociedade norte-americana.
Reforçando o raciocínio provocativo e questionador de James Baldwin, o livro é um marco editorial na luta pelos direitos civis na América.