Tranças Nagô - A beleza da resistência cultural em forma de arte
Simbolo da resistência de uma nação, a trança Nagô conecta gerações em uma beleza única, transformando uma expressão em arte
As tranças Nagô podem ser as mais antigas da humanidade. Há registros que datam de 500 a.C., na civilização Nok, da Nigéria. Mas o que deveria ser apenas um penteado ganhou status de sobrevivência entre os povos escravizados durante o colonialismo europeu. As tranças Nagô foram usadas para revelar as rotas de fuga até os quilombos – porém, vale dizer que todos os tipos de cabelos usados pelos africanos também serviam para identifificar as suas tribos originárias, caso das tranças Twist, provenientes do Senegal, e das Bantu Knots, que têm as suas raízes conectadas a Camarões.
Com o sistemático apagamento da ancestralidade dos povos pretos, por décadas as tranças foram substituídas por padrões eurocêntricos, tendo voltado à cena graças aos crescentes movimentos de luta antirracial. Entretanto, novamente, elas não são interpretadas apenas como estilo, mas, sim, como ato de resistência e como parte da construção e do orgulho da própria identidade. Resistir é existir.
Fotos: RODRIGO LADEIRA
Edição de moda: ANA PARISI
Beleza: VANESSA SENA
Hair stylist: REGIANE ALEXANDRE/JUBA TRANÇADEIRAS
Assistente de hair stylist: PAOLA SILVA/JUBA TRANÇADEIRAS
Assistente de moda: Marjorie Steinmaier
Cenário: RICARDO ISHIHAMA